GREVE NACIONAL DA EDUCAÇÃO – GRANDES ATOS TOMAM AS RUAS DO RECÔNCAVO*
Sem dúvida alguma, um dos maiores atos da história do Recôncavo foram os atos do dia de hoje (15), dia da Greve Nacional da Educação, contra o corte no orçamento das universidades federais e contra a reforma da previdência. Docentes, discentes e servidores técnico-adminstrativos tomaram as ruas das seis cidades em que a UFRB está localizada e, juntamente com outros setores da sociedade e sindicatos, mandaram o recado ao governo de que não vão aceitar o corte de verbas e reforma da previdência.
Em Cruz das Almas, a comunidade acadêmica se reuniu em frente à universidade e depois se uniu a outros setores em caminhada pelas principais ruas da cidade. Presente no ato, o professor Leopoldo Barreto, representante sindical do CCAAB, considerou que foi um momento bastante proveitoso, pois serviu para chamar atenção da população para a situação da universidade. “Creio que nesse momento nós precisamos esclarecer a população sobre a real situação, sobre o que realmente acontece quando há esses cortes. A gente tem que repercutir esse movimento para as pessoas, para as famílias, para a sociedade, para haver o maior número de apoio e reverter a situação, porque sem a reversão desse corte orçamentário fica difícil”, explicou o professor.
Também presente na atividade de Cruz das Almas, o professor Juliano Campos, secretário da APUR, afirmou ter sido uma das manifestações mais interessantes que ele já viu, pois vários segmentos estavam participando ativamente do processo. Sem contar que, na sua perspectiva, houve ampla aderência e receptividade positiva por parte da sociedade cruzalmense. “O pessoal muito consciente de que, além do corte da educação ser errado, a questão da previdência também veio para prejudicar a sociedade”, analisou Juliano.
Na cidade de Amargosa, a categoria docente também respondeu positivamente à convocação para a greve geral, não só a universidade, mas as escolas municipais e estaduais tiveram suas atividades paralisadas, e comparecera em peso à atividade pública. O representante sindical do CFP, professor José Arlen Matos, explicou que o ato começou na UFRB, e de lá a comunidade da universidade se reuniu e partiu em marcha em direção à praça dos correios, onde estava havendo uma concentração; e depois saíram em marcha pelas ruas da cidade.
Para José Arlen, este foi o maior ato político da cidade em torno de uma reivindicação. “A população de Amargosa mandou um recado para o atual governo de que não aceitará nenhum corte na educação e muito menos a reforma da previdência. Além disso, foi uma ótima oportunidade de dialogarmos com a população da cidade sobre a perversidade dessas políticas, visto que a reforma da previdência vai impossibilitar que muitos trabalhadores e trabalhadoras se aposentem”, completou o professor.
“Uma das mais bonitas manifestações dos últimos tempos”. Foi assim que a professora Djenane da Conceição, diretora executiva da APUR, definiu a atividade em Santo Antônio de Jesus. A manifestação foi em direção ao “coração” da cidade, a feira. “Mais de Mil pessoas se reuniram para caminhar e dizer ao presidente Bolsonaro que os estudantes da educação básica e do ensino superior, os professores e as professoras da educação básica e do ensino superior, os servidores técnico-administrativos das universidades, os colaboradores, os comerciários, a juventude e a sociedade em geral não vão aceitar os cortes na educação e a reforma da previdência. Todos estão dispostos a lutar por direitos sociais e por um Brasil melhor, mais inclusivo”, afirmou Djenane.
A professora foi mais firme ainda ao dizer que chega de retirar direitos, “educação não é mercadoria, educação é formação com sabedoria”. Após três horas e meia de manifestações o ato foi encerrado com um afetuoso abraço coletivo à Praça Padre Matheus.
A segunda cidade mais populosa da Bahia, Feira de Santana, também teve suas ruas tomadas por manifestantes em defesa da educação pública e contra a reforma da previdência. A comunidade acadêmica do CETENS saiu em marcha da universidade até a concentração do movimento na Praça do Gastão. O professor Aroldo Félix, representante sindical do CETENS, considerou o movimento bastante vitorioso, e nos explicou que o movimento foi composto por sindicatos da educação e de outras categorias, estudantes secundaristas e universitários, vários professores das universidades públicas, do instituto federal e das escolas públicas do ensino básico.
A comunidade universitária do CECULT e do IFBA se uniu e saiu às ruas de Santo Amaro para informar á população sobre o desmonte que o governo, com o corte anunciado, planeja fazer na educação pública.
Já em Cachoeira, o dia foi cheio de atividades. A comunidade acadêmica começou com um abraço simbólico no CAHL, depois saíram em passeata pelas ruas da cidade, encerrando com um ato na feira livre. No período da tarde houve uma assembleia tripartite para avaliar as atividades e planejar os próximos passos da luta, já que a Greve Nacional da Educação também é um ensaio para a Greve Geral do dia 14 de junho.
*As imagens que ilustram o texto foram colaborações de discentes, docentes e servidores técnico-administrativos que estiveram presentes nos atos.