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POR UNANIMIDADE, DOCENTES DA UFRB APROVAM PARALISAÇÃO NO DIA 10/11

POR UNANIMIDADE, DOCENTES DA UFRB APROVAM PARALISAÇÃO NO DIA 10/11

 

Reunidos em assembleia extraordinária nesta quarta-feira (8), os docentes da UFRB aprovaram, por unanimidade, participação na paralisação desta sexta-feira (10), com atividades nos centros e ações com as organizações políticas locais. As atividades serão divulgadas em breve, e terão como pontos principais a defesa dos direitos trabalhistas, contra a Reforma Trabalhista de Temer e em defesa da UFRB.

As centrais sindicais chamaram o dia 10 de novembro – dia Nacional de Lutas, Paralisação e Greve- por conta dos diversos ataques que os servidores públicos e os direitos sociais vêm sofrendo nos últimos tempos, e ocorre exatamente um dia antes da entrada em vigor da Reforma Trabalhista.  Dois desses ataques foram amplamente debatidos na assembleia da APUR: a redução do salário líquido em 2018 (MP 805/17) e o fim da estabilidade do servidor público (PLS 116/17).

O professor David Teixeira, presidente da APUR, avaliou que tais ataques aos direitos dos servidores públicos fazem parte de um processo de desmonte do Estado. Sobre a redução do salário líquido em 2018, o professor explicou que, imediatamente, todos os docentes sofrerão a mudança na alíquota, combinado ao congelamento de salários.

O presidente da APUR também opinou sobre o fim da estabilidade do servidor público. A estabilidade é questionada sob o discurso de que é preciso que o servidor comprove produtividade. David colocou que a questão não é que o servidor não queira ser avaliado, até porque já existem instrumentos de avaliação. “O que é mais grave é a necessidade do Estado ter um motivo para poder demitir”, defendeu o professor.

Para o professor Antonio Eduardo Oliveira, estamos diante de uma reconfiguração das relações políticas e econômicas, se fazendo necessária uma avaliação constante da conjuntura. Ainda segundo o professor, estamos presenciando um momento de cerceamento democrático e de ataque aos direitos dos trabalhadores, sendo a reforma trabalhista a maior derrota que classe trabalhadora teve nos últimos tempos: “Ataques sem precedentes. Como reagir a isso? O problema da mobilização é política, e o erro é querer enfrentar a situação isoladamente. Temos que entender que o cenário de 2018 é complicado, temos que fazer uma luta de forma organizada.”, colocou o professor.

A professora Fátima Silva, diretora executiva da APUR, também acredita que o cenário previsto para 2018 é caótico, e citou alguns impactos que a universidade vai sofrer.  Segundo a professora, o governo já anunciou o fim do PARFOR e a transformação do PIBID num projeto de estágio: “O que vemos é um cenário de controle de projetos do governo, onde a redução de recursos é mais de 60%”, explicou Fátima.

Durante as discussões ainda surgiram ideias de atividades que visem informar à população a realidade das universidades e dos servidores públicos, para que a luta ganhe apoio externo; bem como atividades que reúnam a categoria docente para discutir quais pautas são convergentes, criando uma maior mobilização.

Após as falas, ficou nítida a necessidade da atuação em defesa da universidade pública, em especial a UFRB, porque, no entendimento dos (as) docentes, lutar pela educação pública de qualidade é também lutar por um projeto de nação. Por isso, além da paralisação da próxima sexta-feira, a diretoria da APUR se empenhará em outros encontros para discutir as condições de trabalho docente, inclusive pretende dar continuidade às negociações com a reitoria, e a Estatuinte, que será ponto de pauta da próxima assembleia.

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