Fala-se da importância política e econômica da implantação de um Campus universitário em diversas cidades do interior da Bahia; fala-se da importância social e da inclusão que esta instituição promoveu, acolhendo sujeitos que historicamente estariam fora das instituições de educação superior. Ontem uma futura estudante da UFRB foi morta em casa, no sofá enquanto assistia a tv. Ela tinha um ano e meio, crescia em um bairro periférico, iria descobrir ao longo de sua vida, ceifada pela falta de planejamento para ações policiais, que o acesso ao ensino superior era possível e que ela na condição de moradora de periferia teria o direito de estudar ali.
Infelizmente não conseguimos preservar a vida desta futura doutora em sobrevivência, uma bala encontrada transformou-a em um corpo sem vida, frio, desfigurado e deixou de herança para os seus familiares as lembranças de sua curta vida; restou a memória; a história e a marca que demarca um lugar: periferia, um povo: pobre e preto, um gênero: mulher, uma origem: nordestina e baiana. Até quando a universidade e seus gestores ficarão estáticos e inoperantes, é preciso que a reitoria e suas pró-reitorias tomem atitudes que demonstrem o papel social e político desta instituição, cobre ações das autoridades locais e estaduais, pois a UFRB não funciona sem vida e sem retroalimentar os municípios que a acolheram, é preciso romper as redomas de vidro que separam instituição e sociedade.
Com votos de permanência e sobrevivência
Prof. José Raimundo J Santos
CFP – Centro de Formação de Professores/UFRB