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Diretoria da APUR realiza reuniões sindicais nos centros e protocola pauta docente na Reitoria

Em cumprimento às deliberações da última assembleia, a Diretoria da APUR e os representantes sindicais realizaram, nas últimas semanas, reuniões sindicais em todos os centros da UFRB. As pautas principais das reuniões foram a Campanha Salarial 2022 e as condições de trabalho para o retorno presencial na UFRB.

O objetivo foi ouvir a categoria para acolher sugestões relativas às estratégias de luta e reivindicações a serem incorporadas à pauta local docente, a qual vem sendo tratada em mesa de negociação com a reitoria.

Os/as docentes reconheceram a importância e a necessidade de nos engajarmos em unidade com outros/as servidores/as públicos federais na campanha salarial, visto o longo período sem recomposição salarial e a forte inflação registrada nos últimos anos, mas destacaram que essa campanha deve, necessariamente, estar associada à defesa dos serviços públicos e da UFRB, à exigência de mais verbas para as universidades e pela revogação da emenda constitucional do teto dos gastos.

Como o prazo para conquistarmos a recomposição salarial é curto, foi sugerida a intensificação da campanha salarial, tanto internamente, entre os pares, quanto em diálogo com as comunidades do entorno. Além disso, como o orçamento está sendo discutido no Congresso Nacional, foi recomendada maior pressão sobre os parlamentares, como fizemos na luta contra a PEC 32.

Como instrumentos para a mobilização foram indicadas a participação em rádios, produção de cards e panfletos, produção de vídeos curtos, publicações em redes sociais, fixação de outdoors e otimização da intervenção da APUR em suas redes sociais.

Sobre o retorno das atividades acadêmicas presenciais na UFRB, a Diretoria da APUR tem reafirmado seu compromisso em cobrar pelas condições de trabalho. Nesse sentido, ainda em dezembro passado, enviou a todos os centros de ensino uma solicitação para que as direções informassem os espaços que serão utilizados no próximo semestre como salas de aula e a previsão de ocupação. Além disso, fez visitas a todos centros de ensino para averiguar em loco as condições de infraestrutura e recolher demandas para negociação com a reitoria e as direções de centro.

Após sistematização das reivindicações apresentadas pela categoria nas reuniões sindicais nos centros, a Diretoria da APUR, representada pela professora Djenane Brasil e pelo professor Givanildo Oliveira, protocolou na secretaria da reitoria da UFRB, na última sexta-feira (11/03), ofício com as demandas docentes a serem incorporadas à pauta que está em discussão. No mesmo documento, a Diretoria cobra retorno da reitoria às questões que foram discutidas na mesa de negociação realizada em 13 de dezembro de 2021.

Seguem abaixo sínteses das reuniões realizadas em cada centro de ensino:

 

Centro de Ciências da Saúde (CCS)

Os/as docentes do CCS demonstraram insegurança em relação a como o próximo semestre vai funcionar, haja vista a falta de informações, e se as condições sanitárias adequadas serão de fato garantidas, tendo em vista as percepções a partir do planejamento já enviado às áreas de conhecimento. Uma das preocupações apontadas foi em relação às atividades fora do campus com turmas numerosas, como foi mencionado para as turmas do componente curricular Processos de Apropriação da Realidade (PAR). Este componente prevê a ida a campo, com circulação pelos territórios, incluindo unidades básicas de saúde, escolas, associações de bairro etc., de 25-27 estudantes por turma, conforme o planejamento enviado pelo Colegiado do Bacharelado Interdisciplinar em Saúde. A principal questão levantada foi o risco de contágio e transmissão da COVID-19 a que docentes, estudantes e comunidade em geral poderiam estar sendo expostos. Por outro lado, foi compartilhada experiência de componente prático em unidade de saúde, neste semestre 2021.1, que até então tem sido exitosa, onde se destacou o adequado fornecimento de equipamentos de proteção individual, além de apenas um caso suspeito de COVID-19, que foi detectado e imediatamente testado e monitorado pelo Comitê de Monitoramento do CCS. Entretanto, ficou a ponderação de que esse componente prático é realizado com no máximo de cinco estudantes por turma, enquanto para o PAR estão previstos 25-27 estudantes por turma.

