Categories ANDES

34º Congresso do ANDES-SN – Contribuição da Diretoria da APUR Seção Sindical – Para enfrentar os desafios da conjuntura. Construir o ANDES pela base

Para enfrentar os desafios da conjuntura. Construir o ANDES pela base

28-01

Após uma eleição acirrada Dilma foi reeleita, que impuseram uma derrota ao candidato conservador do PSDB. Em resposta ao resultado eleitoral setores importantes da elite nacional prontamente principia um ataque aos direitos democráticos conclamando uma nova ditadura militar e o impechment da presidente eleita, combinado com uma ação no parlamento aprovando medidas que inviabilizam a participação popular e os interesses dos trabalhadores. Por um lado, a crise econômica tende aumentar as divisões entre setores dominantes e diminuir as margens de conciliação, ampliando a pressão sob o governo. Os setores capitalistas avançam pressionando pela adoção de políticas recessivas e contra os interesses populares, ao mesmo tempo que uma ala direitista, apoiada pelos grandes grupos da imprensa nacional ensaiam uma política claramente golpista.

Para os trabalhadores e para os servidores públicos, o próximo período será de muita luta na defesa dos seus direitos. A perda do poder aquisitivo, bem como os cortes de verbas no fim de 2014 e o precário investimento nos serviços públicos (como educação e saúde) é sem dúvida, um elemento crucial para a retomada das mobilizações dos docentes e demais servidores públicos.

A grande mobilização dos trabalhadores na campanha do plebiscito, que contou com a participação de mais de 120 organizações dos trabalhadores e principais movimentos sociais do país, e que colheu mais de sete milhões de votos favoráveis a uma Constituinte para a Reforma Política é uma expressão desta tendência política que pressiona o governo a esquerda.

Nesta conjuntura complexa, em que a direita passa nitidamente na ofensiva e o governo da frente popular tende a uma política ambígua que flerta com os movimentos populares sem abrir mão dos acordos com setores importantes da burguesia. A política do movimento sindical, e em especial do Andes precisa criticar com muita nitidez as tendências golpistas dos setores conversadores e buscar uma frente única com a maioria dos trabalhadores organizados, para combater as perdas de direitos e arrancar as suas reivindicações.

Para isso, é preciso superar a política do CSP-Conlutas, que junto com a direção do ANDES impediu que o sindicato nacional participasse do movimento do Plebiscito pela Constituinte da Reforma Política. Além disso, a política da direção do ANDES-SN promoveu um ano de prejuízos para a categoria, que se manteve afastada das ações da maioria da classe e viu suas pautas estagnadas.

Reestruturar o sindicato nacional para a construção de um movimento nacional que possa dar conta das tarefas da conjuntura é um aspecto fundamental no balanço político no congresso do ANDES, não se trata de medidas administrativas e mudanças estatutárias, mas construir uma reorientação geral da política e um aprofundamento da democracia e participação nas instâncias do sindicato.

Assim, a mobilização dos trabalhadores tem estabelecido as bases para um movimento mais participativo e democrático, que expressa à necessidade das bases da categoria controlar suas próprias entidades e poder assim levar adiante sua luta de maneira mais ampla.

A experiência da greve docente na IFES em 2012 – espaço de constantes diálogos, disputas e enfrentamentos – foi marco político fundamental no movimento docente nos últimos anos. Apesar dos resultados contraditórios do movimento nacional, uma vez que o governo, em diversos aspectos, piorou nossa carreira, sobretudo dos novos professores, e do não atendimento de muitos itens da pauta.

Entretanto, é importante ressaltar que a interface presencial dos professores é fator fundamental para uma verdadeira democracia, pois permite uma verdadeira participação e discussão dos rumos do movimento. Por isso, um eixo fundamental para a construção do ANDES é que fomente de uma maneira cada vez intensa da participação da base da categoria a partir do seu local de trabalho nas instâncias do sindicato.


É preciso que o ANDES assuma como prioridade as pautas dos docentes das IES, o que passa pela necessidade criar meios para abrir uma negociação efetiva com o governo, o que passa por uma construção tática para o atendimento da pauta específica e dos demais servidores públicos federais. Conquista que só será possível com a unidade na ação com a maioria dos servidores.


Para combater os setores conservadores e para arrancar do governo as reivindicações da categoria e do conjunto dos trabalhadores como a defesa do ensino público de qualidade necessitamos fomentar a unidade dos trabalhadores, um passo importante no movimento docente é a luta por um movimento coletivo para reconstruir o ANDES pela base.

About Author

Leave a Reply