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INTERVENÇÃO DA APUR NO 37º CONGRESSO DO ANDES DEFENDE A DEMOCRACIA E A UNIDADE NA LUTA CONTRA O GOLPE E AS CONTRARREFORMAS

INTERVENÇÃO DA APUR NO 37º CONGRESSO DO ANDES DEFENDE A DEMOCRACIA E A UNIDADE NA LUTA CONTRA O GOLPE E AS CONTRARREFORMAS

Defendendo a tese “Fora Temer! Em defesa da universidade pública! Pela revogação de todas as medidas do governo golpista”, a delegação da APUR foi coerente com as discussões que vem fazendo com a base da associação, e defendeu a necessidade de lutar pela democracia e unidade da luta contra todos os ataques que o governo golpista de Michel Temer vem infligindo à classe trabalhadora.

Durante a defesa da tese, os delegados lembraram que o julgamento do ex-presidente Lula (que ocorrerá nesta quarta-feira) é um ataque frontal aos direitos democráticos, pois é um julgamento político que visa impedir que Lula dispute as próximas eleições. Para o presidente da APUR, David Teixeira, não podemos nos iludir com o que vai acontecer a partir do julgamento do ex-presidente: “Alguém tem a ilusão de que vai parar no Lula? Não. Vai parar em um mundo de gente, e os processos que estão acontecendo nas universidades aonde não se precisa mais de provas para se instruir a condenação de professor, de reitores, pró-reitores. Parece que a gente está imune a tudo isso que acontecendo. Defender o direito de Lula candidatar-se é defender o processo democrático”, explicou David.

Para o professor Antonio Eduardo Oliveira, também delgado da APUR, o julgamento de Lula não passa de uma farsa, pois é uma continuidade do golpe que foi dado na presidente eleita Dilma Roussef. “Mais importante do que as questões econômicas, nesse momento está colocado o problema do poder político do país. E os golpistas, prevendo a transição dentro do governo Temer, estão realizando uma medida de arbitrariedade política contra o ex-presidente, e não é só contra Lula, mas também contra todos os trabalhadores que vão estar impedidos de votar em seu candidato”, colocou Antonio Eduardo.

Unidade na luta

Os delegados da APUR reconhecem que não é possível que a classe trabalhadora tenha êxito sem que o golpe seja derrotado, e partem do princípio de que lutar contra as contrarreformas e não lutar contra o golpe é uma incoerência. “Nós precisamos ter clareza que temos a tarefa de derrotar o golpe. Derrotar o golpe é muito mais que as eleições, derrotar o golpe é derrotar a reforma da previdência, derrotar o golpe é fazer a revogação das medidas golpistas, e isso a gente só faz com o povo na rua”, conclamou o presidente da APUR.

Mas, para que isso aconteça, se faz necessária uma unidade na luta, por isso o presidente da APUR destacou a importância da construção da unidade, e aproveitou para fazer uma crítica: “Quando a gente discute construção da unidade me espanta porque, muitas vezes, a gente não quer ir com certos setores como, por exemplo, a CNTE, que é o maior sindicato de professores do mundo com mais de 1,5 milhão de professores em sua base, mas aceita fazer unidades com setores que defendem o fora Maduro. Qual é esse termômetro? Aqueles que defendem as pautas liberais, no sentido da política, e o imperialismo aqui no Brasil, que foi para a rua, botando fotos na FIESP pelo Fora Dilma? Eu estou aqui, inclusive, dizendo o contrário, que devemos marchar também com eles, mas não virar as costas para as maiores organizações de trabalhadores e professores”, defendeu David Teixeira.

Postura do ANDES-SN

Desde que o ANDES se negou a admitir que houve golpe no Brasil, mesmo várias assembleias de base aprovando a luta contra o golpe, com a construção de comitês contra o golpe em diversas universidades do Brasil, a diretoria da APUR vem apontando algumas incoerências no sindicato nacional. Durante a mesa de abertura do 37º Congresso, o representante da CSP-Conlutas (central sindical do ANDES), Saulo Arcangeli, defendeu a prisão de Lula; o que explicitou ainda mais o não reconhecimento do golpe.

Na visão do professor Antonio Eduardo, esse tipo de política na semana do julgamento, se trata de uma política de conciliação de classe: “É uma política de conciliação de classe com Bolsonaro, com a direita, com a Globo, com aquilo que existe de mais espúrio no país. É uma política de conciliação de classe, é uma aliança com aquilo que existe de mais hediondo na face da terra, que mata milhões de trabalhadores, eles fizeram uma aliança com o imperialismo norte americano. O que o nosso sindicato está fazendo numa central sindical que é uma marionete na mão do imperialismo?”, questionou o professor.

Ainda sobre o silêncio do ANDES em relação ao golpe, o presidente da APUR recordou que o sindicato nacional não compôs e, em alguns casos, até calou aos comitês contra o golpe nas universidades. Mas, mesmo com todas as críticas que os delegados da APUR têm contra a forma como o sindicato nacional vem sendo dirigido, a APUR reconhece a necessidade do ANDES ser o protagonista na luta, ajudando um CONAPE que leve o movimento de trabalhadores da educação para frente.

Nesse sentido, David Teixeira, presidente da APUR, registrou a disposição da associação em construir a luta junto com o ANDES. “Estamos dispostos a construção dessa greve geral junto com o ANDES, e defendemos uma ampla unidade do movimento docente, ninguém fora do ANDES, todos dentro do ANDES, que ajude a construir um ANDES que ajude a classe trabalhadora a avançar na luta das conquistas e na defesa da universidade”, concluiu o presidente da APUR.

O 37º Congresso do ANDES-SN teve início na segunda-feira (22), no campus da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em Salvador, e terminará no próximo sábado (27). Com o tema “Em defesa da educação pública e dos direitos da classe trabalhadora. 100 anos da Reforma Universitária de Córdoba”, o congresso reúne mais de 500 docentes de todo o Brasil.

 

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