Representando a Associação dos Professores Universitários do Recôncavo (APUR) na mesa de abertura da Conferência Geral da Estatuinte UFRB, ocorrida nesta segunda-feira (19), o professor Antonio Eduardo Oliveira chamou a atenção para uma questão que, em sua visão, deve ser central na reelaboração da estatuinte da UFRB: a luta pela autonomia e democracia na universidade.
O professor Antonio Eduardo foi categórico ao afirmar que, na UFRB, não há o exercício efetivo da democracia. Para ele, o processo da estatuinte é a oportunidade de todos os segmentos lutarem por uma transformação da universidade: “um momento de se travar uma luta política pelo processo de democracia na UFRB”, completou o docente.
Engrossando o coro pela democracia na universidade, o representante do Coletivo Central Estudantil (CCE), o discente Cláudio Lisboa, lembrou que a defesa dos estudantes sempre foi pela paridade nos votos que decidem os rumos da universidade. Além da democracia, os discentes da UFRB também defendem a participação, em especial da sociedade civil que nem sempre é considerada nas decisões da universidade.
Cláudio colocou que o processo da estatuinte é um momento ideal para se promover a ressignificação da universidade, para que seja garantida a sua função social, o que, em sua opinião, só será possível com a participação efetiva da sociedade civil que, para ele, deveria ser considerado o quarto segmento da universidade: “O Movimento Estudantil defende a participação da sociedade civil, pois sem ela a universidade perde a sua função social”, colocou o discente.
O palestrante da conferência, Gustavo Balduíno, secretário executivo da ANDIFES, também frisou a importância da participação da sociedade civil nos rumos da universidade, e elogiou a iniciativa da UFRB em ter garantido a participação de representantes da comunidade na comissão da estatuinte. Para Gustavo, é necessário que a sociedade civil veja pertinência na universidade: “Os melhores defensores da universidade é a sociedade. Se não tivermos mecanismos permanentes de escutarmos a sociedade, vamos pensar que a universidade é nossa”, afirmou Gustavo.
O secretário também destacou que um estatuto não é para regular o passado, mas para pensar no futuro da universidade, por isso que seu processo precisa refletir não só temas que já estão previamente colocados, mas também aqueles que poderão estar em pauta futuramente, como é o caso, por exemplo, da Educação à Distância.
A conferência foi aberta pelo reitor em exercício, o vice-reitor Sílvio Soglia, que frisou a importância fundamental da estatuinte para o futuro da universidade. Além da reitoria, do CCE e da APUR, a mesa de abertura também contou com a representante do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da UFBA e da UFRB (ASSUFBA), Aida Maia, que reforçou a disponibilidade dos servidores em participar e construir o estatuto da UFRB, e com o representante da sociedade civil, João Militão.