CARTA ABERTA À COMUNIDADE
Nós, docentes da UFRB, vimos a público divulgar que, a partir de hoje, estamos em greve pela necessidade imediata de defender a universidade pública de qualidade.
Desde o início deste ano estamos denunciando e lutando contra as medidas retrógradas adotadas pela atual política econômica do governo federal que afetam diretamente os serviços e os/as servidores/as públicos/as.
A aprovação na Câmara de Deputados do Projeto de Lei 4330, que amplia as terceirizações; combinado com a aprovação das Medidas Provisórias 664 e 665, que atacam os direitos dos trabalhadores, ampliou o cenário da crise política e econômica em todo o país, crise que foi agravada com o corte de R$ 70 bilhões no orçamento federal, sendo R$ 9 bilhões retirados da educação brasileira, com o objetivo de acumular recursos para pagamento dos juros da dívida pública.
Essa nefasta política econômica já começou a afetar o funcionamento da nossa UFRB, que até agora acumula uma dívida de quase R$ 10 milhões; o que fez a reitoria já anunciar um conjunto de cortes no custeio da universidade, que inclui redução no uso dos transportes, energia, água, telefone e, mais grave, a indicação de demissão de trabalhadores terceirizados.
Estes cortes orçamentários impedem o bom funcionamento da universidade, já que dificulta a realização das atividades de ensino, pesquisa e extensão, prejudicando os programas que incentivam a participação e interação com a comunidade acadêmica e do Recôncavo, como no caso do PAFOR, que é responsável por fazer a formação dos/as professores/as dos municípios da nossa região e que não irá iniciar as turmas previstas para 2015 por conta dos cortes nos recursos.
Ainda neste contexto de crise, enfrentamos a necessidade de lutar por reajuste salarial, uma vez que estamos com nossos salários corroídos pela inflação desde 2012 e sofremos com a desestruturação de nossa carreira e previdência social.
Nós docentes estamos em luta pela educação pública, que proporcione uma formação de qualidade aos filhos e filhas do Recôncavo Baiano. Os/as trabalhadores/as e os serviços públicos não são os responsáveis por essa crise, por isso convocamos todos e todas para juntos construirmos um forte movimento a fim de exigir do governo federal a reversão dos cortes e as garantias orçamentárias para seguirmos na construção da UFRB pública e de qualidade.
A UFRB é fruto das lutas do povo do Recôncavo e, ao completar 10 anos em 2015, enfrenta sua pior crise financeira, o que compromete o projeto de interiorização da educação federal e a formação da juventude da nossa região. Essa luta é de todos/as. Juste-se a nós na defesa de uma UFRB pública, gratuita e de qualidade.
Cruz das Almas, 22 de junho de 2015.
Comando Local de Greve dos/as docentes da UFRB.