Provando que o trabalho de um professor não se resume à sala de aula, o vice-presidente da APUR Herbert Toledo Martins e o professor João Mendes publicaram o artigo “A política de drogas no Brasil e as novas ameaças” no Le Monde Diplomatique Brasil, um jornal mensal bastante conceituado, que visa abordar de forma profunda, entre outros temas, relações internacionais, economia, política, cultura. O artigo traz uma reflexão sobre algumas das ações do Brasil no “combate às drogas”.
Para matar um pouco a curiosidade de quem ainda não teve a oportunidade de ler o artigo, segue algumas das colocações dos autores. Segundo eles, se formos levar em consideração o custo/mês por preso e o custo/mês por usuário do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-AD), chegaremos à conclusão de que, além de ineficiente, “o sistema o sistema prisional para usuários de drogas é caro e inadequado. Mesmo com evidências do equívoco dessa política proibicionista-policialesca, de tempos em tempos o Congresso Nacional revigora seu ar anacrônico”.
Além das Caps- AD, surgem as Comunidades Terapêuticas, que de novo não tem nada: “Elas são a nova roupagem do velho jeito manicomial de tratar os desvios morais − novo modelito num manequim já gasto que atualmente sofre denúncias de abusos e violações a direitos fundamentais.” Os articulistas deixam claro que não há dados precisos sobre a quantidade ou localização dessas Comunidades, mas que, de certo, quase a totalidade delas está vinculada a entidades religiosas cristãs, o que gera um conflito, já que tais Comunidades relutam contra a premissa da laicidade do Estado brasileiro.
Os autores terminam o artigo com a seguinte reflexão: “Um país que possui uma dívida histórica decorrente do vilipêndio a direitos fundamentais de segmentos já vulnerabilizados pelas desigualdades sociais não pode aceitar passivamente essa reprodução do higienismo social típica dos séculos XIX e XX”.
O texto completo pode ser lido no endereço: http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1498