Continuando a rodada de reuniões sindicais virtuais por centro, a APUR se reuniu com os/as docentes do CECULT nesta quinta-feira (7). Durante a reunião, debateu-se sobre a situação do país, que enfrenta uma crise política e sanitária; a EAD e as condições de volta às aulas.
Participando da reunião como dirigente da APUR, o professor Antonio Eduardo Oliveira pontuou que estamos vivenciando uma situação política complexa, pois além da crise econômica que o país já vinha enfrentando, agora, por causa da pandemia Covid-19, também enfrenta uma crise politica e sanitária. “O problema político é o fato de que nós temos um governo que tem levado a frente um ataque aos trabalhadores e a sociedade em geral. E os ataques aos trabalhadores têm se intensificado na pandemia, junto com a pressão do governo federal para voltar à normalidade”, complementou o professor.
Para o professor Orahcio Sousa, vice-presidente da APUR, a pandemia está sendo usada como pano de fundo para implementar a política genocida do governo. “A política de genocídio fica mais fácil, é só não fazer nada. O que barraria seria o povo na rua, mas o isolamento nos impede, e nos deixa no dilema de como alcançar as pessoas. Como a gente se move dentro disso? Como faz alguma coisa para amenizar a situação”, ponderou Orahcio.
Assim como nas demais reuniões sindicais, os/as professores do CECULT também colocaram a questão da Educação à Distância (EAD), que tem sido constantemente aventada como forma de retorno das universidades. Na visão da professora Renata Gomes, seria desumano tentar impor atividades acadêmicas virtuais aos alunos, já que nem todos têm as condições técnicas para acompanhar tais atividades.
Ressaltou-se ainda que não é uma questão de ser contra ou a favor da EAD, mas de lembrar que essa modalidade de ensino tem suas especificidades. Sem contar que tanto docentes quanto discentes não entraram na UFRB com esse propósito, estão preparados e instruídos para o ensino presencial. Uma mudança desse nível envolve condições de trabalho, ensino e aprendizagem. Ou seja, instituir a EAD na UFRB demandaria uma mudança nos cursos e, sem dúvida, resultaria na exclusão/evasão de uma parcela significa do alunado.
Na verdade, segundo algumas falas, toda essa pressão em torno da EAD nada mais é do que uma tentativa de sucatear a universidade, acabar com o projeto da universidade pública, em especial no interior.
As falas também pontuaram a necessidade de uma articulação com as demais categorias e outras universidades (talvez começar pelas federais instaladas na Bahia); de uma rede de informações básicas para combater a crise sanitária e que o retorno às aulas só seja cogitado em plena segurança sanitária.