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Campus de Feira de Santana: Representação docente exige mais participação nas decisões de expansão da UFRB

Mesmo já sendo tida como certa por toda a comunidade desde meados de 2011, só hoje a implantação do novo campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), na cidade de Feira de Santana, foi aprovada pelo Conselho Universitário da UFRB (CONSUNI). O Centro de Ciência e Tecnologia em Energia Sustentável (CETENS), como será chamado o novo campus, terá, incialmente, os curso de Bacharelado Interdisciplinar em Energia e Sustentabilidade, Arquitetura, Urbanismo, Economia e Licenciatura em Educação do Campo. Este último, previsto para ser iniciado no segundo semestre de 2013.

Apesar de ter sido aprovado quase por unanimidade, o projeto do novo campus suscitou alguns debates, todos voltados para duas grandes preocupações: maior ampliação do debate da criação do novo centro e o alinhamento entre expansão universitária e qualidade nessa expansão. A representante dos Docentes da UFRB, Alessandra Caiafa, deixou claro que os docentes não são contra a interiorização do ensino superior, mas que o debate sobre a criação do novo centro deveria ter sido mais ampliado: “Poderíamos ter tido uma audiência interna de apresentação da proposta, para que toda a comunidade acadêmica pudesse refletir, pensar nos impactos negativos e positivos. A comunidade está carente, não há informação”, afirmou Alessandra.

Complementando a posição dos docentes, o professor Fabrício Lyrio frisou a importância da criação do novo campus, já que este é o primeiro de expansão própria da UFRB, todavia, confessou certa inquietação em relação ao método de deliberação do projeto do CETENS. O professor defendeu que muitos problemas poderiam ter sido dirimidos se a comunidade tivesse sido ouvida de forma mais ampla: “Esse projeto é paradigmático, serve para os próximos, vai refletir nas próximas propostas. Poderia ter tido um processo de consulta pela comunidade. A proposta do no campus é encorpada, bem elaborada, mas a comunidade mais ampla foi pouco ouvida”, expôs Fabrício.

O representante estudantil, Cláudio Lisboa, disse que a categoria não tem porque ser contra a expansão da universidade, mas o processo de implantação do CETENS se deu sem discussão dos conselhos, o campus teria sido posto sem se discutir nos demais centros. O estudante também frisou que não podiam esquecer que a instituição tem problemas gravíssimos na estrutura física e humana – contratações de funcionários, assistência estudantil: “Nós não somos contra a expansão, é uma de nossas pautas, mas tem que ser expansão com qualidade. Tem que qualificar a expansão, e a interiorização. Avançar com qualidade”, disse o estudante.

O diretor do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CETEC) Denis Petrucci, mostrou preocupação com o que pode ocorrer com seu centro com a implantação do campus de Feira de Santana, já que os dois centros teriam características e cursos semelhantes, o que poderia prejudicar o CETEC em termos de números de aluno e de professor, bem como de infraestrutura. Segundo o diretor, há falta de planejamento, falta de recursos: “O projeto é muito bonito, mas temos que ver a realidade. Vai ter uma evasão de docentes. Será que estaremos aumentando o número de estudantes, ou apenas deslocando? Tem que ser muito bem estudado, para que, ao criar um novo centro, não se apague o outro. Não há nenhum tipo de apoio para o CETEC, os laboratórios ainda estão em construção”, colocou Petrucci.

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