O primeiro ponto divergente que surgiu na reunião foi a insistência do governo em estender os prazos dos debates da campanha salarial até o dia 31 agosto. As entidades argumentaram que este prazo é inviável e lembraram que já haviam encontrado consenso nesse tema. O secretário Duvanier Ferreira, que faleceu em janeiro, foi muito mencionado no encontro já que muitos itens objeto de negociação foram tratados diretamente com ele. Além de reforçar que o governo não deve ter condições de honrar março como prazo final para apresentação de uma proposta para o conjunto das reivindicações da campanha salarial dos servidores, Mendonça voltou a utilizar um discurso de austeridade, reforçando as dificuldades impostas pela crise.
Outra divergência apareceu no momento em que o secretário de Relações do Trabalho falou sobre as intenções do governo com relação aos servidores. Apesar de dizer que o governo concorda em reabrir debates, buscar a valorização do vencimento básico dos servidores, inclusive a paridade, Mendonça informou que, mais uma vez, não deve haver reajuste linear neste momento. A disposição do governo Dilma seria de primeiro tentar corrigir distorções a médio e longo prazo levando em consideração todo o histórico desde o início do governo Lula. O objetivo, portanto, seria levantar informações sobre as distorções, corrigir os problemas e só depois implantar uma política salarial para o conjunto do funcionalismo.
Mobilização deve ser reforçada – Para que o governo trabalhe com afinco na busca de avanços nas negociações com os servidores, a mobilização deve ser reforçada. Nesta quinta em todo o Brasil acontece um Dia Nacional de Lutas com atividades nos estados, realização de assembleias e debates sobre a situação dos servidores e serviços públicos. No dia 28 deste mês acontece uma grande marcha em Brasília. A expectativa é de que 20 mil trabalhadores participem da atividade como forma de pressionar o governo a apresentar propostas concretas para os servidores.
A insistência dos trabalhadores em manter o prazo para apresentação de propostas tem razão de ser. Seria desproporcional estender as negociações até agosto já que o governo tem até o dia 15 de abril para encaminhar ao Congresso Nacional a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que aponta quanto do orçamento será disponibilizado para atendimento dessas demandas. Ao final, o Planejamento deve manter um diálogo interno e, nas próximas reuniões, o compromisso é de que haja retorno sobre a proposta de política salarial apresentada pelos trabalhadores.
Os representantes das 31 entidades solicitaram que o Planejamento diga quanto o governo irá dispor do orçamento 2013 para investir no setor público. A informação é importante para que se consigam avanços nos processos de negociação. A categoria deve permanecer atenta, mobilização e pronta para pressionar pelo cumprimento de acordos e avanços nas negociações. Acompanhe. Novas informações sobre as próximas reuniões com o Ministério do Planejamento continuam sendo divulgadas aqui em nossa página.
Fonte: CONDSEF
http://www.condsef.org.br/portal3/index.php?option=com_content&view=article&id=5399:1403-em-reabertura-de-negociacoes-planejamento-volta-a-falar-em-austeridade-e-necessidade-de-prolongar-debate-ate-agosto&catid=35:notas-condsef&Itemid=222