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PLANO DE LUTAS DO SETOR DAS IFES

 

TEXTO DE APOIO

 

Balanço de 2014: pauta geral e pauta específica do Setor das Federais

O principal desafio para o movimento docente, em 2014, foi enfrentar politicamente o quadro geral de um ano marcado por especificidades, entre as quais a realização da Copa do Mundo de Futebol e as eleições presidenciais. O Plano de Lutas do Setor das Federais, aprovado no 33º Congresso do ANDES-SN, definiu ações em dois sentidos: as lutas específicas da categoria articulada com a luta conjunta dos demais SPF, além da inserção política do setor nas mobilizações classistas mais amplas.

No âmbito dos Servidores Públicos Federais (SPF), um dos eixos do nosso plano de lutas apontava para investir em ações conjuntas com os SPF, atuando no Fórum das Entidades dos SPF, e na articulação com as entidades para potencializar as ações da Campanha. Com iniciativas para buscar a abertura de negociações, realizando atos, reuniões, debates, seminários, definição de pauta, forçando espaços junto aos setores do Poder Executivo, aos parlamentares e atividades de mobilização nas categorias nos estados e em Brasília. Neste processo, destacou-se a luta em defesa dos direitos de aposentadoria, pela aprovação da PEC 555-2006 (que prevê a extinção da contribuição previdenciária dos proventos de aposentados e pensionistas do setor público) e do PL 4434-2008 (que prevê o reajuste dos benefícios mantidos pelo Regime Geral da Previdência Social e o índice de correção previdenciária).

Após a realização dos atos políticos em Brasília e nos Estados, os representantes do Fórum foram recebidos pelo secretário das relações de trabalho. Prevaleceu a intransigência do governo, seu descompromisso com o serviço público e o processo negocial não se efetivou, com a alegação de que existiam acordos vigentes (2012) e qualquer negociação só ocorreria a partir de 2015, para impacto financeiro em 2016. Neste momento, Fasubra e Sinasefe, que já se encontravam em processo de mobilização, deflagraram greve que, após mais de cem dias, foi judicializada pelo governo, forçando as categorias a retornarem ao trabalho sem que o governo abrisse negociação efetiva.

Durante o segundo semestre de 2014, reuniões e atividades conjuntas foram realizadas pelo conjunto dos SPF, avaliando e discutindo a campanha salarial de 2014 e preparando a campanha salarial de 2015. Com este sentido, foi realizado o Seminário Nacional dos SPF, entre 14 e 16 de Novembro, em Brasília. O objetivo central do seminário foi unificar e fortalecer a luta dos SPF para a campanha salarial de 2015.

No que se refere à luta específica do setor, confirmou-se a mesma postura governamental em relação ao conjunto dos SPF. A reabertura das negociações com a SESU/MEC sobre a reestruturação da carreira também não frutificou devido à intransigência sistemática do governo de que não poderia haver qualquer repercussão financeira em 2014, apesar das pressões exercidas pela categoria organizada na base do Sindicato Nacional.

A pauta do setor aprovada no 33º Congresso foi protocolada no MEC e MPOG, e solicitada audiência com o Ministro da Educação. Em 18 de Março, ocorreu a reunião com o secretário executivo, Luís Cláudio, e com o secretário da SESU/MEC, Paulo Speller. A diretoria do ANDES-SN cobrou do governo uma mudança de postura que tem adotado e que abrisse negociações efetivas, tendo como referência a pauta aprovada no 33º Congresso. Os representantes do governo ficaram de discutir internamente e trazer o posicionamento em reunião, que seria agendada com a SESU/MEC. Essa reunião foi realizada no dia 26 de Março, com sinalização para iniciar o debate sobre as questões conceituais de reestruturação da carreira.

No primeiro semestre, após reunião do setor das federais, a avaliação constatou que era necessário intensificar a mobilização para forçar o governo a negociar. As reuniões com a SESU/MEC iniciaram-se a partir de Março e, no dia 10 de Abril, foi apresentada a proposta inicial, aprovada pelo setor, com pontos conceituais para reestruturar a carreira docente. Em 23 de Abril, a direção do ANDES-SN voltou a se reunir com a SESU/MEC, quando o secretário Paulo Speller assinou, representando o MEC, um documento de concordância com os pontos iniciais para a reestruturação da carreira apresentados pelo ANDES-SN, ficando acertado o compromisso de nova reunião marcada para o dia 21 de Maio. Houve acordo nos seguintes pontos: (1) a carreira deve ser estruturada em degraus constantes do início até o final; percentuais definidos para a valorização de cada uma das titulações; relação percentual constante entre regimes de trabalho, com valorização da dedicação exclusiva (a combinação destes três elementos estará integrada, compondo o vencimento de cada professor, segundo a sua situação particular quanto ao nível na carreira, a titulação e o regimento de trabalho); (2) que o piso organizador da malha de vencimentos, estruturada em decorrência do item anterior, seja o valor fixado para o nível inicial da carreira do graduado em regime de 20 horas; (3) reconhecer a autonomia das instituições, para que os critérios de desenvolvimento na carreira sejam definidos no âmbito do Plano de Desenvolvimento Institucional, resguardada a supervisão pelo Ministério da Educação.

A seguinte reunião do setor das IFES avaliou que o documento, assinado pelo secretário da SESU, reconhecia a desestruturação da carreira docente e, qualquer movimentação futura em relação aos pontos acordados, necessitaria de mobilização intensificada da categoria. Nesta reunião, também foi aprovado um elenco de propostas a serem apresentadas na próxima reunião com o governo, remetendo para nova reunião do setor, nos dias 24 e 25 de Maio, a deliberação sobre período de deflagração da greve, com base no resultado da rodada de assembleias gerais (AG). Nas rodadas de AG, foi aprovado o indicativo de greve nacional dos docentes das IFE 2014, ainda sem data. Nessa reunião do setor, foi aprovada uma intensa agenda de atividades, incluindo novas rodadas de AG e paralisação. A reunião agendada com o Secretário da SESU para dia 21 de Maio foi cancelada, sob alegação de motivo de viagem do secretário.

Mesmo com o cancelamento da reunião, os representantes do ANDES-SN protocolaram a carta contendo as propostas aprovadas na última reunião do setor das IFES. Os pontos destacados na carta contemplavam os itens apontados abaixo.

1) Avançar na objetivação do primeiro conceito que houve aceitação do MEC sobre a reestruturação da carreira, levando a proposta do ANDES-SN e cobrando a definição de um horizonte temporal para a implantação desse conceito na carreira. O conceito é: “Fixar como conceito no texto da Lei: – a estruturação em degraus constantes desde o início até o final;- percentuais definidos para a valorização de cada uma das titulações;- relação percentual constante entre regimes de trabalho, com valorização da Dedicação Exclusiva; (a combinação destes três elementos estará integrada, compondo o vencimento de cada professor, segundo a sua situação particular quanto ao nível na carreira, a titulação e o regime de trabalho” A proposta do ANDES-SN é: – Degraus constantes determinados mediante variação crescente em razão de 5%; – Percentuais de acréscimos relativos à titulação: 75% para doutor; 37,5% para mestre; 18% para especialista; 7,5% para aperfeiçoamento (os acréscimos não são cumulativos); – Percentuais de acréscimos relativos ao regime de trabalho, tomando por base o regime de 20h, serão: 100% para o regime de 40h; 210% para o regime de DE.

