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NOTA DA DIRETORIA DA APUR: TODO APOIO À OCUPAÇÃO DX ESTUDANTES DA UFRB E DAS UNIVERSIDADES E ESCOLAS BRASILEIRAS

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NOTA DA DIRETORIA DA APUR:

TODO APOIO À OCUPAÇÃO DX ESTUDANTES DA UFRB E DAS  UNIVERSIDADES E ESCOLAS BRASILEIRAS

Somando-se a outras centenas de jovens estudantes de ensino médio e superior, xs estudantes da UFRB ocuparam a universidade a partir do dia 19/10 reivindicando a revogação e/ou não aprovação da PEC 241, que congela gastos públicos por 20 anos e em apoio axs outrxs estudantes secundaristas, que ocupam escolas por todo país, pela suspensão da MP 746, que reforma o ensino médio.

Trata-se de resistência ao golpe de estado em curso que fia-se na desarticulação de movimentos de minorias sociais – negrxs, mulheres , LGBT, sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras, trabalhadorxs do campo, dentre outros – por meio da suspensão de direitos conquistados ao longo da história de luta dos movimentos sociais. Trata-se de resistir à tentativa de tornar inviável a formação, o cuidado à saúde, a assistência aos povos empobrecidos e axs trabalhadorxs brasileirxs. Trata-se de mobilizar-se contra o conservadorismo que se constitui por meio da tradição, família e propriedade, signos dos fascismos e autoritarismos que movem os ditadores e a elite branca brasileira e da America Latina. Trata-se de experimentar a gestão do espaço de educação contra a tentativa de tutela e autoritarismo do estado brasileiro e do governo golpista sobre a autonomia docente, os currículos e as práticas educativas.

Ao longo da história da universidade brasileira foram muitxs que lutaram para a que o ensino se interiorizasse, para que as politicas afirmativas garantissem acesso a negrxs, jovens indígenas, quilombolas, dissidentes da identidade sexual, jovens do campo, sendo desta população que se constitui hoje majoritariamente a UFRB. Isto não é suficiente, mas não é pouco! Isto não nos basta, mas não nos pode ser tirado! A PEC que congela os investimentos imporá cortes aos cortes já feitos aos custeios e investimentos nas universidades do interior do país, onde jovens sem acesso à educação são vitimas das ações coronelistas e patrimonialistas tendo seus direitos e vidas ameaçadas pela concentração de terra, ausência de empregos e ausência de politicas de cultura e lazer. A Universidade tornou-se uma ameaça à elite nordestina porque constrói oportunidades e valoriza sujeitos invisíveis ao Brasil da elite; porque torna real a possibilidade de permanência de populações excluídas do ensino, porque valoriza o trabalho das populações tradicionais.

A crise construída pelo modo de produção de riquezas que sempre vitimou xs pobres e trabalhadorxs não pode ser paga pelos mesmos que exclui ao longo dos séculos. Não pode ser paga com recursos destinados à educação e/ou saúde!  Se há crise, efeito do modo de acumulação, que a pague quem dela e com ela lucra!

Não nos basta a UFRB que temos hoje, mas não podemos deixar de resistir já que a universidade não é uma dádiva do estado, mas resultado de luta e combate ao estado racista , machista, misógino e privatista. Quando estudantes ocupam a universidade dizem que este lugar é delxs por direito e que não abrirão mão de educação pública, gratuita e de qualidade!

Diretoria da APUR sente-se orgulhosa da força juvenil da UFRB e apoia o movimento, colocando-se disposta ao diálogo de estratégias, à contribuição ao debate e formação. São dias que valem 20 anos! São dias que garantem que haja universidade amanhã. São dias contra o golpe! Nosso apoio à resistência!

Que sejam dias de aprendizado organizativo, de resistência potente, de experimentação da multiplicidade, de formação de espaços permanentes de organização e de maturação do dialogo entre as categorias da comunidade universitária!

DIRETORIA DA APUR

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