MENTIRA TEM PERNA CURTA!

MENTIRA TEM PERNA CURTA!

Nota da diretoria do ANDES-SN chamando um mentiroso dia da mentira (1º de abril) é um apoio disfarçado aos golpistas

Antonio Eduardo Alves de Oliveira
Professor UFRB

As mentiras propagadas pela diretoria do ANDES-SN são a pura  expressão da frente única entre a direita mais reacionária com os golpistas da esquerda coxinha (PSTU e Luciana Genro).

Como já assinalei anteriormente, a diretoria do ANDES-SN adotou uma posição de total seguidismo aos golpistas ou coxinhas de esquerda do PSTU (junto com a sua central de faz de conta)  e de Luciana Genro (PSOL), e seu rebaixado oportunismo eleitoral, que defendem abertamente a derrubada do governo. Estes setores, em diversas publicações, têm não somente se negado a lutar contra o golpe, como de maneira cínica afirmam que não existe golpe nenhum em curso.

Não por acaso, as declarações  como a nota pública do PSTU “A queda de Dilma seria um golpe? “(http://www.pstu.org.br/node/21994), a nota do MES/PSOL, corrente política de Luciana Genro,  “vai ter golpe?” ”http://esquerdasocialista.com.br/vai-ter-golpe/   e a nota publicada pelo vice Golpista Michel Temer têm o mesmo caráter, ou seja, enfatizam a posição política que a queda do governo da frente popular é não somente desejada como é legal, e não pode ser classificada como golpe.

Tanto Luciana Genro do PSOL  quanto o PSTU  afirmam hipocritamente que são contra o impeachment, mas assinalam que o mesmo é parte da legalidade da democracia existente. Para o PSTU, é até um instrumento “progressista” na constituição federal, que a esquerda não pode ser contra. O MES registra o papel democrático de uma instituição insuspeita, a OAB que, por sinal, apoiou o golpe em 1964.
Assim, apesar de defenderem outra alternativa golpista, a convocação de novas eleições, como defende a ex- candidata Marina Silva e outros setores burgueses, são justificadores  recorrentes de que o processo de impeachment feito pelo presidente da Câmara de deputados Eduardo Cunha não é golpe.

A esquerda coxinha cumpre o papel sujo de ocultar o golpe, aliando-se de maneira escandalosamente às mentiras propagadas pela Globo e pela república de Curitiba.
Já fiz a critica a estes documentos da esquerda pequeno burguesa coxinha em outros artigos, aqui gostaria apenas de chamar atenção para o fato de que não é uma mera coincidência as posições do PSTU e sua  CSP, da direita reacionária tipo Bolsonaro, do PSDB de Aécio Neves, do PSOL de Luciana Genro, do vice presidente Michel Temer, de Marina Silva e, infelizmente, do ANDES-SN, de que o impeachment não é golpe.
Trata-se de uma operação de encobrimento, portanto que eles tenham consciência ou não, isso não tem importância objetiva, a diretoria do ANDES-SN, através do seu atrelamento completo à central sindical controlada pelo PSTU, é parte do processo golpista.

Negar o golpe ou pregar que o PT tem o que merece é nada mais nada menos do que a constituição de uma verdadeira frente única dos golpistas.  Todos se reivindicam democráticos e contra a corrupção (não por acaso apoiam a operação golpista da Lava Jato).

Os coxinhas de direita participam com seus mantras racistas, homofóbicos e machistas nos atos financiados pela FIESP pela derrubada do governo de qualquer jeito, inclusive os setores mais reacionários, os abertamente fascistas têm curiosamente a mesma palavra de ordem da extrema esquerda “Fora Todos” como vimos nas manifestações do dia 13 de março.

Por sua vez, a ala esquerda coxinha combate ardorosamente a CUT e o MST e todos que lutam contra o golpe, classificados pejorativamente de governistas. Qualquer um que tenha o atrevimento de lutar contra o golpe da direita e afirmar que o governo Dilma não deve ser derrubado é insultado e caluniado, responsabilizado pelos  atos mais terríveis do governo Dilma. Como diz o ditado popular: “ a mentira tem perna curta”, e vale também para aquelas mentiras contadas pela  esquerda coxinha.  Assim, a convocação do dia nacional de luta  não é defesa dos trabalhadores, ou algo parecido. O 1º de abril é exatamente o que a data sugere, uma exposição grotesca de uma farsa política. Uma ópera bufa de confusão política.

Não existe a criação do suposto “terceiro campo” do PSTU/CSP/ diretoria do ANDES-SN, e do balaio EUA ( com grupos defendendo que até mesmo a prisão de Lula, como MNN). O objetivo número 1 do 1º de abril é evitar que os trabalhadores se mobilizem contra o golpe.

