Reunidos em assembleia nesta quinta-feira (21), os docentes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) se debruçaram sobre a situação de crise que o país atravessa, e como essa crise reflete na universidade. Além dessa discussão, a assembleia foi convocada para escolher os delegados do Congresso do ANDES-SN e para eleger o Conselho Fiscal da Associação dos Professores Universitários do Recôncavo (APUR).
Dando início às discussões, o professor David Teixeira afirmou que o cenário para 2016 tende a ser mais difícil, mostrando que a luta que se iniciou na greve do ano passado vai ter que continuar, pois as dores dos cortes de verbas serão sentidas agora. “Temos que organizar a retomada das atividades de mobilização, para que a gente não comece a atuar só depois que os problemas se acumularem. A solução é colocar os trabalhadores e trabalhadoras na rua, concentrar nossas ações e articular com outros sindicatos e categorias”, defendeu o professor.
Na mesma linha de defesa da mobilização, o professor Tarcísio Cordeiro colocou a necessidade de se abrir o debate sobre a política nacional, pois a situação atual se mostra complexa. Ao mesmo tempo em que a representação sindical precisa defender a democracia, o que acaba esbarrando na luta contra o impeachment, ela também precisa se posicionar contra a situação política atual que aponta um retrocesso econômico, político e de direitos. Diante disso, o professor acredita que se devam construir estratégias de atuação política capazes de lidar com esse contexto. Estratégias que não apenas dialoguem, mas que também cobrem soluções, tanto em se tratando do cenário local, bem como do nacional.
Para o presidente da APUR, professor Antonio Eduardo Oliveira, está claro que é necessário defender a democracia, mas que isso tem que ser debatido com a base, por meio de uma discussão mais profunda, feita em todos os centros da UFRB. Falando mais especificamente da universidade, assim como o professor David, Antonio Eduardo prevê que o ano de 2016 seja ainda mais difícil. “Há uma crise na universidade, e isso demanda estabelecermos qual a posição do sindicato. Temos que estabelecer diálogos com os Conselhos, mas, ao mesmo tempo, manter a nossa independência política. A negociação tem que ter como base a pauta docente”, falou o presidente da APUR.
O professor Luiz Nova chamou atenção para importância de que nessa luta pela democracia o sindicato não perca sua identidade, por isso a necessidade de se pensar no método de fazer tal defesa: “Que a identidade sindical se afirme como defensora dos direitos trabalhistas. Nesse sentido, o esforço de debate é fundamental. Esclarecer na base o que se está fazendo do ponto de vista da política”, concluiu Luiz Nova.
Os docentes também debateram a necessidade de transparência de gestão, e que se cobre da reitoria o cumprimento da pauta local.
Ao final, a assembleia aprovou a criação de uma ouvidoria política através da representação sindical nos centros. Também foram aprovados os nomes dos professores Antonio Eduardo Oliveira, Karina Cordeiro, Gleide da Silva, David Teixeira e José Arlen Beltrão (suplente) como delegados do Congresso do ANDES-SN, que ocorrerá de 25 a 30 de janeiro de 2016. Já o Conselho Fiscal será composto pelos seguintes docentes: José Arlen Beltrão (Titular), Luiz Paulo Oliveira (Titular), Érico Figueiredo (Titular), Tarcísio Cordeiro (Suplente), Heleni de Ávila (Suplente) e João Mendes (Suplente).