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ASSEMBLEIA DA APUR DISCUTE A POSTURA DA REITORIA EM RELAÇÃO À PAUTA LOCAL

10-06-0001 Em assembleia nesta terça-feira (10), os professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) deixaram, pelo menos, duas questões bastante claras: a urgência de se pensar que universidade estão querendo e a situação atual da UFRB que, segundo eles, é de total paralisia e desrespeito por parte da administração central. Essas questões foram evidenciadas a partir da discussão da pauta local, que tem sido negligenciada pela reitoria que, quando muito, apenas tem empurrado as decisões para outros momentos e/ou setores.

Uma questão facilmente observada na última resposta dada pelo reitor à pauta prioritária de 2014, que foi enviada à direção da APUR pouco antes do início da assembleia docente, e foi lida em seu decorrer. Na verdade, o documento enviado sequer pode ser chamado de resposta, haja vista que não responde a todos os pontos da pauta dos docentes. Exemplo disso é o ponto em que os docentes pedem a aprovação da carga horária mínima de 8 horas e máxima de 12 horas para as atividades de sala de aula, em que a reitoria apenas responde que “encaminhará o assunto aos Conselhos competentes no prazo máximo de 60 dias”, sendo que a própria LDB já garante o mínimo de 8 horas.

Mesmo tendo apresentado apenas cinco pontos da pauta docente para 2014, a APUR não conseguiu obter da reitoria resposta positiva a todos os pontos apresentados, a maioria se resume em ações pretendidas. Diante disso, o sentimento que tem imperado dentre os professores é o de total desrespeito por parte da gestão da universidade. Para a maioria dos professores que falaram durante a assembleia, o documento enviado pela reitoria não apresenta respostas concretas. Sendo assim, não haveria o que se discutir, nada que comprometa a gestão atual, havendo apenas uma forma de driblar as questões.

A falta de interesse da gestão da universidade em resolver as demandas docentes é vista como um forte entrave na luta pela pauta. Os docentes definiram a administração como sendo uma administração de omissão que transformou a UFRB em um escolão. Administração esta que, segundo alguns professores, ignoraria a categoria docente.

Os docentes defenderam que essa postura da reitoria demonstra o seu descomprometimento com a universidade, bem como com a forma de geri-la. Tanto é assim que o reitor se recusaria a enfrentar o MEC na defesa dos interesses dos docentes. Os professores também colocaram que, mesmo a UFRB sendo o resultado da expansão do ensino superior no Brasil, é urgente que os docentes pensem em que tipo de universidade estão querendo, para que a UFRB não se resuma apenas em números do MEC.

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Nessa mesma linha de defesa, muitos professores colocaram que o caminho que a UFRB tem seguido é de profunda desmobilização do trabalho docente. Em suas visões, a questão da carga horária, por exemplo, também diz muito sobre a universidade que se quer construir. “É só uma universidade para ensinar? Onde ficam a pesquisa e a extensão”, questionaram. Os docentes ainda deixaram claro que é também dever da gestão da universidade lutar por essas causas, não apenas do sindicato dos docentes.

 Com a maioria das falas, percebe-se que o clima dos docentes tem sido de desmotivação e insatisfação com a universidade: “A universidade que nós somos tem sido mostrada pela forma como a administração tem tratado seus professores. A gente não tem condições de capacitação, de progressão, isso nos dá pistas de que universidade nós somos”, afirmou uma docente. Contudo, a professora foi categórica em dizer que é necessária uma mobilização da parte dos docentes, mostrando que universidades eles querem: “Estou cansada de viver essa universidade, que não é a universidade que eu sonhei”, desabafou a professora.

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Apesar de um cenário de insatisfação, os docentes continuam com o foco na mobilização e luta por suas demandas.  Pensando nisso, foi aprovado um seminário de avaliação dos nove anos da UFRB e perspectivas futuras. O intuito é discutir assuntos centrais como PDI, Estatuinte e Currículo, para juntos construírem de fato uma universidade referenciada. A assembleia também aprovou uma campanha em prol das 8 horas mínimas em sala de aula e o apoio aos professores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) que estão em greve.

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