Nesta terça feira (3) os docentes em assembléia da APUR aprovaram a participação do sindicato na comissão que organizará o processo de sucessão da reitoria como ponto principal e a iniciação da discussão de filiação da entidade à Central Única dos Trabalhadores. A primeira assembléia da nova gestão ainda teve como pontos de pauta a campanha salarial 2015 , a eleição de delegados da categoria para o Congresso do ANDES e o acréscimo do ponto de discussão sobre a implantação de contêineres no Centro de Formação de Professores (CFP).
PROCESSO DE SUCESSÃO DA REITORIA DA UFRB
Apesar de ser apenas uma consulta, a direção do sindicato, que se debruçou sobre o assunto, entende a importância de a APUR participar da comissão eleitoral. A vice-presidente da associação, Karina Cordeiro, colocou que a participação da APUR é um marco político de resistência por não existir eleição direta para reitoria. A consulta é uma forma de tentar fazer com que prevaleça a vontade da comunidade acadêmica.
Além da decisão de participar da comissão, a assembleia também aprovou alguns pontos para constarem no edital da consulta; sendo que esses pontos serão levados para a apreciação das demais categorias que comporão a comissão. A categoria docente sugere que a votação seja feita em dois turnos, caso o candidato mais votado no 1º turno não consiga 50% mais 1 dos votos válidos, uma maneira de assegurar a decisão da maioria, isto caso exista mais de dois candidatos.
Foi apresentada uma proposta de calendário que, em resumo, teria do dia 10 a 24 de fevereiro para as inscrições das chapas, 15 de abril a consulta do primeiro turno e, havendo a necessidade, o dia 6 de maio para o segundo turno. A ideia é que o resultado seja entregue ao CONSUNI no dia 9 de maio. Os/as presentes também aprovaram a indicação de que o cálculo dos votos seja feito apenas com os votos nominais, e que se continue com o voto paritário, ou seja, 33,33% para cada categoria. Uma questão que se colocou com muita força na assembleia, e foi aprovada com unanimidade, foi a recomendação de que os candidatos apresentem um plano de gestão no ato da inscrição. A direção da APUR, no entanto, deixou claro que a participação desta na comissão não implicará em seu papel de debater e cobrar dos candidatos. A professora Ana Cristina Givigi, diretora executiva da associação, defendeu que a APUR precisa problematizar o processo, deixar claro que o sindicato defende a eleição direta para reitor. Para David Teixeira, representante sindical do CFP, o que dá legitimidade política ao processo de consulta é ele ser organizado pelas categorias, mas que é necessário se posicionar politicamente: “Participamos porque queremos apresentar nossa posição, mas precisamos lutar pela eleição direta para reitoria”, afirmou o professor.
Assim como esses professores, o presidente da APUR, Antonio Eduardo Oliveira, esclareceu que a associação deve continuar com seu papel de defensora dos interesses dos docentes. Nesse sentido, a APUR convidará os candidatos para um debate, e apresentará a pauta docente, questionando o comprometimento com tal pauta.
FILIAÇÃO A CENTRAL SINDICAL
È acordo entre os docentes que se deve ampliar o debate sobre a filiação a Central Única dos Trabalhadores como forma de maior inserção engajada às questões de luta dos trabalhadores do país e como forma de sair de possíveis isolamentos. Para melhor qualificar o debate sobre a filiação a CUT, ficou acordado que a APUR organizará uma atividade para debater o assunto com a categoria, e depois será realizada uma assembleia para decidir a filiação.
De igual modo, o tema da campanha salarial ficou para ser melhor discutida em outra assembleia, onde este será o primeiro ponto de pauta, pois só depois do congresso do ANDES será possível fazer um debate mais aprofundado.
OUTRAS DISCUSSÕES
A discussão sobre a forma de implantação de containers destinados a laboratórios (segundo informes da SIPEF) no campi de Amargosa tornou-se ponto de pauta e transformou-se em preocupação dos docentes. Os professores discutiram a violação de tramites regimentais para implementação, o caráter político educativo e as possíveis questões das condições de trabalho dos docentes. São 23 volumosas caixas de metal que tomaram o espaço do estacionamento, sem nenhuma discussão prévia no Conselho de Centro. A assembléia deliberou por publicar uma nota pública veiculando os questionamentos apresentados pelos professores em assembléia.
Além desses pontos, a assembleia também discutiu a escolha de delegados para o Congresso do ANDES, Quanto à participação no congresso, Antonio Eduardo explicou que é importante participar do evento porque a APUR faz parte de uma categoria nacional, e também porque a ida permite trazer discussões mais qualificadas para a base. Foram aprovados os nomes dos professores Antonio Eduardo Oliveira, como direção da APUR e de David Teixeira e Tarcísio Cordeiro da base.