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Caracterização do serviço social no contexto do mercado de trabalho no Recôncavo Baiano.

s_a_06-11-2013

Levando em consideração o redimensionamento da profissão face às transformações societárias, especificamente nas relações entre o público e privado, a partir da década 1990, tem suscitado a necessidade das unidades de formação acadêmica – UFAS e das entidades representativas da categoria, a exemplo do CFESS- Conselho Federal de Serviço Social e CRESS- Conselho Regional de Serviço Social a investirem na realização de pesquisas sobre o mercado de trabalho profissional, buscando compreender os rebatimentos da crise no exercício profissional, o que implica analisar criticamente o agravamento da questão social, as novas formas de enfrentamento gestadas pelo Estado e as configurações do mundo do trabalho.

Considerando as particularidades do contexto político atual, ressalta-se o protagonismo da UFRB na constituição do primeiro curso de Serviço Social na realidade da Bahia, resultante de um contexto de luta da categoria e de lideranças locais para que o mesmo fosse implementado. Aliada a crescente ampliação do mercado de trabalho no Recôncavo. Pode-se destacar que o curso tem oportunizado a inserção de discentes e lhes dando a oportunidade de fazer o curso superior. A partir da realização do estágio supervisionado, o curso tem possibilitado estabelecer um diálogo com os profissionais do Recôncavo, se apropriando das reais dimensões e desafios do fazer profissional

numa direção de reafirmação dos direitos no contexto de crescente precarização das condições de vida e de trabalho das famílias.

Tal processo tem suscitado à necessidade do curso de Serviço Social compreender melhor o cenário do trabalho profissional, face ao desafio de sintonizar a formação às demandas postas ao mercado de trabalho, o que implica ter como premissa que “as profissões têm passado por alterações significativas nas condições e relações de trabalho na contemporaneidade. Importa, portanto, não apenas identificá-las, mas compreendê-las à luz dos condicionamentos sócio-históricos que as produzem” (ARANHA, 2005.p.9).

Dentre os desafios profissionais, destacam-se: o trabalho no campo da Saúde e da Assistência Social. Entretanto, observa-se que o trabalho e as condições de trabalho dos assistentes sociais sofrem os rebatimentos das mudanças do mundo do trabalho, sendo crescente o processo de precarização do exercício profissional, quer seja, por meio dos vínculos empregatícios e das condições de remuneração. O que tem implicado no aumento significativo de profissionais com vários vínculos em diferentes municípios, como estratégia de garantia de sobrevivência.

Há que destacar a tendência posta de transferência de responsabilidades das ações governamentais para instituições do Terceiro Setor, provocando mudanças na oferta dos

serviços à população usuária e, consequentemente, no trabalho profissional. Nesse aspecto, verifica-se a tendência da participação dos profissionais na atuação com os conselhos de direitos, quer seja, na condição de participantes e ou assessores dos órgãos governamentais. Identifica-se ainda a presença do trabalho profissional na gestão dos programas e projetos sociais, colocando para o profissional o desafio de formulação e análise de indicadores sociais, elaboração de planos de ação e, especialmente, avaliação das políticas.

Outro aspecto significativo na atuação profissional tem sido o trabalho com famílias. Apesar das diretrizes e recomendações das políticas públicas, na prática há uma simplificação direcionada ao trabalho com as mulheres. Tal questão nos faz remeter às indagações acerca das lacunas do processo de formação e das dificuldades de sua operacionalização.

Prof.ª Albany Mendonça
Professora de Serviço Social da UFRB-CAHL

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