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Comunidade acadêmica da UFRB discute a expansão das IFES

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A Associação dos Professores Universitários do Recôncavo (APUR) promoveu, nessa terça-feira (27), a palestra A Expansão das IFES e o Projeto de Universidade Pública Brasileira. O tema foi ministrado pelo vice-presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), Luiz Henrique Schuch, e também contou com intervenções preciosas de docentes e discentes.

Luiz Henrique Schuch iniciou a fala alertando que é necessário ficar atento para que a discussão sobre a expansão não se reduza a números, à questão de quem simpatiza ou não com o governo. Para ele, discutir esse tema é também pensar em que Brasil se está falando, um país que tem um processo de nação e ensino incompletos. É lembrar que o Brasil foi o último da América Latina a ter uma universidade, e que somos o país da América do Sul com menor número de diplomados.

Como já foi exposto em vários debates, a categoria docente não é contra a expansão, mas sim contra a forma que ela foi concebida e vem sendo colocada. O professor Schuch colocou que se a base tivesse sido ouvida no processo de expansão da universidade, estaria sendo implantado com características muito mais próximas das necessidades do povo brasileiro: “Sem tanta precarização das condições de trabalho, sem tanta dificuldade de se estabelecer. Ao invés de fazer acordo com o primeiro político que passou, deveria ter discutido com a própria comunidade e com a comunidade da universidade”, disse o professor.

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A importância da base foi uma fala quase unanime nas intervenções dos docentes. O secretário da APUR, professor Antonio Eduardo de Oliveira, afirmou ser a participação dos docentes e o debate político instrumentos de luta e de mobilização, e relembrou o protagonismo que as universidades mais precarizadas tiveram na greve docente do ano passado. O professor Tarcisio Cordeiro foi enfático ao dizer que os representados só são ouvidos no momento do voto. “Nós chegamos ao nosso limite. Parece-me que o projeto que nos trouxe até aqui não é mais capaz de nos levar à diante. A base nunca foi ouvida”, afirmou Tarcisio.

As complicações do projeto de expansão da universidade também foram lembradas pelos discentes. Segundo o estudante Joelton Belau, a política de expansão tal qual o programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) propôs, tem grandes contradições: “Permitiu que os estudantes, principalmente das classes populares, tivessem acesso à universidade, e isso já é um ganho muito positivo para a educação. Ao mesmo tempo, a gente encontra uma relação de 1 professor para cada 18 estudantes, que é uma relação de superlotação de turmas, laboratórios debilitados, prédios que racham. Não nos dão as condições para nos formamos bons profissionais comprometidos com a sociedade”, pontuou Belau.

Diante de todas as queixas que se tem em relação ao projeto de expansão das universidades públicas federais, Luiz Henrique Schuch acredita que ele só dará certo quando obedecerem aos preceitos que a Constituição de 1988 definiu como aqueles que deveriam nortear a organização da universidade: “A perspectiva do padrão de qualidade, com indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão de todo o sistema, um sistema federal de universidade como referência positiva, do qual deveriam se espelhar todos pretendentes a ofertar o ensino superior no país, a democracia e a autonomia francamente atropeladas nesse processo”, defendeu Schuch.

Além dos docentes e discentes, o evento contou com a participação dos funcionários técnicos administrativos, na pessoa de Aida Maia, representante local da ASSUFBA.

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