Os trabalhadores e trabalhadoras ambulantes de Feira de Santana estão vivendo uma situação de muita apreensão, pois estão sendo obrigados pela prefeitura a deixar suas barracas no calçadão para ocupar o Shopping Popular Cidade das Compras, que fica localizado em frente ao Terminal Central.
Uma ambulante que trabalha do calçadão da Sales Barbosa, mas prefere não ser identificar, nos contou que a prefeitura não discutiu a questão com os ambulantes como deveria ser feito, terminando oprimindo o povo que se sustenta das vendas no calçadão, não respeitando esses/as trabalhadores/as. Sem contar, segundo ela, que o shopping está todo irregular, a obra inacabada.
A nossa informante ainda afirmou que a prefeitura nunca apresentou alvará de funcionamento e de vistoria do corpo de Bombeiros (AVCB). Ainda segunda a ambulante, a obra estaria embargada pelo IPAC.
Vale ressaltar que a ação da prefeitura está acontecendo em plena pandemia do coronavírus, em que os ambulantes já sofrem com a diminuição das vendas, já que o comércio da cidade ficou um período fechado. Se a obra do shopping ainda não foi concluída, quem vai arcar para ajeitar os boxes para a pronta entrada dos/as ambulantes? Esses/as trabalhadores/as terão mais gastos num momento tão difícil como este?
Vários ambulantes estão se manifestando em redes sociais, deixando evidente que são contra a ação da prefeitura, solicitando que o prefeito analise a situação com mais cuidado, ajudando os/as trabalhadores/as que tanto precisam de seus trabalhos para sobreviver. Muitos deles também recordam que durante toda a pandemia a prefeitura não se prontificou a dar um auxílio aos/às trabalhadores/as ambulantes, que tanto sofreram com os dias de comércio fechado.
Há relatos que afirmam que o Shopping Popular Cidade das Compras conta com 1.800 boxes, mas que a cidade teria mais de 12 mil camelôs, ou seja, muitas pessoas ficariam fora do cadastro da prefeitura. Para onde essas pessoas iriam? Ficariam sem suas fontes de renda?
Os/as ambulantes ainda alegam que o shopping, na verdade, não seria popular, mas sim particular, e que ao serem forçados a mudar para lá, teriam dificuldades para arcar com as despesas de água e luz, fora o valor do metro quadrado dos boxes, que custará R$80.
Sempre do lado de toda a classe trabalhadora, a APUR se solidariza com os trabalhadores e trabalhadoras ambulantes de Feira de Santana.