Na tarde desta terça-feira (19), o Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) recebeu uma etapa das discussões para o Plebiscito Constituinte do Recôncavo, o debate “Formação Política: As mulheres e a representação política”. Encabeçado por alunas do curso de Ciências Sociais, o debate também contou com a participação dos professores Antonio Eduardo Oliveira e Herbert Martins e de outros estudantes.
A discente Tailane Nunes explicou que o Plebiscito visa fortalecer a população, fazendo com que as forças populares, em especial grupos historicamente excluídos como a mulher, o negro e o índio, tenham mais voz. Frisando particularmente a situação da mulher, Tailane lembrou que o número de mulheres no parlamento é muito pequeno: “Numa sociedade machista, racista e excludente, o Plebiscito vem para conceder voz às mulheres”, ressaltou a discente.
Questionada se a população estaria pronta para ter uma participação efetiva no cenário político (deixando claro que o termo político usado na discussão vai além de eleições partidárias), Tailane foi enfática em afirmar que sim: “A população sabe o que quer. O povo tem o que falar, só basta deixar que ele fale, e o Plebiscito vem nessa intenção”, defendeu Tailane.
Quem também concordou que a população está pronta para o embate foi Bruna Weyll, que também levou suas contribuições para o debate. Para Bruna, a pouca participação popular tem se dado pelo fato de o espaço de poder ser muito fechado, concentrado apenas nas elites; fazendo com que o povo desacredite de sua capacidade de participação.
Bruna também colocou que o Plebiscito pode contribuir para que as mulheres ocupem o espaço público em busca de seus direitos: “A mulher precisa lutar por sua independência econômica e psicológica. Tudo isso precisa ser mudado, e a participação política contribui muito, pode garantir esse espaço”, afirmou Bruna.
Com uma vida diferente das de suas duas colegas, Jaílda Menezes é mãe e tem sentido na pele as dificuldades para cumprir esse papel de forma digna. A discente defendeu a importância da participação da mulher que, segundo ela, com maior sensibilidade, conseguiria melhor enxergar os problemas. “A mulher é quem sabe o preço dos alimentos, é quem vai às compras com o dinheirinho contado; é quem mais sabe o que é levar um filho ao hospital e não achar médico para atender”, desabafou Jaílda.
Jaílda também lembrou uma dura realidade em nosso país, os cargos mais importantes são ocupados por homens, sobretudo quando tais cargos dizem respeito à política. Na visão da discente, a mudança também precisa partir das próprias mulheres: “A gente reclama, mas ninguém faz nada. A mulher precisa se juntar, agregar forças e ir à frente”, conclamou Jaílda.
A próxima reunião do comitê do Plebiscito no CAHL foi marcada para a próxima terça-feira (26) às 11 horas, na sala de reuniões. Nesse mesmo dia, haverá panfletagem nas salas.