Antonio Eduardo Alves Oliveira/Professor UFRB
A diretoria do ANDES-SN continua com sua defesa insana e disfarçada do golpe e, diante da crise política, evolui para encobrir os ataques contra a educação pelos golpistas. Na sua tese para o 61º CONAD, o ANDES-SN nega que tenha havido golpe, e afirma que apenas aconteceram “manobras parlamentares” que afastaram a presidente Dilma. Afirmam demagogicamente que o governo Temer é ilegítimo, mas não o acusam de golpista, ou seja, na verdade apoiam o governo não legítimo.
A recusa da diretoria do ANDES-SN em reconhecer o que mesmo os próprios golpistas têm dificuldade em esconder, ou seja, que existe um golpe em curso no país, é fruto de uma profunda capitulação política da esquerda pequeno burguesa que controla a máquina do sindicato nacional. O processo de impeachment contra a presidente eleita Dilma não é uma mera manobra parlamentar, é parte de uma engrenagem golpista dos setores capitalistas, envolvendo tanto setores que estavam no governo Dilma, como o próprio presidente golpista do PMDB, quanto o PSDB e DEM.
Outra tese batida dessa esquerda coxinha que dirige o ANDES-SN é que todos são iguais, e que o PT é igual à direita golpista, por isso não enxergam o conteúdo do golpe, e a finalidade do governo Temer. Para estes sábios “marxistas” tudo é igual, e o PT é igual à direita, uma vez que todos atacam os trabalhadores. Assim, um importante dirigente do sindicato nacional, representante do stalinismo reciclado, PCB, afirma que não se pode lutar contra o impeachment nem mesmo denunciar o golpe: “incorporar as lutas pelo “Fora Temer” não deve significar a defesa do “Volta Dilma” e nem mesmo a luta “contra o golpe”, (pcb.org.br)
É importante entender que a capitulação da diretoria do ANDES-SN expressa no seguidismo ao golpismo declarado do sectário PSTU (Fora todos e o Fora Dilma), através dos atos coxinhas da farsa do Espaço unidade da ação e da CSP, passa pela mediação pactuada com os outros setores da esquerda pequeno burguesa, diga-se de passagem também golpistas, no interior da diretoria do ANDES-SN, como o PCB e PSOL.
A política golpista disfarçada do PSOL/PCB nem um nem outro é a maneira menos direta de implementar a política pró-direita do PSTU. O significado golpista dessa política da diretoria do ANDES-SN não é apenas retórico, mas infelizmente tem consequências práticas extremamente nefastas para os docentes e para o sindicato nacional. Uma evidência cabal dessa política pró-golpista é a suposta abertura das negociações com o MEC. Neste sentido a diretoria do ANDES-SN está sendo coerente com essa política de apoio velado ao golpe, procurando esconder o golpe, reconhecendo o governo Temer (não sendo coerente, entretanto, com a caracterização da tese da diretoria para o CONAD, afinal não era Temer um governo ilegítimo?). Mas como diz o ditado, as ações valem mais do que mil palavras. Precisamos desmascarar essa política pró-direita da diretoria do ANDES-SN que, através de um radicalismo tosco e de uma retórica de “independência e combatividade”, quer transformar o sindicato nacional em um instrumento de legitimação do golpe.