2) Propor novo ponto conceitual que trate do reenquadramento: – Reenquadramento dos docentes ativos, aposentados e instituidores de pensão, em posição de equivalência em relação ao topo da estrutura da carreira (no caso dos aposentados e instituidores de pensão em ralação ao topo da estrutura da carreira que estava em vigor na data da sua aposentadoria). – Reenquadramento dos professores ativos ou aposentados que cumpriram os requisitos para progressão funcional, mas ficaram retidos no nível ou classe por tempo superior ao interstício previsto, e também os professores aposentados com a vantagem prevista no artigo 192 da Lei 8112 – RJU terão os períodos e níveis correspondentes acrescidos;

3) Pautar inicialmente, sobre Garantia da Autonomia, as seguintes propostas: – Reverter o movimento que intentaria a regulamentação do preceito constitucional da autonomia das universidades federais, seja com a denominação de Lei Orgânica ou outra, adotando , isso sim, medidas urgentes para afastar o cipoal normativo e a imposição de condutas pelo Poder Executivo, que agridem a autonomia universitária, entre elas a transferência das atribuições das assessorias jurídicas para a AGU, a submissão dos órgãos de pessoal ao sistema centralizado de pessoal do governo federal, a gestão, controle e condicionamentos dos hospitais universitários à empresa externa (EBSERH), entre outras….. – Revogação da Lei 9192/92 e o parágrafo único do artigo 56 da Lei 9394/96 (LDB) que ferem os preceitos constitucionais da democracia e da autonomia, de forma que a composição dos conselhos superiores e a escolha dos dirigentes sejam definidas pelas próprias comunidades universitárias; – manutenção dos saldos do exercício financeiro na instituição para livre execução no exercício seguinte;

No dia 25 de Maio de 2014, a reunião do setor das IFES aprovou o indicativo de greve nacional dos docentes por tempo indeterminado para o mês de Junho. Após rodada de AG das seções sindicais entre os dias 2 e 6 de Junho, a reunião do setor do dia 7 de Junho, considerando as informações trazidas pelas seções sindicais sobre o resultado da rodada de AG, avaliou-se que não estava configurado quadro fortalecido para deflagração da greve nacional dos docentes das IFE por tempo indeterminado, apesar do crescimento da mobilização.

No 59º CONAD, foi atualizado o Plano de Lutas do Setor das IFES. Considerando as precárias condições de trabalho, agravadas pela elaboração das resoluções internas de desenvolvimento na carreira, foi elaborada um agenda temática que envolvia temas como: direitos de aposentadoria; promoção, progressão na carreira e critérios para RSC; democracia e autonomia universitária em contraposição à proposta de Lei Orgânica da ANDIFES. Além de aprovar a exigência ao governo em retomar a agenda de negociação com o ANDES-SN, que foi interrompida unilateralmente pela SESU/MEC. Após várias solicitações para retomada de reuniões, as respostas por parte da SESU-MEC foram evasivas e nenhuma reunião ocorreu.

Desenvolvimento na carreira: progressão, promoção e RSC

O modelo de universidade, concebido por dentro das políticas educacionais existentes, se fundamenta no atrelamento à lógica gerencialista e de mercado. A concorrência, competitividade e a lucratividade são parâmetros para a organização do trabalho nas IFE. Essa caracterização se desdobra também no desenvolvimento da carreira docente, cuja lógica do produtivismo, meritocracia e empreendedorismo, são inseridos na forma de critérios para promoções e progressões.

Após o estabelecimento das diretrizes gerais para o desenvolvimento na carreira, coube a cada IFE elaborar suas regulamentações internas, definindo critérios para promoção, progressão e Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC), o que tem gerado embates das seções sindicais nas disputas internas nas IFE travadas em relação à conselhos superiores e reitorias. Tendo em vista que, após o levantamento realizado pelo Setor das IFES, os materiais enviados pelas seções sindicais apontam uma forte tendência de que a definição das normas para o desenvolvimento na carreira estão sendo forjadas à margem do debate com a comunidade acadêmica. De maneira geral, as resoluções são estabelecidas ora em única minuta para Magistério Superior e EBTT, ora em várias minutas. Na maioria das minutas/resoluções, os critérios de pontuação estão distribuídos de forma desigual  entre a atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão. Há resoluções que supervalorizam a gestão, desconsiderando que a mesma é limitada a alguns e não depende da vontade dos docentes, além de não ser parte do fundamento do trabalho docente nas IFE em relação à ensino, pesquisa e extensão.

No trabalho do Setor das Federais, em conjunto com o GT-Carreira, identificou-se que nas resoluções são listadas uma diversidade de itens inerentes à rotina acadêmica, tendo como critério central o produtivismo na definição do novo perfil docente, especialmente baseadas nos indicadores Qualis-CAPES. Devido a esta diversidade, em muitos itens observam-se aspectos contraditórios na valorização das atividades, em que há divergências na quantificação das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Opera-se uma mudança na concepção de trabalho acadêmico, onde cargos de gestão e o produtivismo são o foco central. A tendência é que haja um processo de elitização na carreira docente em que apenas um grupo minoritário galgará o topo da carreira, possivelmente gerando uma disputa fratricida entre docentes.

Tendo em vista as alterações na carreira originadas pela Lei 12772/2012, especialmente a incorporação da classe de titular (Classe E), as administrações superiores alteraram todas as resoluções referentes à promoção, progressão e estágio probatório; e elaboraram critérios para promoção à Classe E e RSC. Importante destacar que, nestas resoluções, aprofundou-se as distorções entre as relações ensino, pesquisa e extensão, além de ter sido apontado um novo sentido para o ensino (valorizando a pós-graduação em detrimento da graduação) e a pesquisa (quantificada pelos critérios de produtivismo da CAPES e de agências de fomento externas, por exemplo). Ainda, os critérios não respeitam as desiguais condições de trabalho existentes em cada IFE, a relação entre campi e campus e as diferenças entre áreas do conhecimento.

Em relação a ascensão à Classe D (Associado), por exemplo, é exigido ao professor, impreterivelmente, participar de programas de pós-graduação. Na Classe E, os obstáculos para a promoção são quase intransponíveis. Convém destacar que a licença, inclusive para qualificação, impede o professor de pontuar para desenvolvimento na carreira. O professor em estágio probatório deve atingir média aritmética a partir de diversos itens e, em caso de licença para pós graduação, o tempo do estágio será suspenso. Outro elemento presente na desestruturação da carreira refere-se à data a ser considerada para a percepção remuneratória, por meio da qual o docente adquire direito relativo à sua progressão/promoção. Em algumas IFES os efeitos financeiros das progressões e promoções terão vigência a partir da data do pedido formulado pelo docente, ou mesmo a partir da homologação do processo via CPPD e/ou Reitoria.

Cabe destacar que a Assessoria Jurídica Nacional (AJN) do ANDES-SN elaborou Parecer Jurídico (enviado às seções sindicais via Circular) em que conclui que o docente faz jus a concessão de sua promoção/progressão, preenchidos os requisitos elencados nas resoluções, a partir do término do interstício legal de vinte e quatro meses na classe e/ou nível referente, iniciando neste período a contagem dos efeitos funcionais e patrimoniais. Portanto, é a partir da data em que o docente conclui os vinte e quatro meses que deve ser contado o período para efeitos financeiros retroativos.

Outra forma de ataque à autonomia universitária e intelectual surge com a implantação dos sistemas de controle acadêmico, sendo mais uma investida no propósito de desestruturar a carreira docente e precarizar as condições de trabalho. Estes sistemas são estruturados de forma a monitorar o trabalho, inclusive no tempo da jornada de trabalho (na forma de ponto eletrônico, por exemplo), subnotificando as atividades docentes e mascarando o excesso de trabalho.

Já na carreira EBTT, o RSC instituído pela Lei 12.772/2012 coloca uma reflexão cuidadosa e necessária para que possamos compreender as implicações trazidas por estes critérios. O Art. 18, que dispõe sobre o RSC, coloca: “no caso dos ocupantes de cargos da Carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, para fins de percepção da RT, será considerada a equivalência da titulação exigida com o Reconhecimento de Saberes e Competências – RSC”.  O RSC é uma certificação, equivalente à Retribuição por Titulação (RT), somente para fins de percepção remuneratória, que pode ser concedida ao docente que solicitar e que consiga atingir a pontuação mínima a partir dos critérios estabelecidos pelas IFE e autorizados pelo Comitê Permanente de Reconhecimento de Saberes e Competências (CPRSC). A tarefa que nos é posta, a partir de Março de 2013, consiste na reflexão sobre o conceito desse reconhecimento, e nosso desafio é problematizar em nossa base o paradoxo da criação de um dispositivo de percepção remuneratória que enfatize ainda mais as discrepâncias entre as carreiras, possivelmente aprofundando a falta de incentivo à qualificação dos docentes EBTT e crie critérios diferentes de promoção/progressão e RSC na mesma carreira, mas que traga aos professores um benefício financeiro.

