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DEMORA DA NOMEAÇÃO DA NOVA REITORA PREOCUPA COMUNIDADE DA UFRB

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) poderia estar apenas concentrada nas comemorações de seu 14º aniversário, mas, ao invés disso, vive um momento de incerteza, já que, até o momento, não houve a nomeação da professora Georgina Gonçalves, nome mais votado tanto na consulta com a comunidade acadêmica quanto na lista tríplice enviado ao Ministério da Educação (MEC) pelo Conselho Universitário (CONSUNI).

Com um clima notadamente tenso, e conselheiros (as) confessamente preocupados (as), o CONSUNI da UFRB se reuniu nesta terça-feira (30). Durante a reunião, ficou claro que, institucionalmente, tudo exigido por lei foi feito e referendado pela justiça, agora só falta o ato de nomeação do presidente da República, que precisa ter a responsabilidade de nomear a mais votada na composição da lista tríplice.

Vale lembrar que o mandato de vice-reitora da professora Georgina acaba às 23:59 do dia de hoje (30), ou seja, a possibilidade de a UFRB acordar amanhã sem um gestor máximo é grande. Complicando total o andamento da universidade, como, por exemplo, a homologação da folha de pagamentos que seria feita amanhã (31).

 O professor Augusto Sá, representante docente no Conselho, colocou que a UFRB, hoje, vive um momento de grande apreensão: “Nós fizemos um processo eleitoral, referendado pelo CONSUNI, que elegeu uma lista tríplice, seguiu os trâmites legais, e isso foi enviado ao MEC. O mandato do reitor Silvio terminou dia 15 de julho, portanto, a partir desta data, um novo reitor, obedecendo a lista tríplice a mais votada foi a professora Georgina, já deveria ter sido nomeada e até empossada”, explicou o professor.

Apesar de ainda esperar uma decisão favorável, é inevitável que se reflita sobre a possibilidade da não nomeação. Na visão do professor e diretor do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), Jorge Cardoso, caso não haja a indicação de nenhum dos nomes da lista tríplice, o próprio governo do Estado brasileiro negará os procedimentos que legislam a escolha da sucessão: “Se não fizer, é porque o próprio governo está desconhecendo das bases legais que permitem que um determinado dirigente de instituição de ensino superior seja de fato nomeado. Caberia ações da parte das categorias, inclusive judiciais, para poder garantir que a lei que regulamenta seja cumprida”, completou Jorge.

O professor Jorge ainda falou na perspectiva de diretor de Centro. Segundo ele, os Centros, enquanto gestões setoriais, necessitam da figura jurídica da administração central. “É impossível que os centros de ensino tenham capacidade de se gerenciar se não tiver um reitor nomeado. No caso de a nomeação não sair ainda amanhã, a gente vai procurar, enquanto diretores de centros de ensino, propor algum tipo de ação frente ao MEC para que a nomeação da reitoria da UFRB seja efetivada”, finalizou o diretor do CAHL.

Apesar da preocupação evidente, o professor Fábio Josué dos Santos, diretor do Centro de Formação de Professores (CFP), prefere acreditar que o Estado brasileiro agirá de forma correta. “Eu quero acreditar que dentro do prazo essa definição ocorra, que o Estado brasileiro faça cumprir todos os processos legais que orientaram a ação do Conselho até aqui, na definição daquilo que lhe cabe no processo de escolha da sucessão da reitoria”, afirmou o professor.

O professor José Arlen Beltrão, representante sindical da APUR, também esteve na reunião do CONSUNI e nos expôs sua visão da situação. O professor destacou que o atual governo não demonstra compromisso com a universidade pública, em particular com a UFRB, tendo em vista que vem desrespeitando a decisão toada pela comunidade da universidade: “Chegamos ao momento de estarmos à beira de ficar sem uma direção constituída. Isso deixa marcas na universidade coloca em descredito a própria democracia universitária”, lamentou o professor.

 Mas o professor Arlen fez questão de lembrar o papel combativo da APUR em todos os momentos de luta da universidade, e afirmou que a associação vê com muita preocupação tudo isso, e se cola à disposição de defender a democracia e a autonima universitária, e vai adotar todas as formas possíveis para que a decisão da comunidade da UFRB seja respeitada.

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