Como já assinalei no texto de crítica à diretoria do ANDES-SN, o EUA aprovou em janeiro uma resolução da realização no momento oportuno da comédia pastelão do terceiro ato, que somente seria marcado depois que ato da CUT fosse agendado. Assim, agindo como verdadeiros chacais, ficaram na espreita para atacar as mobilizações do movimento “Não vai ter Golpe”, organizados pela a CUT e o MST. É importante assinalar que na resolução da plenária nacional  do EUA em 16 de janeiro apresenta-se abertamente a defesa da saída do governo Dilma pelo Espaço Unidade de Ação, que contou inclusive com os aplausos da diretoria do ANDES-SN (apesar de não existir nenhuma resolução aprovada por instância do sindicato nacional, nem mesmo da diretoria sobre o afastamento de Dilma).

A única verdade do dia da mentira da esquerda coxinha que controla a CSP e o  ANDES-SN é que o objetivo deles é  evitar, de todas as maneiras, a luta contra o golpe. Entretanto, preciso reconhecer que ninguém é tão esquivo como a diretoria do ANDES-SN para camuflar  sua adesão à frente única com a direita.
Assim,  mesmo apoiando objetivamente os chamados da esquerda coxinha, procura fazer isso da maneira mais insólita possível, apresentando as provas contra si mesmo como uma forma de autorização para fazer toda sorte de picaretagem  política. Realmente não é somente Eduardo Cunha que tem suas artimanhas.
Dessa forma, apresentam-se como sendo “autônomos” em relação a “governos e partidos”, mas seguem caninamente o PSTU e os setores golpistas do PSOL, como Luciana Genro.

Além disso, é interessante destacar, que citam a seu favor  uma resolução que simplesmente é a mesma apresentada em todos os congressos do ANDES-SN que não diz nada sobre a atual conjuntura. Realmente é uma esperteza digna de nota. É uma resolução que é tão genérica que serve para todas as conjunturas, ou seja, não serve para nenhuma, servindo apenas para demonstrar a covardia política da diretoria do ANDES-SN em fazer realmente uma análise de conjuntura no últimos congressos do ANDES-SN depois que a crise política foi instalada.

“O 35º Congresso do ANDES-SN (Curitiba/PR, 25 a 30 de janeiro de 2016) analisou a conjuntura política e se posicionou, uma vez mais, resguardando a autonomia do sindicato frente ao governo, aos patrões e aos partidos políticos e definiu que a centralidade da luta do sindicato, neste período, compreende o seguinte: “Defesa do caráter público, democrático, gratuito, laico e de qualidade da educação, da valorização do trabalho docente, dos serviços públicos e dos direitos dos trabalhadores com a intensificação do trabalho de base e fortalecimento da unidade classista com os movimentos sindical, estudantil e popular na construção do projeto da classe trabalhadora”. – See more at:http://cspconlutas.org.br/2016/03/diretoria-do-andes-sn-divulga-nota-sobre-crise-politica-vivida-no-brasil/#sthash.uwMSA84b.dpuf

Como se vê, o trecho acima não diz nada que autorize a diretoria do  sindicato nacional participar de ato com setores que abertamente defendem o “Fora Dilma”, como são convocatórias golpistas do dia da mentira. É mais um encenação política, mas dessa feita, a diretoria do ANDES-SN suplantou qualquer bom senso.
Eles querem incutir  que o ANDES-SN tem que ser contra o governo, como sendo parte da nossa história, e confirmada na resolução aprovada no último congresso nacional da entidade. Não se pode participar de manifestações com defensores do governo, é um pecado.

Mas participar de atos com partidos coxinhas de esquerda que defendem o “Fora Dilma” é permitido? Para essa pergunta, a diretoria tem ouvidos moucos.
Isso só mostra como a ditadura burocrática do sindicato nacional está querendo falsificar resoluções para apoiar a política golpista da CSP/PSTU.
Na nota sobre conjuntura transborda a negação mais elementar da realidade, para os intelectuais da esquerda pequeno burguesa ‘Não existe diferenças entre o governo e a direita” ou que “é uma falsa polarização” entre a direita e a frente popular.

Neste caso, qualquer um que acompanhe a crise política sabe que essa tese da “falsa polarização” é mais uma ilusão pregada pela diretoria do ANDES-SN para   não fazer frente com “governistas” e que não se deve lutar contra o golpe, pois não existe golpe.  Essa pérola da diretoria do Andes não é apenas mais uma falsidade e uma incompreensão da conjuntura, mas uma grande tolice política. Na medida em que os golpistas atacam da maneira mais sórdida e  aumenta a resistência popular contra os golpistas, essa retórica da diretoria do ANDES-SN, negadora do golpismo no Brasil, tende a entrar em parafuso, pois a Mentira tem perna curta.

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