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EM ATO EM DEFESA DA UFRB, COMUNIDADE ACADÊMICA DIZ BASTA AOS DESMANDOS DO GOVERNO CONTRA A EDUCAÇÃO

EM ATO EM DEFESA DA UFRB, COMUNIDADE ACADÊMICA DIZ BASTA AOS DESMANDOS DO GOVERNO CONTRA A EDUCAÇÃO

Assim como foi para conseguir trazer uma universidade pública para o Recôncavo da Bahia, a comunidade acadêmica e diversos representantes de movimentos sociais do recôncavo se reuniram em Cruz das Almas nesta sexta-feira (10) para defender a UFRB e dizer basta aos desmandos do governo que vem cada vez mais retirando os direitos da classe trabalhadora e os recursos das universidades públicas.

O presidente da APUR, professor David Teixeira, defendeu que um dos bastas que deveríamos dizer é o basta de ataque à universidade pública, à educação pública do Brasil. “Escolhemos essa atividade no sentido da luta para fazer com que o projeto da UFRB continue, e que continue com qualidade e com o projeto inicial”, disse ele. O presidente da APUR ainda lembrou o momento difícil em que a educação se encontra, com os diversos cortes no orçamento que já foram anunciados, a exemplo dos cortes na ciência e tecnologia. “Uma universidade como a UFRB sofre drasticamente quando vêm esses cortes, e temos o desafio de tentar fazer uma boa universidade sem recursos. Essa fórmula não existe, uma educação pública de qualidade requer investimento do estado”, completou David.

Aida Maia, representante local da ASSUFBA, lembrou que o ato em defesa da UFRB era uma resposta à convocação das centrais sindicais de todo o país.  “A gente, como todo país, está dizendo que não aguenta mais a retirada de direitos dos trabalhadores. Hoje é o dia de dizer a este governo temeroso que a gente não aguenta mais. Estamos aqui para defender uma universidade pública, gratuita, de inclusão e de direito”, defendeu a representante da ASSUFBA.

Uma figura que esteve presente nas discussões para a criação da UFRB foi o atual prefeito de Cruz das Almas, Orlandinho. Exatamente por fazer deste momento histórico, o prefeito fez questão de relembrar a luta que foi trazer uma universidade federal para o recôncavo, e frisou a importância da educação pública: “A gente tem que defender a educação, a gente tem que ampliar essa discussão para fazer a defesa no Brasil. Tem que ver como vai ampliar os 6% do PIB da educação; e como a gente vai distribuir o recurso para que outros segmentos da educação pública brasileira funcionem bem”, colocou Orlandinho.

O reitor da UFRB, Silvio Soglia, também esteve presente no Ato em defesa da UFRB, descrevendo a atividade como um ato de resistência. Conhecedor das mudanças que a universidade vem sofrendo pós governo golpista, o reitor lembrou que a universidade passou a ter outro sentido nesse processo antidemocrático que vivemos, “muito baseado numa visão neoliberal de que essas instituições são muito caras para o estado brasileiro,” explicou o reitor. Ainda segundo o reitor, é importante não desqualificar o papel social da universidade. “A maior defesa que podemos fazer é mostrando que a universidade tem ação concreta, mostrando que a universidade dialoga com a sociedade. Defender a universidade é dizer que aqui se faz ciência, se faz pesquisa, se forma cidadãos acima de tudo”, finalizou ele.

Na mesma linha de conhecer de perto os problemas que a universidade tem passado, o professor Clarivaldo de Sousa, representando os diretores de centros da UFRB, comprovou o que a APUR tem falado constantemente, que a instituição está em risco eminente. Segundo ele, há uma perda de direitos constantes, um desmantelamento, com falta de recursos e corte de bolsas de permanência: “Perdemos, praticamente, o nosso PIBID, que mantinha boa parte dos nossos alunos no Centro de Formação de Professores”, exemplificou o professor Clarivaldo.

Falar da UFRB é falar da luta do povo pobre do Recôncavo da Bahia, que antes dela não tinha uma oportunidade de fazer um curso superior. E foi nesse sentido que o deputado estadual Marcelino Galo defendeu a necessidade de lutarmos pela manutenção da UFRB. “Esse é um ato fundamental em defesa de uma universidade que foi uma conquista do povo baiano, especialmente o povo do recôncavo. Essa universidade é estratégica, ela é um vetor do desenvolvimento, porque ela não destina a formar mão de obra, é formar cientistas e intelectuais que conheçam o seu povo, o seu território. Essa aqui se transformou numa universidade mais inclusiva, com os negros tendo acesso, um número maior de mulheres, os filhos dos trabalhadores da região. Esse é o verdadeiro sentido de você ter uma universidade inclusiva e com qualidade”, afirmou o deputado.

Nada mais característico do poder de formar um cidadão consciente da importância de lutar pela instituição do que um ex-aluno fazendo parte de um debate tão importante como esse. Formado em História pela UFRB e atual secretário de políticas especiais de Cruz das Almas, Pablo Rezende vez questão de dizer que a UFRB é uma universidade resistente, e a mais negra do Brasil, precisando ser defendida dos ataques, e, para isso, é necessário novamente se aliar ao povo que a construiu.

Ao final das discussões, ficou acertado que o ato de hoje foi apenas o primeiro passo para uma série de atividades que serão programadas com o intuito de defender a UFRB, uma universidade que representa o povo do Recôncavo da Bahia.

 

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