Prezados(as), o Comando de Greve da UFRB vem esclarecer que não há qualquer indicativo de suspensão da greve e retorno das atividades, conforme tenta fazer crer um informativo posto em circulação pela APUB-UFBA.
Entendemos o momento delicado que a atual diretoria da APUB vem sofrendo no que diz respeito ao distanciamento da base que tem lotado as assembléias, a última contou com a presença de aproximadamente 260 docentes, as quais a diretoria da APUB insiste em não legitimar. Entendemos também que em situações de crise em sindicatos há uma tentativa de se fazer valer de todas as estratégias para demonstrar vigor e abrangência, é o que deve estar acontecendo para que a atual diretoria da APUB insista em alcançar o âmbito da UFRB.
Com a compreensão de que um sindicato com base local seria mais forte na representação da sua categoria que os(as) docentes da UFRB optaram por um sindicato próprio, sem qualquer hipótese de reprodução do modelo de assujeitamento sindical. Compreendemos que seria necessário uma “descolonialização” respeitosa que garantisse autonomia para a representação sindical dos(as) docentes da UFRB, na mesma lógica de que a interiorização da UFBA um dia iria culminar com o desmembramento em outras instituições de ensino superior, como o que aconteceu com a UFRB que hoje é autônoma frente a UFBA. Contudo, o foco do debate não é mais esse. A filiação de quase 300 dos 553 docentes da UFRB na APUR é o reconhecimento da legitimidade e identificação da categoria na sua representação sindical própria. De quebra, estamos entre os recordistas no Brasil em termos proporcionais no que diz respeito à participação sindical dos(as) docentes da nossa instituição.
O centro do debate é que há anos o Governo Federal vem demonstrando-se pouco comprometido com melhores condições de trabalho e com o equacionamento das consecutivas distorções salariais que empurram os(as) docentes do Magistério Superior no patamar em que estão os piores salários do serviço público federal no Brasil. É do conhecimento geral da categoria que a estratégia tão fortemente creditada pela APUB e PROIFES fracassou. Não houve conquistas significativas para a categoria. Os 4% de aumento acordado em 2011 para efeitos em 2012 nem mesmo reparam as perdas inflacionárias do ano de 2011, e pior, ainda foi cumprido parcialmente. Como se não bastasse, o Governo vem protelando há muito tempo uma conversa sobre os pontos centrais da reivindicação que é exatamente a questão das distorções salariais. É pública a entrevista do Ministro Aloízio Mercadante datada de 05/06/2012 que afirma literalmente que a discussão dos docentes é apenas sobre a carreira e que essa pauta poderia ir até agosto, quando do limite do prazo para fechamento do orçamento geral da União. Esquece o Ministro e todos os mediadores que no acordo de 2011 havia um conjunto de outras pautas a serem trabalhadas. Não houve avanço nelas.
Acreditamos na capacidade da Diretoria da APUB de assumir compromissos públicos firmados anteriormente. A diretoria estampou em seu site que em 2012 haveria uma intensa mobilização em torno da campanha salarial do ano em curso (http://apub.org.br/?page_id=5067 ou http://proifes.org.br/apub-discute-campanha-salarial-com-docentes-do-ifba-e-da-ufba-em-vitoria-conquista/ ), é o que se espera doravante. Dos sete itens apresentados no slide da página da APUB a mesa de negociação não avançou em seis deles. A greve decorre exatamente por isso. A Confederação dos Servidores Públicos Federais (CONDESF – CUT), da qual a referida diretoria faz parte, está com greve geral agendada para 18 de junho. O movimento só tende a crescer. A greve vem sendo anunciada já há muito tempo. A sangria de direitos e dos salários dos docentes não pode ser estancada com ações tímidas. Sangria não se resolve com “band-aid”, sangria só se resolve com pressão.
O comando de Greve da UFRB reitera que está altivo na reivindicação por melhores condições de trabalho e melhores salários para os(as) docentes do Magistério Superior. Saudamos os colegas da UFBA que estão lotando as assembleias e pressionando a diretoria da APUB para respeitar as deliberações de sua base e das assembleias. Sugerimos a diretoria da APUB que se concentre na sua base territorial, UFBA, já que os/as docentes da UFRB se encontram bem representados e em LUTA! Aproveitamos para convidar os demais Comandos de Greve das IFES baianas para compormos conjuntamente um comando e atos unificados. A greve é um instrumento legítimo e no momento é a opção que nos restou.
Firmes na luta, 20 dias de greve na UFRB.
Comando de greve da UFRB
www.apur.org.br
20 DIAS DE GREVE DOS DOCENTES DA UFRB