Docentes mantêm a greve e reivindicam reabertura das negociações
Em assembleia dessa quinta-feira (16), os professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) votaram, por unanimidade, pela manutenção da greve. O principal motivo que levou a essa decisão é a reivindicação de reabertura de negociação, já que os docentes não se sentem representados pela Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (PROIFES). Há uma insatisfação geral dos docentes para com a proposta apresentada pelo Governo Federal no dia 01 de agosto, e assinada, apenas pelo PROIFES.
Segundo um dos representantes do Comando Local de Greve, professor Tarcísio Cordeiro, diversas questões chaves para melhoria das condições de trabalho não foram atendidas pelo governo. “Lamentavelmente o governo sequer avança nesse ponto em sua proposição, resumindo a sua proposta a uma malha salarial, que nós consideramos apenas como reposição inflacionária, e que o governo tem chamado de reajuste salarial”, afirmou o professor.
Durante a assembleia, o Comando Local de Greve, representado pelo professor Fadigas, esclareceu algumas dúvidas dos professores a respeito da proposta do governo levantadas na assembleia anterior, apresentando-a criticamente e demonstrando ponto por ponto onde os grevistas foram ou não atendidos em suas reivindicações (documento postado no site). O professor Tarcísio concluiu que os esclarecimentos apresentados foram de total relevância: “Mais uma vez os colegas entenderam o momento em que estamos vivendo e a necessidade da permanência da greve, para que haja a reabertura da mesa de negociação por parte do governo federal”.
A necessidade da reabertura da mesa de negociação foi frisada pelo professor Maurício Silva, um dos representantes dos docentes do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) no comando de greve. Para ele, a briga agora é pela reabertura das negociações, para depois se discutir questões como o calendário. O professor reforçou que a negociação deve ser feita com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), que é quem representa a categoria em greve e não com a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (PROIFES), que representa docentes de somente seis instituições. Ainda assim, os docentes da Universidade de Goiás votaram pela continuidade da greve, à revelia do PROIFES e os docentes da Universidade Federal da Bahia destituíram a diretoria de seu sindicato, ligada a eles. O sindicato dos docentes da Universidade do Ceará também solicitaram desfiliação do Proifes.