Antecedida por um café da manhã de confraternização, ocorreu, nesta quarta-feira (21), a posse da nova diretoria da Associação dos Professores Universitários do Recôncavo (APUR). Com a presença de representantes da CUT, do ANDES, e de outros sindicatos e categorias de luta na cerimônia de posse, a APUR passa a ser dirigida pelos professores Antonio Eduardo Oliveira (presidente), Karina Cordeiro (vice-presidente), Givanildo de Oliveira (secretário), Gleide Sacramento da Silva (suplente de secretário), Alessandra Caiafa (tesoureira), Sérgio Rocha (suplente de tesoureiro), Ana Cristina Givigi (diretora executiva) e Maurício Silva (suplente de diretor executivo).
Uma questão foi bastante frisada em todas as falas, a importância que a APUR tem tido no processo de construção da UFRB. Uma importância alcançada com muita luta, como bem frisou o professor Herbert Martins, o primeiro presidente eleito da APUR. “Nos cinco primeiros anos da UFRB não houve vida sindical. Iniciar o trabalho de construção da APUR não foi tarefa fácil, sobretudo quando prevalecia a ideia de que deveríamos ser representados pelo sindicato de Salvador”, relembrou o professor.
Para o professor David Teixeira, ex-presidente da associação, a APUR é um dos mais visíveis acertos nesses 10 anos da universidade. “A APUR deu uma nova cara, uma nova vida à UFRB. É impossível falar da história da UFRB sem falar da APUR. Graças a ela, conseguimos construir um sentimento de pertencimento, uma vontade de construir essa universidade”, afirmou David.
O protagonismo da APUR também foi lembrado nas falas dos professores William Lordelo (Oposição cutista da APLB) e Petry Lordelo (Executiva do PT em Cruz das Almas e Oposição cutista da APLB). Os dois professores lembraram que a APUR foi quem encabeçou a construção do pólo sindical na cidade de Cruz das Almas, contribuindo fortemente na mobilização pela reforma política. “Tenho a clareza muito grande da importância da APUR, e do seu apoio político na luta pelo fortalecimento da classe trabalhadora e de nossos direitos”, completou o professor William.
ANO DE LUTA
De uma coisa todos aqueles que foram à frente tinham certeza, a de que 2015 será um ano de muita luta da classe trabalhadora. E, exatamente por essa certeza, também foi unanimidade a defesa da união entre todas as categorias. O diretor do ANDES-SN, Gean Santana, foi categórico ao afirmar que a luta que espera pela nova diretoria é grande, pois o país vive um momento de ataque às universidades e à educação pública.
Diante dessa realidade, a solução apontada por Gean é a união: “Vamos ter que nos juntar para o enfrentamento. Aumentar o bloco daqueles que resistem, que lutam pelo pouco do que sobrou da educação pública. É importante defender a universidade pública, pois ela é o patrimônio do povo brasileiro”, conclamou Gean.
Na mesma linha de defesa da união, Lourival Lopes, membro da direção nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), colocou que a ordem tem sido para atacar os servidores públicos e suas conquistas, por isso, defende ele, é necessário que as categorias se unam para o combate, que se juntem todas, não só para defender a educação pública, gratuita e de qualidade, mas também para defender as demais bandeira de luta da classe trabalhadora.
A vice-presidente do Sindicato dos Professores das Instituições Federais do Ensino Superior da Bahia (APUB), Lívia Angeli, afirmou estar muito feliz em ver como a APUR se articula com outros sindicatos, e colocou a APUB como parceira na batalha: “Temos que estreitar relação com a classe trabalhadora, com tudo que nos une. As lutas precisam ser unificadas para termos êxito”, ponderou a vice-presidente, dando como exemplo a luta pelo Plebiscito pela Reforma Política.
A APUR também conta com o apoio das categorias internas da universidade, o que ficou bastante claro nas falas de apoio do representante do Coletivo Central Estudantil (CCE), o discente Cláudio Lisboa, que relembrou o diálogo positivo e a interação que os discentes vêm tendo com a APUR, em especial na construção do Fórum Tripartite; e de Elielson Aquino, do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da UFBA e da UFRB (ASSUFBA), que se colocou à disposição da associação: “Não será um ano fácil, mas temos que está apoiando, participando junto nessa luta, e a APUR pode contar com a ASSUFBA para construir em prol de nossa instituição”, colocou Elielson.
DEMOCRACIA E RESPEITO
Tanto a antiga gestão quanto a nova gestão da APUR defendem a busca pela democracia e o respeito pela diversidade que compõe a UFRB, e também o respeito pelas decisões da base do sindicato. Para o professor Herbert Martins, o acerto da luta de construir e institucionalizar a APUR está no campo dos valores e princípios que ela defende, em especial o princípio da democracia. “A democracia é fundamental para a defesa da autonomia universitária. Democratizar a UFRB é, portanto, um imperativo que a APUR deve continuar perseguindo, pois estamos longe de sermos uma universidade democrática, posto que nela ainda prevalece a falta de debates qualificados sobre as decisões nodais da universidade”, afirmou Herbert.
Seguindo a mesma ótica do ex-presidente, o atual presidente da APUR, Antonio Eduardo Oliveira, também deixou claro que a sua gestão vai continuar a luta pela democracia e autonomia da universidade; e que, fazendo jus ao nome da chapa, “APUR pela base”, continuará o respeito às decisões dos sindicalizados: “Nós entendemos que é necessário construir um sindicato pela base. A APUR não é simplesmente a diretoria, ela é, sobretudo, os filiados. A APUR é um sindicato democrático, aqui não há atropelo de falas e nem manipulação”, disse o mais novo presidente da APUR.
Outra defesa da nova gestão é o respeito aos diversos grupos que compõem a UFRB. Nesse sentido, Antonio Eduardo adiantou que a diretoria eleita se empenhará na luta a favor da diversidade sexual e contra a violência sofrida pelos grupos LGBT. Da mesma forma, Karina Cordeiro, vice-presidente, salientou que a APUR continuará com sua história de luta em prol dos direitos de todos, pois ela acredita que quando o direito de um/a docente é negado, o direito de toda a associação também é negado.
Fechando as falas de forma categórica, a professora Ana Cristina Givigi, a nova diretora executiva da associação, deixou claro que a APUR não recuará na pauta e na luta transparente. “Não abriremos mão daquilo que é o direito dos trabalhadores e trabalhadoras. Precisamos primar pela qualidade da classe trabalhadora. Este é o momento crucial, um ano difícil, mas que não deve ser de recuo da luta e da pauta”, finalizou Ana Cristina.
Além dos nomes já citados, a cerimônia de possa da nova diretoria contou também com as presenças do reitor em exercício, Sílvio Soglia, do professor Vamberto Miranda Filho, da Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia (ADUNEB); do advogado Ranieri Resende, do escritório Alino & Roberto e Advogados; de Ronaldo Conceição, do SINTRACAL e do discente Janderson Santana, do Diretório de Agronomia.