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APUR participa do 40º Congresso do ANDES-SN

Entre os dias 27 de março a 01 de abril, a delegação da APUR participou do 40° Congresso do ANDES-SN, em Porto Alegre (RS). Os principais temas abordados foram o plano de lutas das federais, o plano de lutas das estaduais, a política educacional e demais políticas relacionadas com o sindicato.

Para o professor Givanildo, dentro da urgência que vivenciamos nesse momento de sucateamento das universidades e destruição do país, o 40° Congresso do Andes pareceu distante de discussões acerca das estratégias de lutas, práticas, do ponto de vista de construir a mobilização. “Uma de nossas maiores dificuldades no momento é promover a mobilização da categoria. Assim, penso que o Congresso deveria ter investido mais em discutir estratégias para retomar as mobilizações, com pautas mais pragmáticas”, pontuou o professor.

O professor salientou ainda que alguns TR proporcionaram muitos embates, dentre eles o TR que tratava da desfiliação da CSP-Conlutas (contudo, a decisão foi remetida mais uma vez para um CONAD especial), a refiliação do Andes ao Dieese, a qual a votação do plenário indicou a refiliação, mas com condicionantes que serão avaliados pela diretoria do Andes, e a eleição para a nova diretoria do Andes, onde a deliberação foi para que ocorresse no primeiro semestre de 2023. As ponderações sobre a realização da eleição para diretoria do Andes giravam em torno da perspectiva de que o foco deste ano de 2022 deveria ser derrotar o atual governo.

Na visão do professor, diante de tantos debates e muitas divergências, uma unanimidade estava explícita: a de permanecermos todos atentos e mobilizados pela derrota de Bolsonaro.

O professor Juliano ressaltou que apesar do congresso ser o primeiro presencial desde o início da pandemia, os trabalhadores e trabalhadoras da educação mostraram engajamento e disposição da categoria para lutar contra as políticas nocivas e perversas do governo Bolsonaro.

Para ele, contudo, a atual direção do ANDES não traz um alinhamento com uma possibilidade de projeto futuro para a educação pública, conclama a categoria para gritar o FORA BOLSONARO, todavia não apresenta uma alternativa caso o Bolsonaro seja derrotado. “A realidade e a conjuntura têm mostrado que, atualmente, a alternativa mais lúcida, mais factível e que tem sinergia com os reclames e anseios populares para um Brasil melhor, é uma candidatura do campo democrático e de esquerda. Vamos seguir juntos na luta pela manutenção e ampliação dos nossos direitos e por um Brasil mais justo”, enfatizou.

O professor David destacou que foi muito importante o Congresso acontecer de forma presencial depois de uma interrupção longa por conta da pandemia, e teve uma boa participação de professores de todo Brasil, o que ajuda na reorganização da luta que é diferente quando retomado de forma presencial. Mas pontuou que um grande problema, inclusive da própria organização, que prejudicou avançar em algumas discussões importantes nesse momento, como o próprio processo da campanha salarial, foi o fato do Congresso não ter acontecido em Brasília e sim em Porto Alegre, pois ao mesmo tempo que o Congresso acontecia em Porto Alegre, as atividades de pressionar o governo federal para arrancar o reajuste da categoria estava acontecendo em Brasília, com isso, não se conseguiu dar o peso que o Andes poderia dar na pressão do governo Bolsonaro para atender a categoria.

O professor David destacou ainda que foram feitas discussões importantes, mas algumas também foram prejudicadas e outras questões ficaram encaminhadas para serem discutidas no próximo CONAD, inclusive questões relevantes como a posição política relacionada à guerra na Ucrânia. Apesar disso, avaliou a participação no Congresso como positiva: “em geral eu acho que do ponto de vista político a participação da APUR foi importante, com a delegação de 4 professores e nós conseguimos estabelecer relações com outros colegas de outras sessões no sentido de fortalecer o movimento”, concluiu.

O professor Arlen Beltrão lembrou que foi importante aprovar a TR que articula a luta das seções das universidades sob intervenções do Governo Bolsonaro. A diretoria da APUR foi, inclusive, uma das proponentes dessa proposta e nossa delegação atuou para que uma campanha seja desenvolvida imediatamente.

Segundo o professor Arlen foi muito ruim a TR que se refere à luta contra a transferência de nossas aposentadorias para o INSS não ter sido apreciada pelo plenário e, consequentemente, não aprovada. “Essa é uma demanda urgente que implica toda a categoria. O processo de transferência está em curso e necessitamos de uma ação forte a articulada de todas as nossas seções. Lamentavelmente, a forma burocrática e cansativa de nosso congresso prejudica a discussão e aprovação de matérias significativas”. Por fim, o professor Arlen destacou que o congresso deveria ter concentrado seus esforços na discussão de estratégias e táticas relacionadas a principal pauta do momento, a Campanha Salarial de 2022 e a Recomposição dos Orçamentos das IFES. Não obstante, “a delegação e a diretoria da APUR voltam do congresso com o compromisso de dialogar com sua base visando à construção da mobilização necessária para conquistarmos a recomposição salarial, a ampliação do orçamento das universidades e derrotar o Governo Bolsonaro. Para tanto, dentre outras coisas, faremos uma campanha de filiação em todos os centros”.

Um ponto em comum para os delegados na participação no 40° Congresso do ANDES-SN foi que o congresso propiciou encontro da classe dos professores e professoras do ensino público superior de diversas instituições, para discutir assuntos tão caros e urgentes para nossa categoria e compartilhamento das diversas visões do momento.

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