Categories APUR Slide

PELA DEFESA DAS LUTAS E ORGANIZAÇÕES POPULARES: NENHUM DIREITO A MENOS!

640-1913742_10201502403639090_844251286218708007_n

PELA DEFESA DAS LUTAS E ORGANIZAÇÕES POPULARES: NENHUM DIREITO A MENOS!

A APUR vem a público posicionar-se pela defesa de procedimentos negociados e constituídos após longos anos de lutas populares. De certo não temos nem a democracia e nem as instituições que expressem de forma justa os desejos políticos e a organização da sociedade civil brasileira. De certo, sabemos das relações que hegemonizam as instituições e delas fazem uso e abrigo de seus poderes. Mas, também reconhecemos o caráter de disputa e o resultado de um patamar de direitos que não foram doados e/ou concedidos, mas originam-se das lutas e forças contraditórias deste país.

È em defesa dos direitos e das lutas que originaram as instituições que hoje nos manifestamos. Não é novidade que medidas de força são aplicadas a muitos cidadãos brasileiros, muitas vezes sem o direito à defesa, motivadas por uma suposta necessidade de segurança – e isso sempre causou prisões, mortes e genocídio – mas, quando o poder mostra-se mais ‘cru’ evidencia suas tecnologias e a necessidade de pensar em direitos consolidados e procedimentos regulares. A condução coercitiva do ex-presidente Lula, a mobilidade do processo contra ele – aos quais entendemos que deve respondê-los todos, com o justo direito de defesa após as acusações – mostram a organização da elite brasileira e o uso político restrito dos poderes instituídos e a ausência de controle popular sobre as instituições.

As ações estatais, que só seriam justificadas mediante caráter de exceção, tornaram-se um modelo da política contemporânea, o que imediatamente é prova da brutal crise na política e, ao mesmo tempo, das tecnologias biopolíticas do estado. De fato, as instituições políticas esgarçadas não funcionam a ponto de manter a coesão do modo de produção de riquezas, sendo necessário avançar brutalmente para restrição das liberdades individuais, justificando-se pela manutenção da ordenação, o que viola inclusive os direitos tão caros até ao liberalismo.

640-ditadura-01

Assim, a APUR conclama todxs xs professorxs para a defesa das lutas populares e para defesa do regular uso dos procedimentos para julgamento das lesões ao estado, ao tempo que convida a todos para pensar na falência de um modelo político centrada no modelo binário e colonizador. Atentamos para o caráter conservador das manifestações de rua quando estas são lideradas pelo que há de mais retrogrado na política brasileira, inclusive tradicionalmente acusados de serem contrários aos direitos civis, políticos e da coletividade, bem como envolvidos também em processos públicos de corrupção.

A APUR reconhece que a UFRB é resultado de mobilizações do povo do Recôncavo e neste momento sua vida institucional também é violada diante do ataque às conquistas. Colocamo-nos do lado do direito de manifestação, mas evidenciamos que o projeto de Brasil que queremos não se assenta ao lado das elites e suas concepções de liberdade e democracia. Defendemos as organizações populares e coletivas, os movimentos identitários, as organizações de classe e àqueles que sempre estiveram aliados concretamente a melhores condições de vida. A crítica da crise econômica e política não pode vedar nossos olhos sobre os interesses que estão em jogo. Colocamo-nos do lado de nossos direitos e da disputa das instituições para construção de novos modelos políticos para além da restrita visão que parece nos apontar as ruas.

Nenhum direito a menos!

DIRETORIA DA APUR

Participem da grande manifestação “O Brasil contra o Golpe”, no dia 18, às 15 horas, no Campo Grande.

About Author

Leave a Reply