Fechando a primeira rodada de reuniões sindicais por centro, ocorreu, nesta terça-feira (19), a reunião sindical do CETEC. Um momento importante para que a APUR tenha uma noção de como os/as docentes do centro estão no momento atual de pandemia, e também para debater com eles/as o cenário de crise política e sanitária que o país enfrenta.
Como já havia sendo colocado nas reuniões dos outros centros, foi debatida a importância da ciência e tecnologia num momento de embate à pandemia da Covid-19, mas tem-se a consciência de que o momento é extremamente dramático, em que os investimentos a essas áreas não são condizentes com sua importância. Ou seja, as universidades e pesquisadores entram no enfrentamento à pandemia de forma fragilizada. A universidade pública está sendo cobrada sem os meios adequados, mas mesmo assim tem dado resultados, contribuindo com as ações de enfrentamento.
O possível congelamento de salário também foi debatido. O presidente da APUR, David Teixeira, explicou que a categoria docente já vinha sofrendo com a defasagem de perdas para a inflação; e agora o governo vem com a proposta de congelar o salário dos servidores públicos por mais 18 meses. O movimento da educação conseguiu, na câmara, reverter a situação, mas o documento ainda está esperando a sanção do presidente. “No caso da categoria docente, o congelamento é mais grave, pois não é apenas de salário, a proposição é congelar salários e todos os ganhos oriundos da carreira. A gente ainda está esperando o resultado final, mas brigando para poder manter os direitos da carreira e a possibilidade de futuramente poder brigar por reajuste de salários. Nesse cenário da pandemia o governo ainda joga a crise nas mãos dos servidores públicos”, completou David.
A reunião também abordou o tema Educação à Distância, e assim como nos outros centros, a preocupação com as condições necessárias a essa modalidade de ensino ficou evidente. Uma das falas pontuou muito bem que é necessária uma estrutura gigantesca para manter um ensino à distância; e que os/as professores/as teriam que ser treinados/as para isso. E que deveria levar em consideração a realidade do alunado, que muitas vezes só usa a internet da UFRB.
O fato é que a conjuntura requer novas condições, mas não há nenhuma legislação que auxilie a universidade, que faça dessas novas condições uma realidade. E a categoria docente acaba sendo pressionada a trazer soluções, construir os próximos passos da universidade, ou seja, o MEC joga para cima dos/as professores/as a reponsabilidade que deveria ser do governo. O governo insiste em tomar medidas “normais” em tempos de pandemia.
Por fim, a direção da associação deixou claro que a APUR está na luta para garantir as condições de trabalho necessárias aos/às docentes, em especial priorizando as condições de saúde.