O Ministério do Planejamento marcou a apresentação da proposta governamental para o dia 19 de junho, próxima terça feira. A assembleia permanente dos docentes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), realizada em Cachoeira nessa quinta-feira (14), comemorou a instalação da mesa de negociação do governo com os professores em greve, como reconhecimento da legitimidade do movimento. O encontro terminou com a confraternização entre professores e alunos, em uma denominada maniçoba política.
O presidente da Associação dos Professores Universitários do Recôncavo (APUR), Herbert Martins, frisou que o quadro do início da greve mudou, enfim o governo está disposto a negociar. Diferente do governo estadual que não tem negociado com os professores do ensino básico, o governo federal reconhece a greve dos docentes das instituições de ensino superior, prova disso é a possibilidade de uma proposta já na próxima semana.
Herbert Martins destacou ainda a participação de David Romão, vice-presidente da entidade, no comando Nacional de Greve e nas negociações em Brasília, como demonstração de força e legitimidade do movimento dos professores da UFRB. Na assembleia, foi debatida a construção de pautas locais; a suspensão de todas as atividades docentes. Foi deliberado que cada Centro de Ensino da UFRB construirá, nos dias 18 e 19 de junho, uma pauta com as necessidades locais, a ser encaminhada ao comando geral de greve e unificada às reivindicações nacionais. Visando uma proposta do governo na mesa de negociação do dia 19, os professores marcaram uma nova assembleia para o dia seguinte (20/06), no campus de Cruz das Almas, às 09h.
Deliberou-se ainda a total suspensão das atividades docentes, sejam elas de ensino, pesquisa ou extensão. Contudo, aqueles que tiverem projetos que não podem ser interrompidos, poderão enviar uma solicitação para a Comissão de Ética, composta por um professor de cada centro, que avaliará cada especificidade. Para que nenhum professor seja prejudicado em sua pesquisa, o comando de greve enviará um documento às agências de fomento, comunicando a decisão e solicitando uma revisão nos prazos.
Foi aprovada uma maior articulação entre os comandos de greve de todas as Instituições Federais de Ensino (IFES), com sede na Bahia. Para isso foi proposta a criação do Fórum de Greve das Instituições Federias de Ensino Superior da Bahia. A assembleia aprovou também duas moções. A primeira foi uma moção de repúdio ao reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), por ter demitido 67 funcionários de cargos comissionados que aderiram à greve. A segunda moção foi de apoio à greve dos servidores técnicos administrativos das universidades federais, que paralisaram suas atividades no dia de hoje.