Na manhã dessa quarta-feira (22), os professores em greve da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) se reuniram na reitoria para mais um ato de mobilização. Denominado pelos docentes, Café da Greve, o ato teve como principal objetivo pressionar a reitoria, que esteve em reunião com os representantes do Comando Local de Greve para a continuação das negociações da pauta local.
Regado não só a muito café, mas também a muita boa música, a ação prendeu a atenção não só dos docentes, mas de todos os funcionários que por ali passaram. Para o professor do Centro de Ciência Exatas e Tecnológicas (CETEC), Francisco Fadigas, o ato também foi pensado como uma forma de integrar os demais docentes às negociações da pauta local: “Atrair os colegas para que possam ter uma participação maior nessa negociação, não só nas notícias através das assembleias, mas que eles possam estar fisicamente presentes aqui, essa participação direta, essa interação é importante para a categoria”, afirmou o professor.
O professor ainda salienta que o Café da Greve mostra à reitoria a força que a categoria tem no que diz respeito às reivindicações presentes na pauta local. Quanto às negociações, o docente declarou: “A gente acha que esse é o caminho democrático dentro da universidade, é abrir espaço do comando central, da reitoria, do poder constituído, para que haja participação efetiva da comunidade através de seus representantes”.
Joseli Rodrigues, docente do Centro de Ciências da Saúde (CCS), vê esse tipo de ato como uma oportunidade de união entre os professores: “Um momento em que percebemos o encontro de professores de todos os Centros, uma oportunidade de a gente se conhecer melhor, esse é um dos grandes benefícios da greve”, reiterou ela.
A professora do CCS também frisou que as mobilizações servem para chamar a atenção de toda a comunidade acadêmica – reitor, vice-reitor, técnicos, professores que não estão participando das mobilizações – sinalizando a importância do movimento grevista. Assim, ficará claro para a sociedade a bandeira de luta da categoria: “Pois nós não estamos reivindicando apenas a questão salarial, mas conquistas para nossa carreira a longo prazo, para quando chegarmos à velhice, como nossos outros companheiros aposentados, que possamos usufruir com dignidade”, disse ela.
Docente do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), Heleni de Ávila chamou a atenção para o fato de o Café da Greve sair das formas padrões de mobilização, como as passeatas, o que pode gerar uma maior visibilidade: “Temos que mostrar às pessoas porque estamos em greve, e desmistificar o que a mídia oficial tem colocado, ao afirmar que os professores federais vão ganhar uma fortuna, sem ao menos mostrar o que está por trás disso”, afirmou Heleni.
Heleni lembrou que, apesar de ser a primeira greve dos professores da UFRB, estão sendo vitoriosos em todo o processo: “Fomos a uma passeata em Salvador, em que tinha muito mais professores da UFRB do que das Instituições Federais locais. Estamos começando agora, mas estamos aqui para mostrar que viemos para lutar mesmo”, disse ela.