Na manhã dessa quinta-feira, as ruas da cidade de Cruz das Almas foram tomadas pelas cores da bandeira da Associação dos Professores Universitários do Recôncavo (APUR) e de diversos sindicatos e movimentos. Em conjunto com os trabalhadores técnico-administrativos e estudantes da UFRB, com sindicatos de trabalhadores municipais e rurais, a APUR levou às ruas as principais reivindicações não só da categoria docente, mas de todos trabalhadores e trabalhadoras. Cerca de 300 pessoas gritaram unidas pela melhoria da qualidade de todos os serviços públicos.
Segundo o presidente da APUR, David Teixeira, a união de diversos setores de trabalhadores e trabalhadoras é de suma importância, pois é uma forma de unificar as reivindicações: “Hoje, Cruz das Almas deu uma grande demonstração da unidade dos trabalhadores. As pautas específicas das categorias são menosprezadas pela prática política do governo. E, quando estão unificadas, a gente consegue empurrar com maior força e exigir o cumprimento dessas pautas”, afirmou David.
David Teixeira ainda salientou o papel da APUR e da universidade. Para ele, o dia de mobilização foi uma forma da luta pela melhoria da educação extrapolar os muros da universidade, bem como de reforçar a união das categorias: “A pauta que ataca os estudantes e os servidores, é a mesma que bate os docentes. Por isso, não existem justificativas que não exijam da gente unidade”, completou o presidente.
Refletindo a importância do professor nesse momento de mobilizações, Elissandra Winkaler, professora do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas (CCAAB), acredita que o docente tenha um papel importante: “Como docentes, temos um papel fundamental de formação, pois estamos bem próximos dos alunos e temos uma abrangência maior”, defendeu Elissandra.
União e Luta
Aida Maia, representante do Sindicato dos Trabalhadores Técnico – Administrativos da UFBA e UFRB (ASSUFBA), definiu o ato como ímpar e reafirmou o compromisso do sindicato que, segunda ela, encabeçava a luta também em Salvador. “É preciso estar unificado para dizer qual a saúde e educação que a gente quer. Queremos uma saúde e uma educação de qualidade”, disse Aida.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Nadson dos Santos, fez um apelo para que os governantes não fiquem apenas no discurso, mas que cumpram com as promessas do tempo de campanha. “Os movimentos sociais continuam com a mesma postura de luta. Queremos construir uma sociedade em que os movimentos sociais mudam o país. Queremos uma política que realmente nos represente”, colocou Nadson.
Durante todo o ato, os manifestantes convocavam a população a participar da luta de construir um país melhor. Para o representante do Movimento Estudantil, Pablo Rezende, a indignação da população propiciou a ida às ruas. Contudo, o estudante deixa claro que, diferente do que se tem colocado, não é de hoje que o povo está acordado. Para ele, o que mudou foi a forma como a sociedade tem encarado: “A organização política sempre existiu, mas era vista de forma criminalizada pela população. Esse é o momento em que as centrais e os movimentos se unem e convocam a população para as ruas”, disse o estudante.
Pauta Unificada
O ato em Cruz das Almas, que faz parte do Dia Nacional de Lutas com Greves e Mobilizações, demonstrou sintonia com o que vem ocorrendo em todo o país, os manifestantes defendiam pontos de pauta que afligem não apenas uma categoria, mas a toda a sociedade brasileira.
Os pontos de pauta foram: A redução das tarifas e melhoria da qualidade dos transportes públicos; Fim do fator previdenciário; Jornada de 40 horas semanais, sem redução salarial; Mais investimentos em saúde, educação e segurança (que 10% do PIB sejam investidos em educação e saúde); Fim do projeto de Lei 4330 que amplia a terceirização; Reforma Agrária; Fim dos leilões de petróleo; Reajuste salarial digno e valorização do servidor público; Paridade de ativos e aposentados; Contra a privatização dos hospitais universitários e da previdência dos servidores.