A questão a ser destacada no que diz respeito a essa particularidade da carreira EBTT, é a problematização do princípio do RSC. Há defesa de hipóteses de que esse instrumento de equivalência de retribuição por titulação veio para corrigir injustiças históricas com os professores da EBTT em relação ao baixo incentivo a qualificação; outra hipótese é que trata-se de uma iniciativa visando diminuir a pressão dos docentes da EBTT para condições de saída para qualificação. Tais conjecturas reafirmam o caráter discriminatório entre as duas carreiras, que parece agora estar se normatizando com a Lei 12.772/2012.

As reflexões devem ser estendidas à uma previsão das consequências da implementação da RSC. A carreira EBTT nunca teve incentivo, como o magistério superior, para qualificação do seu quadro e, no atual contexto da implantação do Reconhecimento, há um negligenciamento em relação a esse direito dos professores. É necessário atenção e cautela para que não passe despercebida mais uma estratégia de retiradas de direitos aos professores. Dessa forma, o aprofundamento das discrepâncias entre as carreiras do MS e EBTT se materializa quando se observa a diferenciação no tratamento dado às atividades que definem as tarefas entre elas, abrangendo produzir ensino, pesquisa e extensão. Estas reflexões se fazem importantes num cenário em que, a carreira contida na lei do governo, demonstra-se eficaz na implementação de uma visão tecnicista, produtivista e operacional de trabalho universitário, em fina sintonia com a perspectiva da mercantilização da educação e do conhecimento, como também na geração de professores mais capacitados e outros menos.

Por fim, é importante a denúncia da intensificação do trabalho e divisionista presente na certificação de RSC, apontando para a necessidade de um programa de qualificação que permita aos docentes obterem sua titulação em nível de pós-graduação, para atingirem o topo da carreira e qualificar o trabalho docente e a formação universitária. Nesse sentido, é preciso intensificar as lutas para que se tenha políticas efetivas de qualificação e não de “penduricalhos” nos vencimentos que poderão não ser agregados na aposentadoria e serão barreiras para a promoção ao topo da carreira.

Para o ANDES-SN, os critérios para o desenvolvimento da carreira devem ser articulados no Plano de desenvolvimento Institucional da IFE e/ou na Avaliação Institucional; devem também considerar a contextualização social da IFE ou seus campi e estar inseridos dentro das reais condições de trabalho docente da IFE; e devem ainda considerar a diversidade das práticas acadêmicas e as especificidades de cada área do conhecimento, sem favorecimento e/ou prejuízo de umas em relação as outras.

Funpresp/Ebserh/Fundações/Os

Os ataques do governo federal contra a autonomia universitária e retirada de direitos dos trabalhadores, surgem das mais diferentes formas, como a entrega do patrimônio público ao capital privado, resultando na reconfiguração do mundo do trabalho, e intensificando ataques aos direitos da classe trabalhadora historicamente conquistados na conjuntura atual, através da administração de empresas privadas via Organizações Sociais (OS) e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPS). Nesse mesmo compasso, as fundações estatais de direito privado e a EBSERH – também instrumento de ataque direto à estrutura das IFES em sua autonomia administrativa e seu princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão –, apresentam-se como mais um instrumental de desmonte do próprio SUS. Portanto, em sua dinâmica de funcionamento, a EBSERH, aliada ao projeto do MEC e MCTI de criar organização social para contratar docentes por meio da CLT, reflete a política do governo federal de extinguir o RJU e precarizar cada vez mais as condições de trabalho dos SPF, afrontando o dispositivo constitucional de nº 207, referente à autonomia universitária.

Estes ataques à autonomia se expressam das formas mais arbitrárias nas IFES, especialmente na condução autoritária de reitores que assinam contratos de adesão à EBSERH sem debater com a comunidade e, por vezes, nem mesmo os Conselhos Superiores das instituições. Neste quadro de destruição da educação pública e de privatização do fundo público, a criação do regime complementar de previdência tem acusado um forte golpe de resistência da categoria docente: a baixa adesão dos docentes ao FUNPRESP, resultado da campanha protagonizada pelo ANDES-SN, tem conduzido as administrações das IFE a operarem uma política de assédio aos docentes cada vez mais presentes, constrangendo os docentes à aderirem ao fundo. Ainda sobre direitos de aposentadoria, tendo em vista que um dos setores que mais sofre com os ataques aos direitos trabalhistas são os aposentados, os desafios que se colocam apontam tanto no sentido da continuidade das lutas pela aprovação da PEC 555/2006 e do PL 4434-2008, assim como, pela garantia de direitos de aposentadoria na reconfiguração das resoluções sobre desenvolvimento na carreira, que vem ocorrendo por dentro das IFE.

A conjuntura exige atuação do Setor na mobilização e definição de ações que fortaleçam nosso projeto de educação e de carreira docente, bem como, incidir para reverter a precarização das condições de trabalho. Vale lembrar que o distanciamento temporal entre a preparação do Caderno de Texto e a realização do 34º Congresso, conduz a ausência de um cronograma de ações, uma vez que ainda estão em curso as articulações com as demais entidades representativas dos servidores públicos federais.

 

RESOLUÇÕES DO 33º CONGRESSO DO ANDES-SN

II – PLANO DE LUTAS DO SETOR DAS IFES

O 33º CONGRESSO do ANDES-SN delibera:

A- NO ÂMBITO DOS SPF

 

1. Intensificar a ação na CNESF (Coordenação Nacional de Entidades dos Servidores Federais) para fortalecê-la como espaço organizativo de luta dos SPF;

2. Fortalecer a CNESF como espaço de articulação estratégica dos SPF, retomando a agenda ordinária de reuniões e plenárias, plantões em rodízio entre as entidades, conclamando-as para regularização das contribuições financeiras;

3. Articular previamente, no espaço da CNESF, as proposições para atuação no Fórum Nacional de Entidades dos SPF, objetivando potencializá-las;

4. Retomar, por meio das Secretarias Regionais e Seções Sindicais, as iniciativas políticas com vistas à organização dos Fóruns Estaduais de Entidades dos SPF, fomentando, dentro do possível, a efetiva participação da CSP-Conlutas e outras centrais que se disponham à luta política de mobilização dos SPFs nos estados;

5. Indicar para as seções sindicais do ANDES-SN a necessidade de articulação em âmbito local com as demais entidades dos SPF;

6. Desenvolver a Campanha 2014 dos SPF, a partir de eixos, pauta, estratégia de ação e calendário construídos na CNESF, de forma articulada com outras entidades dos servidores públicos federais que se disponham a lutar, integrando e consolidando a unidade política de ação dos servidores públicos federais;

7. Intensificar e dar visibilidade às ações da Campanha Salarial em 2014 com movimentações de rua, paralisações nacionais e intensificação da unidade com os demais segmentos dos SPF;

7.1 Eixos da campanha 2014, definidos em articulação com as demais entidades dos SPF:

– Definição de data-base (1° de maio);

– Política salarial permanente com reposição inflacionária, valorização do salário base e incorporação das gratificações;

– Cumprimento por parte do governo dos acordos e protocolo de intenções firmados;

– Contra qualquer reforma que retire direitos dos trabalhadores;

– Retirada de PLs, MPs dos decretos contrários aos interesses dos servidores públicos;

– Paridade e integralidade entre ativos, aposentados e pensionistas;

– Reajuste dos benefícios;

– Antecipação para 2014 da parcela de reajuste de 2015.

