O ATAQUE À EDUCAÇÃO PÚBLICA: A FARSA MIDIÁTICA E GOVERNAMENTAL
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A Associação dos Professores Universitários do Recôncavo (APUR), seção do ANDES-SN, vem manifestar repúdio ao conteúdo depreciativo da matéria publicada no dia 16/07/2018 na Folha de São Paulo, “denunciando” elevados gastos com auxílio-transporte dos servidores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, que estaria além do patamar da média gasta nas demais universidades federais do Nordeste.
Em tempos de golpe e da produção de factoides pela mídia nacional articulados com as reais intenções do Estado em desvalorizar a educação pública, com intenções voltadas aos processos privatistas empreendidos pelo atual governo, o ataque aos direitos tem sido a rotina. Matérias como esta, no fundo, visam encobrir os graves cortes executados pelo governo golpista de TEMER (PMDB/PSDB/DEM) no orçamento da UFRB e das demais federais; que é o fator principal da crise financeira destas importantes instituições públicas.
Os direitos dos trabalhadores vinculados à universidade pública é o que tem garantido a interiorização da universidade, uma vez que a educação pública superior pode chegar a povos historicamente excluídos, na medida em que políticas especiais estão voltadas às peculiaridades da existência e funcionamento de uma universidade multi campi. A instalação de campis em diversas cidades no interior da Bahia, como no caso da UFRB, exige políticas afirmativas de fixação dos servidores e de viabilização de seu trabalho.
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Além dos direitos devidos, as universidades no interior do país exigem muito mais que pagamento de auxílios, exigem políticas de interiorização dos investimentos de caráter regional que dialoguem com a estrutura, cultura e vidas nas cidades do interior. Portanto, estamos muito aquém de um projeto de desenvolvimento que possa ser impulsionado pelas universidades e adequado às sociedades destes locais.
Defendemos o direito ao auxílio transporte, uma vez que o próprio estado ainda é incapaz de promover a possibilidade de fixar as famílias dos servidores, privilegiando as capitais e um projeto de desenvolvimento que não leve em conta as necessidades de integração e desenvolvimento regional.
Quanto a informação propositalmente incompleta sobre a defesa do direito dos professores diante da Portaria n º 528/2008, que condicionava o pagamento do auxílio-transporte à apresentação de comprovantes diários de deslocamento, a APUR entende que, levando-se em consideração a natureza indenizatória do auxílio-transporte, o seu pagamento abrange todos aqueles que fazem uso de meio de transporte, seja ele público, privado, coletivo ou individual, para deslocar-se de sua residência ao local de trabalho.
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Neste sentido, o direito dos docentes representados por esta entidade foi assegurado por decisão judicial transitada em julgado, afastando a exigência contida na Portaria n° 528/2008 publicada pela Reitoria da UFRB, que se mostrava descabida quanto à exigência de apresentação de comprovantes diários de deslocamento para que os servidores e professores continuassem a receber o auxílio-transporte regularmente, já que o Decreto n° 2.880/1998, que regulamenta o direito ao Auxílio-Transporte dos servidores públicos federais, dispõe sobre os documentos necessários para a requisição do auxílio, que correspondem à declaração contendo o valor diário da despesa realizada com transporte coletivo, o endereço residencial e os percursos e meios de transportes mais adequados ao seu deslocamento residência-trabalho e vice-versa.
Não abriremos mão de conquistas e de direitos. Somos contrários ao uso inadequado de qualquer benefício, cabendo aos órgãos fiscalizadores instaurar os processos necessários, se isso houver, com as garantias do amplo direito de defesa, o que infelizmente não é o que vem acontecendo no nosso país.
A APUR defende a educação pública superior e não deixaremos a UFRB ser usada de bode expiatório para as intenções políticas deste governo que visa atacar a universidade pública e os serviços públicos.
Em defesa do direito dos trabalhadores e em defesa da UFRB!!!!!!
APUR, 10 ANOS EM DEFESA DA UFRB!