Enquanto servidores federais de 31 entidades nacionais lutam para assegurar atendimento de reivindicações urgentes e têm ouvido discurso de austeridade do governo, a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou esta semana proposta que aumenta a remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em 20,3%. Com isso, o teto do serviço público passa de R$ 26.723,13 para R$32.147,90. Os impactos valem a partir de 1º de janeiro deste ano. Antes de ser votada em Plenário, a proposta passa ainda pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça. Para a Condsef o grande problema da notícia é a imposição do discurso de arrocho para a grande maioria dos trabalhadores do setor público. A falta de avanços nos processos de negociação em curso vem mexendo com os ânimos de milhares de servidores que têm discutido a necessidade de aderir a uma greve geral caso o governo não responda as reivindicações apresentadas pela categoria.
Um novo calendário de mobilização já foi aprovado por representantes das 31 entidades nacionais que compõem a Campanha Salarial 2012. O objetivo é reforçar a luta pelo atendimento das demandas mais urgentes dos servidores federais. Após avaliação positiva da grande adesão alcançada no último dia 25 com a paralisação de atividades e manifestação de servidores em todo o Brasil, as entidades convocam a categoria para um novo dia de lutas com paralisação no dia 17 deste mês. O que se espera é que o governo apresente retorno sobre a pauta de reivindicações até o dia 30 de maio. No dia 5 de junho as entidades organizam mais uma grande marcha a Brasília com objetivo de garantir avanços nos processos de negociação em curso no Ministério do Planejamento.
Plenária geral dos federais votará indicativo de greve – Também no dia 5 de junho haverá uma grande plenária que reunirá representantes de toda a base do conjunto das entidades unidas em torno da Campanha Salarial 2012. Uma estrutura deve ser montada na Esplanada dos Ministérios para receber os servidores de todo o Brasil que deverão votar um indicativo de greve apontado para o dia 11 de junho. Todas as movimentações levarão em conta o andamento dos processos de negociação e retorno do governo à pauta de reivindicação dos trabalhadores.
Para as entidades nacionais, o processo de mobilização dos servidores está crescendo e a tendência é de que o movimento do dia 17 de maio seja ainda maior do que o realizado no dia 25 de abril. A expectativa é de que a mobilização se fortaleça preparando todos os trabalhadores do setor público para uma grande greve geral caso seja necessário. O foco é buscar o atendimento das demandas mais urgentes que incluem reajuste nos benefícios, como auxílio-alimentação, política salarial permanente com reposição inflacionária e correção de distorções, entre outras reivindicações já apresentadas formalmente ao governo e que vem sendo negociadas, ainda sem avanços significativos, junto ao Planejamento.
É justamente para garantir os necessários avanços nas negociações que a mobilização e a unidade dos servidores são cada vez mais importantes e fundamentais para alcançar os resultados e melhorias de que o setor público tanto necessita.
Fonte: http://www.condsef.org.br/portal3/index.php?option=com_content&view=article&id=5484%3A1105–enquanto-servidores-lutam-por-avancos-em-negociacao-com-governo-comissao-na-camara-aprova-aumento-para-ministros-do-stf&catid=35%3Anotas-condsef&Itemid=222