8. Intensificar as ações unitárias de servidores públicos com outras organizações, entidades, movimentos sociais e populares, reforçando a articulação classista na base, com destaque para a necessidade de constituir fóruns para atuação conjunta com os servidores públicos e com os demais segmentos do setor educação. Nesse movimento, reforçar e buscar apoio para as campanhas temáticas que temos defendido, em especial, 10% do PIB para a educação pública já, busca de apoio e assinaturas para aprovação da PEC 555, do projeto de Lei de iniciativa popular para democratização das comunicações e contra EBSERH, FUNPRESP, PL 4330 e PLP 92;

9. Intensificar as lutas pela anulação da reforma da previdência, contra a redução do direito ao tempo especial para aposentadoria referente ao trabalho desenvolvido em condições insalubres/perigosas, e na defesa do direito à negociação/contratação coletiva no serviço público à luz da Convenção 151 da OIT, preservado o direito de greve, mantidos todos os demais eixos da pauta conjunta;

10. Encaminhar, em articulação com as demais entidades dos SPF, a produção por todas elas de dossiês sobre precarização/repressão no serviço público, com vistas à produção de materiais de denúncia e divulgação;

11. Organizar, no próximo período e em articulação com as demais entidades dos SPF, atividades nacionais e regionais de formação política;

12. Intensificar a luta contra a criminalização das mobilizações e das lutas dos diferentes segmentos dos trabalhadores e da juventude sobretudo por meio do engajamento nas campanhas contra o PLS 499/2013.

 

B – QUANTO À PAUTA ESPECÍFICA DO SETOR

 

ESTRATÉGIA GERAL:

1. Atualizar a estratégia de mobilização/negociação e as iniciativas políticas para conquistar a reestruturação da carreira docente a partir da experiência acumulada.

2. Desencadear, a partir do 33º Congresso, jornada de luta incluindo caravanas, materiais específicos, seminários, debates e atos que intensifiquem a mobilização da categoria tratando de carreira, condições de trabalho e salário;

3. Deliberar, a partir da avaliação de base, sobre a necessidade, as condições e as possibilidades de retomada da greve da categoria no ano de 2014;

4. Delegar à diretoria do ANDES-SN a condução do processo de negociação, bem como as deliberações pertinentes, de acordo com o posicionamento do setor das IFE, tendo como referência a proposta de Carreira de Professor Federal aprovada no 30º Congresso.

 

INICIATIVAS E AÇÕES:

5. Fazer a disputa e o enfrentamento aos desdobramentos da implantação do projeto de carreira do governo tanto em âmbito local como nacionalmente;

6. Intervir fortemente em cada IFE para que a progressão/promoção dos docentes na carreira não seja obstaculizada e para que sigam critérios definidos no âmbito da autonomia universitária;

7. Elaboração de material que explicite as consequências da implantação do projeto de carreira do governo para o trabalho docente e os direitos dos professores;

8. Definir atividades de mobilização e ações conjuntas de luta com o Sinasefe para conquistar a reestruturação da carreira docente;

9. Recepcionar os docentes em 2014, em cada período letivo, com materiais específicos a respeito da situação da carreira docente considerando a vigência da Lei 12.772/12 e da Lei 12.863/13, e a respeito dos novos projetos de lei em tramitação, como o PNE, o INSAES, o PLS 518/ 2009, a lei das instituições comunitárias da educação superior, conclamando para intensificar a luta pela reestruturação da carreira e pelo fim da mercantilização da educação.

10. Intensificar as denúncias, como instrumento de mobilização, das consequências das iniciativas do governo em relação à carreira para os diferentes segmentos da categoria e para o futuro das instituições;

11. Aprofundar a discussão sobre a Carreira Única de Professor Federal com os professores e nos conselhos superiores das IFE e CPPD, com o objetivo de retomar a força do movimento de apoio à nossa proposta;

12. Buscar interlocução com a ANDIFES, CONIF, CONDICAP e CODETUF com o objetivo de obter apoio à reestruturação da carreira docente, conforme proposta pelo ANDES-SN;

13. Atuar no Congresso Nacional no âmbito da luta pela reestruturação da carreira docente proposta pelo ANDES-SN.

14. Dar continuidade às lutas e ações jurídicas em resposta às consequências das políticas e medidas implementadas pelo governo, em especial, na questão da carreira docente.

15. Imprimir caráter nacional à campanha específica do setor das IFE em 2014, nos seguintes termos:

15.1 Desenvolver ações nacionalmente articuladas, tendo como referência a Pauta de Reivindicações aprovada neste 33º Congresso e a atualização das pautas locais pelas seções sindicais, para estabelecer negociações concomitantes em todas as IFE;

15.2 Ampliar a mobilização da base em torno da Campanha 2014, a partir de balanços periódicos realizados nas reuniões do Setor, tendo como referência o Plano de Lutas aprovado no 33º Congresso;

15.3 Coordenar as ações de enfrentamento e a troca de informação sobre as diversas lutas empreendidas pelas seções sindicais, dando visibilidade nacional, sob o eixo geral: luta por melhores condições de trabalho, valorização salarial e autonomia universitária.

15.4 Sobre condições de trabalho, atualizar as pautas locais com definições de prioridade nos seguintes eixos:

a) Cargos/vagas: lutar pela ampliação do quadro efetivo em número correspondente às necessidades para manter o padrão unitário de qualidade. Cobrar transparência e divulgação dos dados, centralmente no que se refere ao “banco de professor equivalente”, número de docentes efetivos, substitutos e temporários, política de utilização das vagas abertas e critérios de alocação;

b) Infraestrutura: cobrar demonstrativo contendo o quadro atual das obras, identificação, por um lado, das insuficiências, e por outro, das impropriedades, tais como: falta de acessibilidade, inadequação para a função, falta de qualidade técnica na obra e discrepância dos custos e prazos. Cobrar das reitorias informações sobre os novos acordos com o governo a respeito das obras;

c) Democracia: enfrentar e denunciar a agudização dos ataques à autonomia das instituições e arbitrariedades praticadas pelos dirigentes, inversão do sentido das decisões institucionais por submissão aos critérios de editais externos, adesão compulsória aos projetos e prioridades emanadas do MEC e a criminalização/punição do direito de divergir;

d) Destacar outras situações que sofram precarização/ataques específicos, tais como: aposentadoria, adoecimento docente, campi descentralizados, hospitais universitários, CEFET, IF, CAP e demais escolas vinculadas;

16. Ampliar a produção dos dossiês que registrem os problemas vivenciados pelas IFE, com descrições de fatos, mobilizações, fotos, vídeos etc. Dar visibilidade aos elementos identificados nos dossiês locais dentro e fora das universidades, elaborando matérias e boletins, para dialogar com a sociedade e mobilizar a categoria;

17. Dar continuidade à luta em defesa dos colégios de aplicação – CAp e das escolas vinculadas às IFE, priorizando:

17.1 Denunciar que o ataque aos CAp é também um ataque à autonomia das IES onde eles são instituídos;

17.2 Mobilizar a categoria para reverter os ataques que têm sido perpetrados contra os CAp, utilizando para isso a divulgação de análises críticas, políticas e jurídicas que demonstrem os movimentos do governo no sentido do desmonte dos CAp, restringindo vagas de pessoal, condições de trabalho e tratamento dado em relação à carreira docente;

17.3 Intensificar a luta contra a diferenciação entre professores do Magistério Superior e professores da Educação Básica Técnica e Tecnológica – EBTT, em direção a uma carreira única;

17.4 Lutar pela garantia da autonomia acadêmico-política dos CAp no contexto das universidades públicas, pela responsabilidade pública de sua manutenção e desenvolvimento, além da garantia de condições de trabalho adequadas a essa natureza, dando continuidade ao debate interno no Sindicato para aperfeiçoar a elaboração e ajustar as ações nesse mesmo sentido;

17.5 Manter a pauta conjunta de discussões com o GTPE sobre atividades acadêmico-políticas dos CAp;

17.6 Que as seções sindicais promovam seminários e debates em cada IFE sobre a situação das escolas vinculadas, casas de cultura e outras realidades, recolhendo informações detalhadas sobre essas unidades universitárias, a serem encaminhadas para a secretaria do ANDES-SN com o objetivo de compor um diagnóstico nacional;

17.7 As seções sindicais deverão realizar campanhas pela garantia da vinculação dos CAp à estrutura acadêmica das IFE;

17.8 Intensificar a luta pela reposição e ampliação imediata do quadro docente dos CAp e escolas vinculadas para o atendimento de todas as suas necessidades específicas, via concurso público, reconhecendo estas instituições que são unidades de ensino, pesquisa e extensão.

