Em assembleia dessa terça-feira (04), os professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) votaram pela continuidade da greve com a proposta de encaminhar ao Comando Nacional de Greve que no próximo dia 13 seja estabelecida uma data para a saída unificada. A data sugerida atende à solicitação do próprio CNG de uma proposta de data. No entanto, isso não significa o retorno imediato das atividades, pois ainda haverá discussões de calendário. Os docentes também votaram pela não assinatura do acordo proposto pelo governo, já assinado pelo PROIFES, em contrariedade as posições do ANDES.
“O governo ainda não respondeu a pauta da greve como, por exemplo, as condições de trabalho e a discussão da carreira foi encaminhada para os Grupos de Trabalho. O governo assinou um acordo sem tratar de pontos principais de nossa pauta, esse é o elemento que faz a gente permanecer em greve”, explicou David Romão, vice-presidente da APUR.
David Romão frisou a importância de se construir não só uma saída unificada, mas de se pensar em táticas conjuntas que assegure o processo de mobilização independente do estado de greve: “Um movimento grande e unificado, como foi construído, um dos maiores na história dos docentes, nós não podemos deixar que se desintegre, por isso indicamos, independente do período estabelecido, que a saída e as táticas sejam unificadas”, afirmou o docente.
Assim como o vice-presidente, o professor do Centro de Ciências da Saúde (CCS), João Mendes, defendeu a construção de novas táticas de enfrentamento. “A saída da greve, se ela acontecer de fato na data que estamos sugerindo, não significa dizer que acabou a mobilização. É preciso pensar em continuar o movimento a partir da adoção de outros instrumentos, de outras ferramentas de reivindicação. Estamos partindo do pressuposto de que os avanços foram poucos, precisamos continuar na luta”, disse o professor.
João Mendes também reiterou a importância da decisão de sair da greve em conjunto para reafirmar ganhos políticos para a categoria docente. “A votação pela prorrogação da greve mostra que nós estamos pensando na greve como um instrumento de uma classe, e consolidou a tese de que, uma vez que a classe entrou junta, a classe deve sair do mesmo modo. Nesse sentido, a nossa assembleia não poderia ter feito diferente. A lógica é trabalhar numa perspectiva de classe, se de fato estamos juntas até agora, a saída vai ser junta, porque a continuidade do processo deve ser feito de forma conjunta”, afirmou o docente.