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Carta aberta do Povo Tupinambá

Leia aqui o documento escrito pelo Cacique Babau, liderança do povo Tupinambá no Sul da Bahia, denunciando a ação violenta e covarde da Polícia e do Exército contra os indígenas

Aldeia Tupinambá Serra do Padeiro

Buerarema, 24 de Março de 2014

unnamed (4)Documento denúncia para as autoridades Superior e aliados Funai, 6 Câmara Ministério da Justiça, CIMI, ANAÍ, ONU e outros.
Nós índios Tupinambás da serra do Padeiro, estamos sendo vítima de constantes ameaças por parte da força de segurança, que foi mandado pra dentro da nossa aldeia. Eles estão sempre forjando situações para nos incriminar, dando tiros de armas pesadas todas as noites. O Exército Brasileiro tem feito desde que entrou em nossa aldeia destruiu vários pertences de várias famílias indígenas, nós já tiramos e enviamos várias fotos das ilegalidades em que os mesmos vem fazendo. Mas esses últimos dias a situação se intensificou um pouco mais após agredir (bater) no índio de nossa aldeia, o motivo de tal agressão foi para saber onde estava o cacique e seus irmãos com várias perguntas o forçando a falar o que o índio não sabia. E os mesmos, “Dizia que queria saber do Teite e do Cacique Babau e que queria fuzilá-los quando o encontrar”. Esta mesma denúncia feita por nós, são as mesmas feitas pelos não índios que são coagidos para saber onde está o cacique Babau e quando os mesmo não saber responder eles fazem ameaças do Exército.

No dia 22 de março de 2014, a índia Jeovana menor de idade de 14 anos, estava vindo de casa de farinha aproximadamente 1km½ para sua residência ela diz que foi abordada por policiais, a mesma estava sozinha, os mesmo a revistou fazendo toques em seu corpo e pediu que levanta-se a blusa a mesma ficou muito constrangida com a situação. No dia 23 de março de 2014 retornou vários homens policiais, abordou um pequeno grupo de produtores em suas residências, querendo que os mesmos desse suas propriedades para eles montarem outra base militar. Os policiais fizeram muitas perguntas e com as mesmas ameaças expressando e afirmando que quer fuzilar o cacique e seus irmãos, os mesmo falam, “os fazendeiros perde a terra mas pelo menos o líder dos Tupinambás vamos matar”.

Eu cacique Babau estou 24hs dentro da aldeia sempre no mesmo local, por dia no mínimo 200 pessoas tem o contato com minha pessoa. Queremos saber porque estão ameaçando famílias índias e não índias para me encontrar e me matar, pois todos sabem onde eu moro, todas as vezes que os líderes deles querem falar comigo eu sempre recebi. Mas não dá para aceitar que policiais mandado supostamente para proteger fique junto com a direção da Coelba e supostos fazendeiros forjando provas e incriminando situações para denegrir a imagem das pessoas e da aldeia inteira, como se seus líderes fossem criminosos por lutar por seus direitos.

“Se alguma coisa acontecer com minha pessoa e meus irmãos, foi essa policia que está aqui na região, que o Ministro mandou para a aldeia. Sendo que a ordem de matar partiu do Deputado Geraldo Simões”.

Rosivaldo Ferreira Silva – Cacique Babau

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