17.9 Realizar levantamento nacional sobre a situação do quadro docente nos CAP e nas escolas vinculadas e esclarecimentos dos critérios de distribuição destas vagas.

18. Lutar pela revogação da Portaria Interministerial nº 253 de 26/07/11, que, dentre outros, fere flagrantemente a autonomia universitária e afeta diretamente as condições de trabalho dos docentes do EBTT.

19. Realizar ações de esclarecimento a respeito do significado dos RSC (Reconhecimento de Saberes e Competências), sobretudo em relação a precarização do trabalho docente.

20. Dar sequência nas seções sindicais ao conjunto de iniciativas de resistência em curso à EBSERH e ao FUNPRESP;

21. Reafirmar a autoaplicabilidade do artigo 207 da Constituição Federal, lutando para que o Poder Executivo reverta o conjunto normativo e suas posturas que atentam contra a autonomia universitária:

21.1 Atuar nas universidades, frente à Andifes e aos três Poderes, em defesa da autonomia com democracia e financiamento público das IFE, tendo como parâmetros os fundamentos e as propostas contidas na “Proposta do ANDES-SN para a universidade brasileira”, na “Agenda para a Educação Superior: uma proposta para o Brasil de Hoje” e no elenco de projetos que visam à garantia de financiamento público e a democracia “Educação Superior: uma proposta para enfrentar a crise”;

21.2 Avançar nacionalmente e em cada IFE, por atuação das seções sindicais, na identificação de dados, métodos, critérios ou falta de critérios, relacionados com o funcionamento das instituições, especialmente a respeito de verbas, pessoal, organização do trabalho e atividades inerentes às atividades de ensino/pesquisa/extensão/administração;

21.3 Produzir estudos a respeito da evolução orçamentária de cada IFE frente à evolução do número de cursos, matriculas, docentes e TAs, distinguindo verbas de pessoal, custeio (em custeio, contratação de serviços), investimento e HUs;

21.4 Buscar mais informações em cada IFE a respeito das consequências decorrentes da utilização do SISU como método de seleção dos estudantes;

21.5 Produzir um balanço a respeito dos processos estatuintes em curso ou em vias de instalação nas IFE, tomando como referência as deliberações do ANDES-SN sobre democratização das universidades, especialmente o Caderno 2;

22. Explicitar e desmascarar o governo em sua ação relacionada com a retirada de direitos previdenciários, a situação atual de ataque à equiparação entre ativos e aposentados, os prejuízos gerados pelos desdobramentos da desestruturação da carreira e também aos novos ingressantes;

23. Intensificar a luta contra as fundações ditas de apoio, reagindo às manobras respaldadas pelo governo para aumentar a ingerência desses entes privados nas atividades próprias da esfera pública das IFES e colaborando com o Ministério Público Federal na apuração das irregularidades;

24. Intensificar a denúncia dos cursos pagos como violação do princípio da gratuidade de ensino e lutar pelo fim da cobrança de quaisquer valores nos cursos das universidades;

25. Aprovar o cronograma da Campanha Específica do setor em 2014:

25.1 Protocolar nas instâncias governamentais e divulgar a Pauta da Campanha a partir de março;

25.2 Atualizar as pautas locais em todas as seções sindicais e estabelecer negociação com as reitorias tendo como referência a PAUTA DE REIVINDICAÇÕES DOS DOCENTES DAS IFE aprovada neste 33º Congresso;

25.3 Cronograma de lutas da Campanha 2014 nas reuniões do Setor das IFE:

– Entre 24 e 28 de fevereiro – protocolar a pauta dos docentes das IFE no Ministério da Educação, com cópia para o MPOG, solicitando audiência com o Ministro da Educação;

– Entre 10 e 14 de março – enviar para as seções sindicais InformANDES especial, frente e verso, para mobilização da categoria;

– De 10 a 18 de março – rodada de Assembleias Gerais das seções sindicais do Setor para discutir a mobilização da categoria, deliberar sobre a paralisação dia 19 e atualização da pauta local;

– De 13 a 18 de março – indicar as seções sindicais que articulem com as demais entidades reuniões/atividades dos Fóruns de Servidores Públicos Federais em seus Estados;

– Dia 19 de março – dia nacional de paralisação dos docentes das IFE com atividades de mobilização;

– Dia 19 de março –  Ato público em Brasília;

– Dia 21 de março – Reunião ampliada da Coordenação Nacional da CSP/CONLUTAS, em São Paulo;

– Dia 22 de março – Encontro do Espaço de Unidade de Ação, em São Paulo;

– Entre 24 e 28 de março – Rodada de Assembleias Gerais das seções sindicais do Setor para discussão da retomada da greve, soma de forças com os SPF e indicação de propostas sobre estratégias de luta/negociação;

– Dia 27 de março – Propor às demais entidades a realização de reunião do Fórum das Entidades nacionais dos SPF;

– Dias 29 e 30 de março – Reunião do Setor das IFES, em Brasília, pautando a retomada da greve dos docentes, a greve unificada e a definição das estratégias de luta e negociação.

26. Lutar pela revogação da Lei 12.772/12, retomar e intensificar a luta pela reestruturação da carreira docente, por valorização salarial e por melhoria das condições de trabalho, tendo como referência a pauta do Setor e o projeto de carreira única, aprovado no 30º Congresso;

26.1 Divulgar, por diferentes meios (jornais, informativos, cartilhas, etc) as características das leis 12.772/2012 e 12863/2013 e suas implicações à luz da proposta de carreira do ANDES – SN).

27. Exigir do MPOG a revogação da Orientação Normativa nº 02/1998, reeditada em 2011 (nº 02/2011), que regulamenta o pagamento de férias para servidores afastados para qualificação.

28. Aprofundar a discussão sobre os CEFETs e Institutos Federais em torno de suas especificidades institucionais e representação sindical.

29. Reafirmar em 2014 a pauta do setor aprovada em 2013, já protocolada junto ao governo federal, exigindo negociações efetivas.

30 Atualizar a pauta para 2014, conforme segue:

 

 

* PAUTA DE REIVINDICAÇÕES DOS DOCENTES DAS IFE – CAMPANHA 2013/2014

1. UNIVERSIDADE PÚBLICA E O TRABALHO DOCENTE (demandas gerais)

a) garantia de que o caráter público da universidade, sua autonomia constitucional e a função social da atividade docente sejam os elementos definidores das políticas de financiamento e do regramento das relações de trabalho;

b) garantia de financiamento público estável e suficiente para as IFE, assegurando incrementos compatíveis para a expansão com qualidade, tal como apresentado no PNE da Sociedade Brasileira;

c) garantia das condições adequadas para que o exercício do trabalho docente se desenvolva fundamentado no princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, em busca do padrão unitário de qualidade;

d) garantia de carreira única para todos os docentes das IFE;

e) garantia de aposentadoria integral, de forma a assegurar a paridade entre ativos e aposentados, resguardando o poder aquisitivo dos proventos, além de todos os direitos e vantagens percebidos quando da aposentadoria;

f) garantia das condições para que as IFE cumpram a sua responsabilidade de oferecer educação pública, gratuita, democrática, laica e de qualidade para todos, como direito social e dever do Estado, combatendo todas as formas de precarização decorrentes das iniciativas que vêm sendo impostas a título de reforma universitária;

g) garantia de que a contratação do corpo docente se dê unicamente pelo Regime Jurídico Único;

h) manutenção da estabilidade no emprego como regra nas IFE e nos serviços públicos;

i) garantia do princípio da isonomia salarial entre cargos públicos com funções, titulação e regime de trabalho equivalentes;

j) garantia do caráter público e da função social das IFE, assim como sua desprivatização;

k) garantia de estatuto jurídico público para as IFE e seus órgãos complementares, preferencialmente como autarquias de regime especial, assegurando a responsabilidade do Estado e a autonomia universitária constitucional;

l) garantia de um sistema de avaliação institucional das IFE de caráter autônomo e democrático, tendo como referência o projeto político acadêmico de cada instituição, resguardando-se o integral financiamento público do sistema;

m) garantia de condições estruturais e acadêmicas que propiciem a universalização do acesso dos estudantes às universidades públicas do país;

n) garantia da gratuidade, integralidade e universalidade das ações dos hospitais universitários (HUs), com adoção de medidas contra sua mercantilização e privatização.

