Nesta terça-feira (16), a direção da APUR se reuniu com o Conselho de Representantes Docentes para fazer um balanço da situação atual, nesses quase três meses de suspensão do calendário acadêmico. No geral, as falas mostraram bastante preocupação com o avanço do coronavírus nas cidades em que a UFRB está situada, já que essa situação impacta diretamente nas discussões que se tem travado sobre o retorno das atividades presenciais.
A preocupação com a crise política e econômica agravada pela pandemia foi o ponto inicial da discussão, os professores refletiram sobre os impactos da sabotagem do governo Bolsonaro nos serviços públicos e nas ações necessárias para o combate à pandemia da Covid-19, que tem levado o país para uma situação de grande calamidade. A inoperância do MEC, a incompetência e o autoritarismo do Ministro da Educação foram destaques importantes no debate dos rumos da educação brasileira na pandemia e no cenário de pós-pandemia. A conclusão geral é que as reivindicações imediatas só poderão ser atendidas com o fim do governo Bolsonaro.
Apesar de não existir uma possibilidade, a curto prazo, de uma volta às atividades presenciais, a discussão de aulas remotas tem sido constantemente levantada, e não foi diferente na reunião. Com quase três meses que os docentes foram submetidos ao trabalho remoto direto de suas casas, os presentes apontaram a urgência de debater as condições de se trabalhar de maneira remota, as condições que os/as professores/as precisam ter para desenvolver as atividades remotas, e do alunado em acompanhar tais atividades.
Ressaltou-se que as discussões em torno desse tema têm inúmeras implicações, já que o as atividades remotas estarão sendo feitas direto das residências. Não há, por exemplo, um controle de jornada de trabalho e garantia de suporte técnico. É importante ter em mente que não dá para pensar um trabalho excepcional a partir das regras habituais. Diante disso, a direção da APUR pontuou que a questão central agora diante da imposição do trabalho remoto é desenvolver diretrizes institucionais que assegurem as condições adequadas para este tipo de trabalho, mesmo que por período excepcional.
Sabendo que essa é uma discussão muito importante, e que qualquer posição que a APUR venha tomar deva estar de acordo á sua base, ficou acertado que a associação vai organizar nos próximos dias um seminário sobre as condições de trabalho remoto na UFRB e em seguida uma plenária para discutir uma proposição do conjunto da categoria docente da UFRB.
Na oportunidade, também foi encaminhada a realização de uma reunião, na próxima quinta-feira (18), com os/as professores/as substitutos/as e a participação da assessoria jurídica, para discutir a situação da renovação dos contratos em vigência.