Nesta quarta-feira (8), a direção da APUR, representada pelos professores José Arlen Beltrão e Sérgio Rocha, participou de uma reunião sindical com os/as docentes do Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS); com o objetivo principal de pautar as questões sobre as condições trabalho inerentes ao centro de ensino que serão levadas posteriormente à mesa de negociação com a reitoria da UFRB.
Por entender a diversidade e as diferenças dos centros de ensino da UFRB, a diretoria da APUR viu a necessidade de discutir separadamente as condições de trabalho necessárias para um possível retorno às atividades presenciais, já que o conselho da universidade já aprovou o retorno de algumas atividades. A diretoria da APUR entende que o ensino remoto não atende às expectativas do projeto da nossa universidade, até porque desqualifica a própria qualidade do trabalho docente.
O ensino presencial, por sua vez, é aquele capaz de dar consequência ao projeto de universidade defendido, a um ensino de qualidade, por isso que a direção da APUR defende tal ensino. No entanto, essa defesa tem que estar condicionada à segurança da comunidade acadêmica. O ensino presencial é insubstituível, mas depende das condições de segurança e de trabalho, por isso a necessidade de observar o respeito ao protocolo de biossegurança em cada centro de ensino.
Além das demandas ligadas diretamente ao momento atual como, entre outras questões, condições para a volta às atividades presenciais, as necessidades específicas do CETENS para essa volta, necessidade de uma normatização do tempo de tela (que tem resultado em estafa e problemas como irritação nos olhos), se atentando para que as normatizações reflitam que os cursos têm estruturas diferentes; as falas levantaram a importante discussão sobre sobrecarga e acúmulo de funções, já que muitos apontaram situações em que docentes se veem obrigados a exercer funções que deveriam ser desenvolvidas por servidores técnicos.
Além da sobrecarga de trabalho de preparar aula, gravar vídeos, fazer gestão, já que o trabalho docente não é somente dar aula, o docente tem feito trabalho do servidor técnico como, por exemplo, fazer atas, preencher formulários. Diante disso, é urgente pensar numa dinâmica de trabalho que garanta os direitos dos/as docentes e evite os desvios de função.
A reunião também levantou a urgência em rediscutir a resolução de progressão para, entre outras coisas, evitar prejuízos financeiros aos professores e professoras.
O último ponto de pauta discutido foi a reforma administrativa e a conjuntura atual. A avaliação da direção da APUR não poderia ser outra, está mais que exposto que o governo Bolsonaro não implementou nenhuma medida de combate ao coronavírus, mas, pelo contrário, se negou a combater a pandemia e continuou com as reformas que retiram direitos e pioram a condição de vida do trabalhador.
A reforma administrativa, mais especificamente, ataca diretamente o servidor e os serviços públicos e coloca em risco a própria existência da universidade pública, por meio do artigo que delega ao presidente a possibilidade de transformar, fundir ou acabar com autarquias. Nesse sentido, a PEC 32 é uma reforma que preocupa todas as categorias do serviço público e merece atenção e esforços para combatê-la.
Aberta as discussões sobre o tema, foi apontada a necessidade de inserir a pauta do orçamento da universidade na luta contra a reforma e pelo Fora Bolsonaro, uma maior inserção dentro e fora da universidade e uma inovação nos instrumentos de luta.
Por fim, a direção da APUR se comprometeu a levar as pautas levantadas para a próxima reunião com a reitoria, em especial a resolução de progressão e o acúmulo de função dos/as docentes. Sobre esse último ponto, a direção da APUR também irá solicitar uma reunião com a direção do CETENS, pois entende que se deva lutar em todas as frentes, para resguardar os/as professores/as, para que não lhes sejam atribuídas funções que não são suas, mas também a boa relação entre as categorias.
A direção da APUR também convidou os/às presentes para uma nova reunião futuramente, que discuta mais definidamente as condições do CETENS para receber as atividades presenciais.