2. AUTONOMIA, FINANCIAMENTO E VAGAS DOCENTES

a) cumprimento do preceito constitucional que dispõe recursos à manutenção e desenvolvimento do ensino público, aplicando o índice nunca inferior a 18% previsto sobre a arrecadação líquida de impostos, somando-se a arrecadação das contribuições, excluídas apenas as contribuições relativas à previdência social e ao salário educação, e destinando no mínimo 75% desses recursos às IFE;

b) preenchimento dos cargos atualmente vagos e a criação de novos cargos, pelo RJU/PUCRCE, em dedicação exclusiva, para suprir as necessidades da política de expansão das IFE, com a realização imediata de concursos públicos;

b.1) Autorizar a imediata realização de concursos públicos que preencham, com professores efetivos, preferencialmente em regime de dedicação exclusiva, todas as vagas abertas pela Lei nº 12.677/2012, e imediata contratação dos concursados;

b.2) assegurar a distribuição transparente dos cargos respeitando as necessidades definidas autonomamente por cada IFE;

b.3) recompor o quadro docente das IFE considerando o déficit historicamente acumulado nas últimas três décadas; ou seja, além do número de vagas não repostas decorrentes de aposentadoria, de invalidez, de morte e de demissões, considerar o crescimento proporcional do número de vagas e cursos criados a partir do REUNI e o que está previsto para a sua respectiva consolidação;

c) contratação de professores substitutos, limitada às situações eventuais de excepcionalidade, para suprir a falta de professor na carreira, por prazo determinado, decorrente de exoneração ou demissão, falecimento, aposentadoria, afastamento para qualificação docente, licenças e afastamentos previstos na Lei 8.112 – RJU;

c.1) assegurar que a ampliação do número de matrículas e criação de cursos sejam condicionadas à ampliação do número de cargos docentes preferencialmente em regime de dedicação exclusiva, e técnico-administrativo, conforme projeção de necessidades definida de forma autônoma em cada unidade acadêmica, com autorização de concursos efetivos, espaço físico e equipamentos adequados.

d) retirada do PLP nº 92/07, que autoriza o Poder Público a instituir, em várias áreas do serviço público, as chamadas Fundações Estatais de Direito Privado, autorizando a venda de serviços que hoje se constituem em direitos de cidadania sob responsabilidade do Estado;

e) manutenção da natureza jurídica dos HUs em autarquias públicas vinculadas ao MEC e às universidades públicas, com financiamento viabilizado por meio de recursos públicos oriundos da seguridade social, da ciência e tecnologia e da educação, de modo a garantir condições adequadas de funcionamento, preservando as finalidades concomitantes de integrar-se à rede do SUS e suas atividades de ensino, pesquisa e extensão;

e.1) intensificar a luta pela não adesão ao EBSERH;

f) autonomia de nomeação, pelas IFE, de seus procuradores jurídicos, com garantia de atuação igualmente autônoma, sem subordinação administrativa à AGU;

g) prioridade do financiamento da educação pública em relação ao pagamento dos encargos da dívida pública;

h) instituição de uma mesa de negociação para discutir o orçamento das IFE na perspectiva de estabelecer os quantitativos de suplementações necessárias ao orçamento de 2013, além das diretrizes e montantes para a LDO e LOA de 2014, tendo como referência a garantia de orçamento global, mantendo-se separadas as rubricas de Pessoal e OCC, de forma a que os recursos para OCC sejam de, no mínimo, 28% dos recursos destinados à despesa de pessoal e encargos em cada IFE, e mais 3% da soma dos recursos de Pessoal e OCC para assistência estudantil, além dos recursos destinados à expansão e fomento;

i) Conclusão imediata das obras e reforma de infraestrutura para atender a expansão precarizada promovida pelo REUNI garantindo plenamente as atividades de ensino, pesquisa e extensão;

i.1) conclusão das obras com prazo de conclusão vencido já iniciadas nas IFE;

i.2) construção de salas de aula respeitando o limite de vagas ofertadas para o ingresso dos alunos em cada curso;

i.3) construção dos laboratórios, clínicas, ambulatórios e demais espaços previstos nos projetos políticos pedagógicos dos cursos, atendendo às normas de biossegurança;

i.4) adequação dos laboratórios, clínicas e ambulatórios já existentes às normas de biossegurança, bem como adequação dos demais espaços previstos nos projetos políticos pedagógicos;

i.5) criação de restaurantes universitários que atendam à demanda da comunidade universitária, definida em cada IFE e ligada às suas estruturas de gestão autônoma e democrática;

i.6) adequação de todas as estruturas físicas das IFE (já existentes, em construção, e a serem construídas) às normas de acessibilidade vigentes no país;

i.7) realizar auditoria sobre o REUNI, avaliando as metas impostas de expansão de matrículas e a contrapartida governamental no que concerne à ampliação de recursos humanos e instalações físicas;

i.8) condicionar a continuidade do processo de expansão em curso à avaliação das metas do REUNI e ao atendimento de todas as demandas de pessoal e infraestrutura;

j) afastar qualquer possibilidade de medidas que possam levar a contingenciamentos ou retenções de verbas orçadas, exigindo regularidade no fluxo de liberação financeira;

k) manutenção dos saldos de exercício financeiro na instituição para execução no ano seguinte;

l) aplicação imediata de recursos públicos, da ordem de 1,5% do PIB, em ciência e tecnologia;

m) fixação de recursos, nos orçamentos das IFE, para o desenvolvimento das atividades de pesquisa e extensão, com a definição democrática desses valores;

n) políticas de incentivo à pesquisa dos órgãos financiadores direcionadas às instituições públicas federais de educação básica, técnica e tecnológica;

o) autonomia das universidades no que diz respeito aos instrumentos centralizados de gestão administrativa e financeira do governo;

p) revogação da cobrança de taxas, a qualquer título, nas IFE;

q) desvinculação das IFE com as fundações privadas ditas de apoio, impedindo o estabelecimento de convênios e ajustes para implementação de suas atividades fins, devendo para isso recuperar as suas instâncias administrativas de infraestrutura e pessoal competente para tais tarefas;

r) remoção, respeitadas as regras de controle e transparência do uso do dinheiro público, das dificuldades legais e entraves administrativos que dificultam o bom andamento do trabalho acadêmico e administrativo das IFE, em especial a execução de projetos e convênios de interesse acadêmico da instituição;

s) exigir, junto ao MEC, a realização de concursos para as vagas já existentes e a criação de novas vagas para atender às demandas atuais dos Colégios de Aplicação;

t) exigir, junto ao MEC, à SESu e à ANDIFES que assumam a responsabilidade pelos Colégios de Aplicação, respeitando a autonomia universitária;

u) exclusão de dispositivos antidemocráticos do PPA/LDO/LOA 2014, como o artigo 76 da LDO/2013, que visam obstruir a negociação com os servidores públicos sobre os seus direitos.

3. DEMOCRATIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES E DAS RELAÇÕES DE TRABALHO

a) escolha dos dirigentes pela comunidade universitária em eleições diretas, no mínimo paritárias;

b) respeito aos resultados dos processos eleitorais em que a comunidade universitária escolhe os dirigentes das IFE, garantindo a sua homologação no âmbito da própria instituição;

c) definição democrática de critérios públicos para a distribuição interna de recursos e de cargos, além de outras medidas de transparência na gestão;

d) condições equânimes de participação na vida acadêmico-institucional a todos os docentes, inclusive os substitutos, os em estágio probatório e os dos campi descentralizados;

d.1) combater e exigir a punição das práticas de assédio moral crescentes nas IFE, em especial aos docentes em estágio probatório;

e) lutar para que seja respeitada a decisão contrária à adesão EBSERH, dos conselhos universitários, sem prejuízos de destinação orçamentária;

f) assegurar o direito à livre manifestação política nos campi;

g) garantia de liberação para o exercício de mandato classista, sem perda da remuneração e demais direitos, mediante alteração do artigo 92 da Lei nº 8112/90 (RJU);

h) contra a cobrança de qualquer contribuição sindical compulsória;

i) lutar para que sejam definidas/revisadas, com urgência, as normas institucionais das IFE (estatuto, regimento e outras) por meio de processos democráticos, dos quais participe toda a comunidade envolvida;

j) processos de democratização e revalorização dos órgãos colegiados;

k) revogação imediata da Lei nº 9192/95, do Decreto nº 1916/96, que a regulamenta, e do parágrafo único do artigo 59 da LDB – 9394/96, que ferem os preceitos constitucionais da democracia e da autonomia universitária na escolha de dirigentes;

l) democratização das agências de fomento à pesquisa como CAPES, CNPq e FINEP.

4. CONDIÇÕES DE TRABALHO, CAPACITAÇÃO E SEGURIDADE

a) eliminação de todas as formas de precarização do trabalho docente, tais como: aumento da relação professor/aluno e de horas em sala de aula, vinculação de parcela do salário ao cumprimento de metas quantitativas, posto que descaracterizam a carreira docente e prejudicam a qualidade do trabalho docente;

b) impedimento de qualquer tipo de contrato precário de trabalho, assim como dos mecanismos que impliquem a transferência de responsabilidades docentes para estudantes de pós-graduação, estagiários ou técnico-administrativos;

c) condições adequadas de funcionamento dos novos cursos, especialmente nos campi descentralizados, para que a comunidade acadêmica possa desenvolver, com qualidade, seu trabalho, que, em relação aos docentes, implica o respeito ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão;

d) ampliação da infraestrutura necessária à pesquisa nas IFE, incluindo laboratórios, equipamentos, logística, pessoal e setores administrativos da própria instituição com capacidade de gerenciamento eficiente de projetos e convênios;

e) recuperação do preceito constitucional original de paridade e integralidade da aposentadoria;

f) eliminação do padrão do produtivismo científico que, além de reforçar uma competição individualista, tem contribuído para a redução na qualidade da produção acadêmica;

g) eliminação, no sistema de avaliação acadêmica, de qualquer exigência do cumprimento de metas burocrático-gerenciais;

h) reversão da crescente criminalização do direito de divergir, bem como combate à perseguição àqueles que lutam em defesa da universidade pública;

i) combate ao assédio moral, causa crescente de doenças físicas e psíquicas dos docentes, denunciando-o ao Ministério Público e às Delegacias do Trabalho;

j) controle dos fatores determinantes das condições de insalubridade, periculosidade, penosidade e que representem qualquer tipo de risco à saúde dos docentes em suas atividades acadêmicas;

k) condições de funcionamento para as atividades acadêmicas noturnas idênticas àquelas oferecidas durante os expedientes diurnos;

l) apoio oficial adequado à capacitação docente, tanto dos órgãos de fomento como da própria IFE, o que envolve atualização do valor das bolsas de estudo e dos seus prazos de cobertura, repudiando a precariedade contida no ProDoutoral/PLANFOR.

5. CARREIRA ÚNICA

a) exigir do governo a imediata abertura de negociações para a reestruturação da Carreira do Magistério Federal;

b) retirada da PEC nº 306/08, bem como qualquer outra iniciativa que proponha a extinção do RJU e a contratação via CLT nos serviços públicos;

c) restauração dos direitos dos servidores públicos suprimidos do texto original da Lei nº 8112/90 (RJU);

d) extinção do mecanismo de gestão da força de trabalho docente através do banco de professor-equivalente, dado seu caráter precarizador e fragmentador da categoria, a fim de garantir que todos os professores efetivos nas IFE tenham direito ao regime de dedicação exclusiva.

6. POLÍTICA SALARIAL

Estabelecimento de pontos comuns com os SPF:

a) revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos, como preceitua a Constituição, em índice no mínimo igual à desvalorização monetária, de acordo com o ICV DIEESE;

b) estabelecimento de política salarial que recupere as perdas históricas;

c) reivindicar do governo a retomada do processo de discussão, a fim de definir as Diretrizes Gerais para Planos de Carreira dos Servidores Públicos (DPC);

d) reconhecimento da data-base em 1º de maio;

e) restabelecimento dos anuênios;

f) pagamento imediato de todos os precatórios pendentes. Pontos da política salarial dos docentes das IFE;

g) piso salarial para os docentes das IFE nos termos do artigo 7º, inciso 5º, combinado com o artigo 206, incisos 5º e 8º da Constituição Federal, no valor do salário-mínimo do DIEESE em 1º de janeiro de 2014, para docente graduado em Regime de Trabalho de 20 h;

h) equivalência da remuneração e condições de trabalho dos professores substitutos com a dos docentes efetivos com a mesma titulação e regime de trabalho;

i) manutenção dos valores destinados a cobrir as despesas de pessoal e encargos dos aposentados e pensionistas com recursos do Tesouro Nacional, no orçamento e na folha de pagamentos da IFE de origem. Esse pagamento não será incluído a título de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino;

j) reversão do confisco nos proventos de aposentadoria e pensão decorrentes da exigência de contribuição dos aposentados e pensionistas à Previdência, bem como dos impactos decorrentes das Leis nº 11.784/08, nº 12.772/12 e nº 12.863/13.

7. PROPOSTA SALARIAL

a) incorporação de todas as gratificações ao vencimento, assegurando isonomia salarial pela remuneração integral e uniforme do trabalho prestado pelo professor do mesmo nível da carreira, mesmo regime de trabalho e mesma titulação;

b) piso remuneratório no valor de R$ 2.748,22, correspondente ao salário-mínimo do DIEESE em 1º de janeiro de 2014, para docente graduado, em Regime de Trabalho de 20 h;

c) interstício de 5% entre os níveis da carreira;

d) remuneração integral e isonômica dos integrantes de mesmo nível da carreira, que unifique em uma linha só no contracheque os percentuais correspondentes à titulação e regime de trabalho. Os percentuais de acréscimos relativos à titulação serão: de 75% para doutor ou livre-docente; de 37,5% para mestre; de 18% para especialização; de 7,5% para aperfeiçoamento. Tendo por base o regime 20 horas semanais, os percentuais de acréscimo relativo ao regime de trabalho serão: 100% para o regime de 40 horas; 210% para o regime de DE;

e) paridade e integralidade para os aposentados;

f) reposicionamento, de forma a resguardar a posição do docente em relação ao topo da carreira na data da aposentadoria, e garantia dos direitos decorrentes da aplicação do artigo 192, da Lei nº 8.112/90 (RJU), aos docentes que se aposentaram até 1997 e aos seus pensionistas.

 

 

TR – 25

O 34º Congresso do ANDES-SN delibera:

A – NO ÂMBITO DOS SPF

1.Desenvolver a Campanha 2015 dos SPF de forma articulada com outras entidades dos SPF, que se disponham a construir as lutas a partir da definição de eixos, pauta, estratégias de ação e calendário, integrando e consolidando a unidade política de ação dos servidores públicos federais

2. Que a campanha salarial dos SPF para 2015, tenha como eixos centrais: o reajuste salarial linear e a definição de um índice unitário de recomposição salarial, como forma de fortalecer a unidade entre os SPF e definição de data-base em 1º de Maio.

3. Participar das atividades previstas na agenda da Campanha Salarial dos SPF de 2015, conforme segue (a construção da campanha salarial dos SPF está em andamento e seus desdobramentos serão apontados no 34º Congresso).