Como encaminhamentos os/as docentes do CCS apontaram: (a) Desenvolver atividades educativas com o protocolo de biossegurança para a comunidade interna; (b)  Questionar o Comitê COVID-19 sobre posição em relação a práticas em comunidades que envolvam turmas numerosas, a exemplo dos componentes Processos de Apropriação da Realidade I a V (CCS), com planejamento previsto para 25-27 discentes por turma; (c) Solicitar posicionamento sobre o estabelecimento de negociação para práticas na comunidade externa, tendo em vista o momento vivenciado, com a retomada de atividades e a readequação das regras dos serviços; (d) Solicitar posicionamento sobre a possibilidade de oferta de EPI e de transporte dos discentes e docentes para execução de atividades e ou práticas na comunidade externa/serviços; (e) Acordo com a posição da diretoria em não compor o comitê COVID-19 da UFRB.

 

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS (CETEC)

Na reunião no CETEC foi discutida a necessidade de realizar eleição para representante docente no Conselho de Centro. Após debate, as professoras Julianna Pinele Santos Porto, Sânzia Alves Do Nascimento e Maria Amelia de Pinho Barbosa Hohlenwerger foram indicadas para formar a comissão eleitoral.

No que se refere ao retorno às atividades presenciais, os/as docentes registraram preocupações com a higienização dos laboratórios entre uma aula e outra, e o empréstimo de materiais de uso coletivo. No final, aprovou-se as seguintes reivindicações: (a) indicação que tenha intervalo entre as aulas de laboratório para fazer higienização nos espaços e materiais; (b) Ratificar a necessidade da equipe responsável pela higienização realizar essa higienização, conforme prevista no protocolo; (c) Sugerir que o empréstimo de materiais como pincéis e apagadores deve ser para o semestre.

 

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS (CCAAB)

Logo no início da reunião, a professora Alessandra Nasser Caiafa registrou uma moção pela perda do professor Joelito de Oliveira Rezende, falecido no último dia 16, ressaltando sua grande importância para o sindicato, e lamentando sua perda. A moção foi reforçada pelos demais colegas.

Durante o debate, os/as professores/as do CCAAB encaminharam o posicionamento de que não há circunstâncias políticas para uma greve nesse momento. Lembraram que as desigualdades salariais no Brasil tornam essa campanha mais difícil.

Sobre a pauta docente, os/as docentes do CCAAB encaminharam: (a) solicitar informações sobre a operacionalização e a aplicabilidade do passaporte vacinal na UFRB; (b) cobrar a fixação na entrada de cada sala de aula o número máximo de pessoas permitidas segundo o protocolo de biossegurança da UFRB; (c) Estabelecimento de conduta a ser adotada em caso de descumprimento do protocolo de biossegurança por parte de pessoas da comunidade acadêmica, durante as atividades acadêmicas presenciais; (d) Normatizar e garantir a acessibilidade dos estudantes aos diferentes formatos de aula remota e presencial concomitantemente, de forma que seja viável aos estudantes trocarem de um formato para outro em aulas sequenciais, garantindo, por sua vez, as condições de trabalho docente nos diferentes formatos em um mesmo curso; (e) Solicitar a indicação das referências que foram utilizadas na tomada de decisão relativa à redução de 1,5m para 1,0m de distância nas salas de aula e laboratórios; (f) Acordo com a posição da diretoria em não compor o comitê COVID-19 da UFRB.

 

CENTRO DE ARTES, HUMANIDADES E LETRAS (CAHL)

Os/as docentes iniciaram ressaltando a importância de se realizar uma campanha de filiação e regularização das contribuições sindicais, na qual o CAHL tem participação forte na luta sindical, mas precisa consolidar ainda mais essa participação. Foi ressaltado que a campanha salarial cria uma atração extra aos/às colegas que normalmente não estariam se sentindo mobilizados. Dessa forma, foi sugerido que a APUR utilize esse momento para fazer uma campanha de divulgação mais ampla deste ponto de pauta para acionar e mobilizar essa participação e associação dos/as professores/as.

No ponto de pauta acerca das condições infra estruturais do centro para o retorno presencial, foi levantado que o CAHL é um dos centros que enfrentam os maiores problemas, principalmente pelas condições precárias de sua estrutura, visto que as salas são pequenas, mal ventiladas e úmidas. Após ampla discussão, foram deliberados os seguintes encaminhamentos: (a) Solicitação de microfones e caixas de som amplificadas; (b) Discutir com a reitoria a aplicabilidade do passaporte vacinal; (c) Não houve unanimidade em relação a não participação da APUR no comitê COVID-19 da UFRB.

