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Perfil Genético?

Perfil Genético?

                                              Paulo Reis

A Presidente da República, Dilma Rousseff, instituiu no 12 de março de 2013, através de Decreto nº 7950/13, o Banco Nacional de Perfis Genéticos e a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos.

Seguindo o Art. 1º, § 1º e 2º, o Banco Nacional tem como objetivo armazenar dados de perfis genéticos coletados para subsidiar ações destinadas à apuração de crimes. E a Rede Integrada, tem como objetivo permitir o compartilhamento e a comparação de perfis genéticos constantes dos bancos de perfis genéticos da União, dos Estados e do Distrito Federal.

Diante de um cenário onde os papéis são visíveis. Onde as igualdades são tão desiguais. Onde já latente os perfilados, não é possível perceber onde resida a lógica envolta no ato da Chefe de Estado. Duas outras questões merecem reflexão: a extensão dessa Rede, haja vista o seu “compartilhamento”. E, de que crime fala a “vontade superior”?

Por exemplo, ser negro nesse país – apesar dos avanços – ainda é considerado um crime. As ocupações, da mesma forma.

A medida, por menos “evolucionista” e “positivista” que possa transparecer demanda dessa leitura, ainda que supostamente tardia. Afinal, o histórico desse país, marcado por uma clara idéia de controle, impõe um posicionamento, sob pena de que, com o silêncio, fique caracterizado que o mesmo resulta de um pensamento de outrora, na qual atribuía aos quase todos, estigmas para justificar situações diversas e complexas, uma vez que, imperativo mostrar aos “distantes” a nossa capacidade de adesão, salvação e propulsão.

Na condição de graduando do 4º semestre do Curso de Ciências Sociais, pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, tive a oportunidade de dialogar, através da retina, com alguns teóricos e perceber às suas buscas incessantes, ao longo de uma “escala temporal”, no sentido de dotar os seus “espaços” de múltiplos “contornos”.

Ter hoje às mãos cópia do Decreto, impossível não remetê-lo a uma idéia “ninamente assombrosa”. Deixo a provocação, como forma de justificar a(s) minha(s) – agora socializadas – inquietude(s).

Santo Amaro, 08 de maio de 2013

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