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UMA BATALHA FOI ENCERRADA, MAS A LUTA CONTINUA!

 

UMA BATALHA FOI ENCERRADA, MAS A LUTA CONTINUA!

Após quatro meses de paralisação a última assembleia, em consonância com a orientação de saída unificada, indicou a suspensão da paralisação e o retorno das atividades a partir de segunda-feira, dia 17 de setembro. Foram 120 dias de batalha no sentido da reposição de perdas salariais, reestruturação da carreira e de melhores condições de trabalho. O governo foi surpreendido com a forte mobilização nacional e foi obrigado a ceder, revendo suas propostas iniciais e se fazendo representar nas mesas de negociação. Esta realidade forçou alguns avanços, conforme divulgamos em diversos boletins e nas assembleias que realizamos.

O governo foi intransigente e, em conluio com uma entidade pelega de baixa representação nacional, fechou um simulacro de acordo e encerrou as negociações. Pensaram, tanto o governo, quanto este setor pelego, que este ato seria suficiente para gerar refluxo no movimento e forçar seu encerramento. Ledo engano! Os professores não apenas repudiaram tal atitude como passaram a cobrar efusivamente a reabertura das negociações, tendo como suporte a maioria esmagadora da categoria em greve. Além disso, o poder executivo foi obrigado a encarar o desgaste político de seus aliados pelegos, já que mesmo nas universidades em que esta associação atua, os docentes permaneceram em greve, forçando os dirigentes sindicais a derrotas esmagadoras em suas assembleias. Como não dava para encarar de frente a realidade, partiram para a estratégia da consulta online, com a clara intenção de confundir a comunidade acadêmica e a opinião pública. Mais uma vez fracassaram. Chegaram a declarar que os professores da UFRB apoiaram o tal indicativo de fim da greve e insistiram na tese de que a APUB representa os/as professores/as do Recôncavo. De nada adiantou!

De todos os erros cometidos pelo governo e seu braço sindical, um deve ressaltado: a prepotência. Tentaram ludibriar a opinião dos professores com argumentos e atitudes que ignoravam a capacidade de discernimento da categoria. Imaginaram, de forma laconicamente imatura, que seguiríamos as orientações do circo criado com o suposto acordo. Não conseguiram sequer fazer a correta leitura de suas bases e, o que é pior – ou melhor, dependendo do ponto de vista – é que colocaram em xeque entidades que ainda representam, contribuindo para consequências que, temos certeza, virão de forma avassaladora, como a destituição da diretoria da APUB na UFBA. Ignoraram que os professores da UFRB não apenas ratificariam de forma esmagadora e inquestionável o papel representante da APUR, como também optariam, de forma madura e consequente, por ignorar tais ataques e não mais responder a uma entidade que não nos diz respeito. Caminhamos juntos com os colegas que se juntaram no Comando Nacional de Greve, abrigados no ANDES-SN. Compusemos o CNG e enviamos representantes que permaneceram longos períodos em Brasília, contribuindo com a organização do movimento. A APUR e a UFRB se fizeram representar em nível nacional, o que contribui de forma decisiva para o definitivo estabelecimento do papel autônomo de nossa representação sindical.

Além do fortalecimento da APUR, o movimento paredista trouxe, no âmbito local, importantes consequências que, mesmo de forma superficial, merecem ser aqui citados. Primeiramente, não é preciso enfatizar o descaso com as condições de trabalho e estudo que vivemos em nossa UFRB. O governo estimulou um projeto multicampi que, se por um lado tem importante papel no desenvolvimento da região, por outro deixa as claras o descaso com a qualidade dos serviços prestados pela instituição. Estudantes, servidores técnico-administrativos e docentes sofrem com a ausência de instrumentos básicos para a execução de suas atividades. A falta de ambiente adequado para as ações de ensino e pesquisa, a ausência de equipamentos básicos como auditórios, gabinetes, RU, quadra poliesportiva, climatização, laboratórios e segurança são claros exemplos deste descaso. Neste sentido, o movimento grevista, além de pugnar pela reparação das questões citadas anteriormente, foi fundamental para que pudéssemos pautar esta realidade e denunciá-la em nível nacional. Hoje, de certo, a sociedade está a par dos problemas que enfrentamos. Além disso, pudemos estabelecer mesas de negociação de pautas locais com a reitoria e seguiremos vasto calendário para forçar de vez o reconhecimento da situação e o efetivo enfrentamento desses problemas, principalmente dos que podem ser resolvidos imediatamente. Pudemos ainda, durante este período, dialogar com estudantes e servidores técnicos administrativos no intuito de unificar algumas ações. Isto, sem dúvida, trará resultados.

Ainda cabe ressaltar aqui o que, para nós, foi a maior conquista do movimento: o estreitamento das relações do corpo docente. O Comando Local de Greve foi formado no dia 17 de maio por representantes de todos os centros. Contando, posteriormente, com novas inserções, o CLG sempre contou com boa representação. Realizamos atividades e assembleias em todos os centros e tivemos a oportunidade de propiciar aos professores o trânsito entre os municípios, o que contribuiu tanto para o conhecimento de outras realidades, quanto para o estreitamento das relações pessoais e profissionais. Hoje, podemos afirmar que os colegas tem mais motivos para se sentirem membros de uma universidade, e não apenas de um centro. O estreitamento das relações será fundamental para o futuro de nossa instituição. A UFRB não mais será a mesma. Há que se ter claro que, para os novos capítulos da saga de implantação da universidade no Recôncavo, a qualidade de intervenção docente será muito mais efetiva, eficaz e propositiva.

Por fim, sabemos que os desafios estão postos e que a luta, em defesa da educação, continua. Neste instante, encerramos, de forma vitoriosa, uma das batalhas. Outrossim, temos certeza que, a considerar a qualidade de intervenção que pudemos verificar durante este período, nosso futuro é muito promissor. A vontade demonstrada por muitos colegas é um termômetro do que vem por aí.

Este Comando Local de Greve se dissolve a partir de agora. Agradecemos a tod@s que, junto conosco, construíram esta bonita página da história da UFRB.

Cruz das Almas, 13 de setembro de 2012.

 

COMANDO LOCAL DE GREVE – CLG

Albany Mendonça Silva (CAHL); Alessandra Nasser Caiafa (CCAAB); Ana Cristina Nascimento Givigi – Kiki (CFP); Antônio Eduardo Alves de Oliveira (CAHL); Carolina Saldanha Scherer (CCAAB); Clair Rogério da Cruz (CCAAB); David Romão Teixeira (CFP); Deisy Vital dos Santos (CCS); Eder Pereira Rodrigues (CCS); Fabiano Machado Martins (CCAAB); Fabrício Lyrio dos Santos (CAHL); Francisco de Souza Fadigas (CETEC); Givanildo Bezerra de Oliveira (CCS); Herbert Toledo Martins (CAHL); João Mendes de Lima Júnior (CCS); José Arlen Beltrão de Matos (CFP); José Raimundo de Jesus Santos (CFP); Luiz Henrique Sá da Nova (CAHL); Maurício Ferreira da Silva (CAHL); Nilton Cardoso da Silva (CETEC); Sérgio da Anunciação Rocha (CETEC); Tarcísio Fernandes Cordeiro (CFP); William Tito Maia Santos (CCS).

 

Informativo da APUR – Setembro em .pdf  CLIQUE AQUI

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