B – QUANTO A PAUTA ESPECÍFICA E AGENDA DO SETOR

1. Manter como eixos centrais de luta para 2015: projeto de carreira única do ANDES-SN para o magistério federal e condições de trabalho.

2. Desencadear, a partir do 34º Congresso, jornada de luta incluindo caravanas, materiais específicos, seminários, debates e atos, que intensifiquem a mobilização da categoria tratando de carreira, condições de trabalho e salário

3. Delegar à diretoria do ANDES-SN a condução do processo de negociação com o Governo, de acordo com o posicionamento do setor das IFE, tendo como referência a pauta de reivindicações aprovadas no 34º Congresso

4. Recepcionar os docentes em 2015, em cada período letivo, com materiais específicos a respeito da situação da carreira docente, considerando a vigência da Lei 12.772/12 e da Lei 12.863/13, e os desdobramentos da implementação das referidas leis através de resoluções sobre promoção/progressão e RSC em cada IFE, conclamando para intensificar a luta pela reestruturação da carreira e pelo fim da mercantilização da educação

5. Imprimir caráter nacional à campanha específica do setor das IFES em 2015, nos seguintes termos:

5.1 Desenvolver ações nacionalmente articuladas, tendo como referência a Pauta de Reivindicações aprovada neste 34º Congresso e a atualização das pautas locais pelas seções sindicais, para estabelecer negociações concomitantes em todas as IFE;

5.2 Ampliar a mobilização da base em torno da Campanha 2015, a partir de balanços periódicos realizados nas reuniões do Setor, tendo como referência o Plano de Lutas aprovado no 34º Congresso;

5.3 Dar visibilidade nacional às ações de enfrentamento sobre as diversas lutas empreendidas pelas seções sindicais, em relação à pauta de reivindicações aprovada no 34º Congresso

5.4 Sobre condições de trabalho, atualizar as pautas locais com definições de prioridade nos seguintes pontos:

a) cargos/vagas: cobrar a ampliação do quadro efetivo em número correspondente às necessidades para manter o padrão unitário de qualidade. Cobrar transparência e divulgação dos dados, centralmente no que se refere ao “banco de professor equivalente”, número de docentes efetivos, substitutos e temporários, política de utilização das vagas abertas e critérios de alocação;

b) infraestrutura e orçamento: cobrar demonstrativo contendo o quadro atual das obras, destacando as insuficiências e as impropriedades, tais como: falta de acessibilidade, inadequação para a função, falta de qualidade técnica na obra e discrepância dos custos e prazos. Cobrar das reitorias informações sobre os novos acordos com o governo a respeito das obras e o orçamento federal para as universidades (previsto e executado), distinguindo verbas de pessoal, custeio, investimento e HUs, incluindo os recursos da acesso e permanência estudantil;

c) democracia: denunciar os ataques à autonomia das IFE e as arbitrariedades praticadas pelos dirigentes, assim como, a inversão do sentido das decisões institucionais por submissão aos critérios de editais externos, a adesão compulsória aos projetos e prioridades emanadas do MEC, a criminalização/punição do direito de divergir, bem como, as atitudes autoritárias de Reitores que estabelecem acordos com o governo à revelia da comunidade universitária, tais como as resoluções de promoção/progressão, processos estatuintes e contratualização com a EBSERH;

d) destacar outras situações que resultem em precarização ou ataques específicos, tais como: aposentadoria; adoecimento docente; assédio moral; opressões machistas, homofóbicas, racistas e outras; campi descentralizados; hospitais universitários; CEFET, IF, CAP e demais escolas vinculadas.

CARREIRA E SALÁRIO

6. Que as seções sindicais utilizem, para a discussão dos critérios para o desenvolvimento na carreira, o documento assinado pelo MEC e ANDES-SN no dia 23 de Abril de 2014, onde constam os princípios da proposta de carreira do ANDES-SN.

7. Que as seções sindicais tenham como referência a concepção do ANDES-SN para a discussão e implementação da carreira docente nas IFES, destacando os princípios estabelecidos no Art. 14, do nosso projeto de carreira, que defende a valorização, de forma equilibrada, do tempo de serviço, da formação continuada e da avaliação do plano de trabalho aprovado na unidade acadêmica de lotação de cada docente.

8. Que as seções sindicais enfatizem, na discussão sobre o desenvolvimento da carreira EBTT, o direito à qualificação dos professores, negligenciado pelo RSC.

9. Que o ANDES-SN aprofunde a discussão sobre o RSC e seus impactos na carreira EBTT.

10. Denunciar as práticas autoritárias utilizadas pelas administrações superiores nos processos de regulamentação da progressão, promoção e RSC.

11. Que o ANDES-SN atualize os estudos sobre as perdas salariais evidenciando as distorções salariais impostas pela lei 12772/2012 e Lei 12.863/13.

12. A partir do levantamento realizado sobre as resoluções ou minutas sobre promoção e progressão na carreira, aprofundar a análise, tendo como elemento central a discussão sobre democracia, autonomia e precarização do trabalho docente nas IFES.

13. Atuar nas diversas instâncias em cada IFE para que não sejam criadas barreiras que dificultem a progressão/promoção dos docentes na carreira, e para que os critérios sejam definidos no âmbito da autonomia universitária, aprofundando a discussão sobre a Carreira Única de Professor Federal com os docentes.

14. Que as seções sindicais lutem para que os efeitos financeiros e funcionais das promoções/progressões sejam contados a partir da data em que o docente cumpre o interstício de vinte e quatro meses na classe e/ou nível, percebendo remuneração retroativa a partir desta data (conforme apontado pelo Parecer da AJN do ANDES-SN).

15. Que as seções sindicais intensifiquem a divulgação do material elaborado em 2014 (vídeos, textos, cartaz e peças de divulgação), que explicita as nefastas consequências da implantação do projeto de carreira do governo para o trabalho docente e os direitos dos professores.

PRECARIZAÇÃO E CONDIÇÕES DE TRABALHO

16. Lutar para que os sistemas de operacionalização acadêmica não sejam utilizados como ferramenta de vigilância e subnotificação do trabalho nas universidades, tais como a utilização do ponto eletrônico para controle da jornada de trabalho do docente.

17. Utilizar os dossiês sobre precarização do trabalho como ferramenta de denúncia no interior e fora das IFES e de mobilização da categoria em busca de melhores condições de trabalho, ampliando a produção de outros dossiês locais que registrem os problemas vivenciados pelas IFE, com descrições de fatos, mobilizações, fotos, vídeos etc.

FUNPRESP/EBSERH/FUNDAÇÕES/OS

18. Que as seções sindicais realizem levantamento sobre as ações que o governo e as administrações locais das IFE estão utilizando para a adesão dos docentes ao Funpresp.

19. Intensificar o trabalho junto aos docentes para esclarecimento e divulgação dos efeitos nefastos que a adesão ao Funpresp representa, indicando a necessidade de intensificar a luta pela revogação da reforma da previdência, denunciando as iniciativas de assédio dos docentes para adesão ao referido Fundo.

20. Dar continuidade às estratégias de unidade entre ANDES-SN, SINASEFE, FASUBRA e o movimento estudantil, com objetivo de construir agendas de debates e lutas constantes visando combater a EBSERH, precarização nas IFE, FUNPRESP e a implementação do PNE.

21. Intensificar a luta contra as fundações ditas de apoio, reagindo às manobras respaldadas pelo governo para aumentar a ingerência desses entes privados nas atividades próprias da esfera pública das IFES, e colaborando com o Ministério Público Federal na apuração das irregularidades.

22. Denunciar as iniciativas do governo em relação à contratação de docentes via Organizações Sociais (OS), tal como foi recentemente divulgada pelo presidente da CAPES com aval do MEC.

23. Aprovar o cronograma da Campanha Específica do setor em 2015 (a construção da campanha específica do setor está em andamento e seus desdobramentos serão apontados no 34º Congresso).

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