Companheiros e Companheiras
Estamos chegando ao final de mais um do ano, como sempre, um ano marcado por muitas lutas e resistências às investidas aos nossos direitos conquistados. Lutamos bravamente contra o governo golpista de TEMER (PMDB/PSDB/DEM), e, infelizmente, tivemos algumas derrotas, como a aprovação da Reforma Trabalhista pelo Congresso Nacional mais conservador da história do Brasil. Contudo, não nos eximimos da luta, fomos às ruas em diversas atividades para registrar nossa insatisfação contra esse ataque brutal aos trabalhadores e trabalhadoras.
Mas, 2018 não promete ser mais fácil. A Reforma da Previdência pode ser votada a qualquer momento, e nós continuaremos vigilantes, prontos para enfrentarmos juntos mais essa batalha. A luta de nossos companheiros e companheiras argentinos mostra que podemos mostrar ao mundo as práticas autoritárias de parte dos governos latino-americanos alinhados ao modo de produção que lança mão de formas pretéritas de exploração para superar continuamente suas crises.
Não podemos esquecer que os (as) servidores (as) públicos (as) do país continuam sendo atacados (as) em seus direitos, dessa vez com a terrível possibilidade de perdermos uma de nossas grandes conquistas, a estabilidade (Projeto de Lei do Senado n° 116/17, que prevê a perda de cargo público justificada por insuficiência de desempenho do servidor). Nós, servidores e servidoras de uma instituição de ensino superior, ainda temos que enfrentar o desmonte das Universidades Públicas, das ações em ciência e tecnologia com a notícia de que o orçamento para pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações sofreu um corte de 44% em 2017, e um novo corte de 15,5% é esperado para 2018.
Pensando mais especificamente na UFRB, em nossa última conversa com o reitor, fomos informados que em 2018 quem vai controlar a disponibilidade dos recursos da UFRB será o Ministério da Educação (MEC), o que impacta diretamente na autonomia universitária. Ainda segundo o reitor, a UFRB entra em 2018 com déficit, ou seja, as dificuldades serão imensas, não temos expectativa para novos investimentos. No ponto de vista de financiamento, 2018 tende a ser pior que 2017. Mais do que nunca necessitamos avançar na unidade da nossa categoria, para nos proteger e reagir contra as ações que atacam os servidores públicos e a nossa Universidade. Precisamos defender os direitos da comunidade universitária em propostas de unidade e de construção conjunta com estudantes, servidores técnicos e comunidades. É necessário radicalizar em nossas propostas curriculares e de pesquisa e extensão de modo que sejamos ofensivos na crise.
A APUR deseja boas festas e bom recesso a todos/as docentes da UFRB. Deseja que as famílias nos nutram da alegria em coletivo e as comemorações sejam para agregar forças e afetos para um ano novo que se aproxima. Não nos esqueçamos que a esperança é uma fabricação que olha para o legado do passado de resistência e acredita na força que venceu em momentos terríveis de nossas vidas. Que a crença de cada um nos nutra pelo respeito à crença e ética do outro. Que nossos filhxs, amigos, pares e familiares tenham saúde e felicidades. Que nossas vidas semeiem solidariedade e companheirismo. Que estejamos tomados em 2018 pelo espírito de luta que retomará a democracia e fará dias melhores. Desejamos um Feliz Ano Novo a todos e todas. Nenhum direito a menos!