Dando continuidade às reuniões sindicais por centro, nesta segunda-feira (27), os/as docentes do CCAAB se reuniram para um diálogo sobre a conjuntura atual, em meio à Covid-19 e a crise política do país. O assunto que rendeu um maior debate durante foi a recorrente discussão sobre a possibilidade de aulas remotas, o ensino a distância.
Antes de qualquer coisa, as intervenções deram conta da necessidade de não menosprezar o ensino a distância, pois se trata de uma modalidade de ensino séria, com regras. Exatamente por isso, é necessário se pensar se os/as docentes da UFRB têm condições adequadas para o desenvolvimento dessa modalidade de ensino. Sem contar que tem um conjunto de questões que envolvem uma boa aula no ensino a distância que não estão sendo colocadas.
As falas também apontaram uma preocupação com a qualidade da aula que porventura venha a ser ministrada online, e mais ainda com a situação dos estudantes, pois nem todos têm acesso a uma boa internet, alguns sequer têm um computador ou um celular que possibilite o acompanhamento de aulas virtuais.
Discutir sobre o ensino a distância se torna realmente mais problemático para o CCAAB por possuir inúmeros componentes curriculares que são ministrados com aulas práticas. Uma das falas apontou que muitos desses componentes têm 50% da carga horária prática. Então, como esse conteúdo prático seria ministrado à distância? O certo é que teria que ser algo diferente daquilo que é praticado, o que, em alguns casos, não seria possível.
De qualquer forma, ficou evidente que não se pode fugir de pensar as formas de retorno às atividades. Por isso que ficou acordado que a APUR levará à reitoria a possibilidade de consultar a comunidade acadêmica o que ela pensa sobre o ensino a distância, para que se tenha um diagnóstico, uma posição mais clara do cenário.
Mais especificamente sobre a Covid-19, já se apresenta uma maior necessidade do autocuidado, já que mais uma cidade (Feira de Santana foi a primeira) em que UFRB está inserida contabiliza casos de coronavírus, Cruz das Almas já tem dois casos confirmados. Apesar da UFRB e a União terem suas responsabilidades, é preciso que os/as docentes sejam mais rigorosos no autocuidado, tanto diretamente relacionado à Covid-19, como também sobre os efeitos psicológicos de um momento como esse.
Foi apontado que a medida de isolamento social e de rigorosidade desse isolamento é muito importante, principalmente pela carência de medidas sanitárias e políticas públicas de enfrentamento à pandemia. Ainda assim, o governo tem tentado avançar rumo ao afrouxamento do isolamento social.
O corte nos auxílios insalubridade e periculosidade também foi discutido. Está claro que é mais uma artimanha do governo para prejudicar os servidores públicos, pois a economia que esse corte daria é irrisória, não resolve nenhuma das questões importantes colocadas nesse momento, sem contar que é um recurso que não pode ser remanejado para outros setores. Mas, infelizmente, é um corte que impacta significativamente nos rendimentos dos servidores. Ou seja, na verdade, estão aproveitando o momento de crise da pandemia para avançar na retirada de direitos dos servidores públicos.
Ao final da reunião, ficou acertado que os/as docentes do CCAAB se reunião novamente dentro de 15 dias, assim a APUR poderá dar retornos sobre alguns questionamentos que surgiram durante a discussão.