O ANDES-SN segue articulando sua Comissão da Verdade como forma de organização e luta para revelar os crimes cometidos pela ditadura empresarial-militar e exigir a sua reparação à sociedade brasileira. A Comissão foi debatida durante o 33º Congresso do Sindicato Nacional, no qual sua centralidade para o ano de 2014 foi reafirmada, e um documento sobre o tema aprovado (leia aqui).
O texto a seguir vem como uma síntese desse posicionamento aclamado pelo Congresso:
Há 50 anos, iniciava-se o período mais nefasto da história brasileira. O golpe militar, desferido à população brasileira em 31 de março de 1964, criou um estado de exceção que atormentou os brasileiros por mais de duas décadas. Durante a ditadura empresarial-militar, desapareceram, foram presos, torturados e mortos milhares de brasileiros que lutavam pelo simples direito à expressão.
Famílias foram destruídas, direitos políticos cassados e divergências silenciadas quando setores das classes dominantes do Brasil instauraram essa forma de governar através da ditadura. A sólida aliança entre os empresários e os militares tinha como princípio calar a classe trabalhadora e silenciar os opositores ao regime através de aparelhos ideológicos do Estado.
Meio século depois, ainda se busca justiça. A Lei da Anistia deve ser revista, e os agentes e financiadores da ditadura, punidos exemplarmente. As ações de Argentina e Uruguai, nesse caso, são emblemáticas e mostram como no Brasil a ditadura ainda não foi realmente superada. É o momento de recontar esta história, de revelar os atos arbitrários e assassinatos cometidos na vigência da infame ditadura empresarial-militar em nosso país.
O ANDES-SN soma-se, nesse 31 de março de 2014, a todos aqueles que gritam por justiça, reparação, memória e verdade. Afirma, também, que está do lado daqueles que sempre lutarão contra qualquer forma de opressão e repressão – seja ela um golpe de estado, um ato institucional da ditadura ou um ataque à organização popular em tempos democráticos. É tarefa de todos os que lutam por uma sociedade justa e igualitária repetir, hoje e sempre, ditadura nunca mais!