 

CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES (CFP)

Os/as docentes do CFP reafirmaram a necessidade de retomada das atividades presenciais na UFRB. Mostram-se muito preocupados com os impactos desse longo período sem atividades presenciais, especialmente em relação a evasão dos/as estudantes/as.

O entendimento construído no transcurso do debate foi de que é imprescindível realizar a luta política em defesa da universidade pública, dentro e fora da UFRB, que passa pelo retorno presencial. Nesse sentido, a mobilização das categorias docente, discente, técnicos e terceirizados é fundamental, inclusive no que se refere-se à ocupação presencial do centro.

Necessidade de politizar ainda mais esse debate, na qual essa comunicação/campanha envolva custeio, e investimento em pessoal.

Ao final, os presentes deliberaram: (a) Aquisição de kits para o trabalho no laboratório de química (vidrarias e substâncias); (b) Melhoria na rede local de internet, que continua apresentando instabilidade e não cobre todos os locais do centro; (c) Solucionar o problema de instabilidade na rede elétrica do CFP; (d) Reparar os problemas de infiltração de água no pavilhão de aulas e no prédio administrativo; (e) Conclusão da obra do complexo esportivo e reparo da piscina; (f) Orientações específicas e garantia dos protocolos de biossegurança em relação aos estágios no CFP e na escola; (g) Transporte para supervisionar os estágios que ocorrem fora da sede; (h) Aquisição de ventiladores para as salas que não possuem e conserto dos aparelhos que estão com defeito; (i) Aquisição de microfones e caixas amplificadas para as salas de aula; (j) Acordo com a posição da diretoria em não compor o comitê COVID-19 da UFRB.

 

CENTRO DE CULTURA, LINGUAGENS E TECNOLOGIAS APLICADAS (CECULT)

Com uma participação bastante expressiva, os/as docentes do Cecult debateram a campanha salarial 2022 e a retomada das atividades presenciais. Os/as professores/as advertiram que a situação socioeconômica da população do Recôncavo é um dificultador para conquistarmos apoio para nossa campanha salarial na região. Para planejar ações para esses dias de mobilizações, foi encaminhada a criação de uma pequena comissão interna no CECULT para pensar quais ações poderiam ser realizadas. Foi sugerido demandar aos colegas um tempo na aula (10 minutos iniciais ou finais) para dialogar sobre as pautas das mulheres, a pauta salarial e do financiamento das universidades como forma de ocupação virtual.

Ao final, os presentes deliberaram: (a) Intervenção para a abertura das janelas nas salas de aula do CECULT; (b) Regularização do abastecimento de água do CECULT; (c) que o Centro estabeleça uma dinâmica de como resguardar condições de trabalho para os docentes no retorno presencial em relação ao sindicato; (d) A posição dos docentes e das docentes do CECULT é pela entrada da APUR no comitê covid-19; (e) Apoiar as reivindicações dos estudantes.

 

CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM ENERGIA E SUSTENTABILIDADE (CETENS)

No CETENS, há uma preocupação em como o centro irá atender às demandas de sala de aula para o retorno presencial. A condição climática das salas de aula também é um fator que inquieta a comunidade. Outra preocupação se refere à dinâmica própria dos estudantes do curso de Licenciatura em Educação do Campo, já que estudam em regime de alternância, demandando, dentre outras coisas, de residência para estadia durante o tempo universidade e espaço para alimentação e estudos no centro. São questões que precisam ser observadas e atendidas para um retorno seguro e com qualidade.

Os/as docentes aprovaram os seguintes encaminhamentos: (a)  Melhoria na rede local de internet, que continua apresentando instabilidade e não cobre todos os locais do centro; (b) Solicitar avaliação técnica emergencial visando ampliar a capacidade de ventilação dos espaços situados no PAV1 e PAV2; (c) Instalar/construir espaços com cobertura de convivência coletiva no Centro; (d) Aquisição de aparelho de ar condicionado para 5 salas que não possuem; (e) Conserto de 4 aparelhos de ar condicionado que não estão funcionando; (f) Requerer condições para que o/a docente não seja submetido/a ao exercício de função estranha ao que se exige de seu cargo; (g) Solicitar informações sobre a operacionalização e a aplicabilidade do passaporte vacinal na universidade; (d) Sugere a constituição de um conselho multidisciplinar para discutir os projetos arquitetônicos da universidade, visando garantir o atendimento às condições climáticas locais e de segurança em relação ao coronavírus e outros.

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