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MESMO COM OBRAS ANUNCIADAS, A UFRB AINDA SOFRE COM A FALTA DE ESTRUTURA MÍNIMA

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Normalmente, esta é a imagem das obras no CCS, equipamentos parados e nenhum trabalhador.

Desde a greve docente de 2012, a Associação dos Professores Universitários do Recôncavo (APUR) tem reivindicado por uma estrutura mínima para o funcionamento dos cursos oferecidos na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). De lá para cá, pouca coisa mudou. Todos os campi da UFRB, em diferentes graus e setores, continuam esperando início e/ou conclusão de obras essenciais de funcionamento.

Quem passa constantemente pelo Centro de Ciências da Saúde (CCS), por exemplo, fica chocado com as obras intermináveis sendo tomadas pelo limo, cercadas por mato, que mais parecem obras abandonadas. Sendo que, recentemente, mesmo sem nenhuma preparação prévia (professores e técnicos suficientes, por exemplo), o Centro passou a oferecer o curso de medicina, ou seja, necessitando ainda mais de espaços adequados e equipados para um bom funcionamento. A esperança de término das obras é uma placa colocada no Centro que fala da conclusão da construção da sede, mas, até o momento, ela ainda continua sendo a única novidade, pois o local ainda continua com seu aspecto de abandono. A alternativa é continuar esperando, já que o prazo para a conclusão é de 270 dias.

O CAHL e as eternas soluções paliativas

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No dia 14 de março de 2013, um carro desgovernado bateu no portão lateral do CAHL. Até o momento, a reforma não contemplou um novo portão.

 Depois de insistentes pedidos da comunidade acadêmica, algumas obras de recuperação foram iniciadas no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL). O professor Maurício Silva (coordenador do curso de Ciências Sociais) explicou que as obras são direcionadas para alguns setores, em especial o auditório, já que é um dos ambientes mais utilizados para atividades acadêmicas, sofrendo maiores desgastes.

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O espaço de convivência do CAHL não tem estado nada convidativo, as cadeiras que compunham as mesas não existem mais, necessitando de reposição.

Porém, o professor lembra que, apesar de necessárias, essas obras acabam gerando soluções paliativas para problemas maiores. “A ausências de estrutura física adequada faz com que a comunidade tenha que criar improvisos, e é isto que acontece no caso do auditório, com sua utilização para algumas atividades que poderiam ser evitadas caso houvesse espaços alternativos, como a apresentação de Trabalhos de Conclusão de Curso, reuniões de grupos de pesquisa, projeção de conteúdo de aulas, reuniões de colegiado etc”, completou Maurício.

Não podemos esquecer que o CAHL é um Centro que não tem grandes alternativas de crescimento, já que é sediado dentro de uma cidade tombada. Entre outras reclamações, os docentes do CAHL sempre lembram que ainda não têm seus gabinetes, dificultando, por exemplo, suas atividades de orientação aos discentes.

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Mesmo com a fachada recém pintada, o CAHL é um dos centros que mais sofre com problemas estruturais.

Para desespero dos professores, as obras iniciadas no início do ano só tem dado conta de questões mais pontuais como, por exemplo, pintura e parte elétrica. Como bem lembrou o professor Maurício, os problemas estruturais da UFRB também têm a ver com o modelo de expansão. “As obras de manutenção são necessárias, mas insuficientes para fornecer à comunidade a estrutura física adequada ao cotidiano acadêmico. Para crescer com qualidade, a UFRB terá de repensar urgentemente sua estratégia de expansão”, concluiu o professor.

Complexo Poliesportivo e Casa do DUCA: problemas que se arrastam no CFP

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2012 se passou, e este é o estado do Complexo Poliesportivo do CFP.

Ainda em março deste ano, a Superintendência de Implantação e Planejamento do Espaço Físico (SIPEF) lançou uma nota de esclarecimento à Comunidade Amargosense tonando públicas ações para recuperar a infraestrutura física do prédio onde deveria funcionar o Centro de Artes de Amargosa: Diversidade, Universidade, Cultura e Ancestralidade – a CASA DO DUCA. Todavia, até o momento, o prédio continua sem nenhuma obra em execução.

No período eleitoral para direção do Centro de Formação de Professores (CFP), o diretor Clarivaldo Santos informou que existia um milhão de reais já aprovado para a reforma. Procurado para esclarecer essa informação, o coordenador da CASA DO DUCA, professor Ricardo Andrade, afirmou não saber exatamente a que milhão de reais o diretor estava se referindo. Segundo ele, o que existe é um contrato da UFRB com uma construtora na ordem de alguns milhões para fazer a manutenção de todos os prédios da universidade, mas que ele não saberia precisar quanto. “Até onde fui informado, seria este o contrato utilizado para a reforma da sede. Com algum esforço hermenêutico (do tipo caritas cristã) suponho que seja este o valor estimado, pelo referido professor em campanha, quanto esses gastos, mas isto não nos foi informado ainda”, completou Ricardo.

Parece que a administração central e do CFP não entendem que um Complexo Poliesportivo é imprescindível para o curso de Educação Física. Talvez essa seja a explicação para o fato de que estudantes e professores do curso oferecido no Centro de Formação de Professores (CFP) estejam até hoje esperando pela finalização de uma obra que, segundo o diário oficial, estaria concluída no dia 15 de outubro de 2012.

Um complexo poliesportivo que para o curso de Licenciatura em Educação Física tem a mesma importância que um laboratório devidamente equipado para um curso de Química, por exemplo. Entende-se, desse modo, que sua inexistência afeta diretamente na formação e qualificação dos futuros professores de Educação Física. Preocupados com essa possibilidade, os professores do curso têm buscado outros meios para suprir esta falta grave. A coordenadora do curso, Priscila Dornelles conta que há quatro anos as aulas do curso de Educação Física têm sido realizadas em outro espaço fora do CFP.

Priscila Dorneles chama a atenção para os prejuízos que esse remanejamento tem causado: “Além do deslocamento em todas as aulas (com prejuízos para o tempo de aula), temos que negociar internamente como dispor as disciplinas do curso nos dias nos quais a instituição CETEP nos cede o seu espaço em formato de convênio. Deste modo, temos um curso noturno que utiliza três noites para atividades de ensino que prescindam de quadra poliesportiva coberta, de campo de futebol e de piscina – espaços do CETEP utilizados com maior frequência pelo curso de Licenciatura em Educação Física. É deste modo que “sobrevivemos” cotidianamente sem a estrutura do Complexo Esportivo”, explicou a coordenadora.

O professor do curso, José Arlen Beltrão, também chamou a atenção para os prejuízos causados pela utilização de outros espaços que não o Complexo Poliesportivo.  “Além do tempo pedagógico, os equipamentos e espaços utilizados pelo curso não reúnem as condições demandadas nesse processo. Não é possível, por exemplo, participar de uma aula prática de esportes aquáticos à noite (período em que o curso é ofertado) durante o inverno, ou ministrar uma aula de esportes na quadra em dias de chuva, apesar de a quadra ser coberta, a ação do vento deixa sua lateral toda molhada e os diversos furos na cobertura geram muitas goteiras, potencializando o risco de acidentes”, afirmou José Arlen.

Prejuízos sem o Complexo X Benefícios com o Complexo

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Por falta de espaço próprio, os materiais utilizados no curso de Educação Física ficam amontoados

 Os dois professores ainda lembraram que a ausência do Complexo também gera prejuízos nos equipamentos do curso, que sofrem desgastes por não serem alojados em locais apropriados. “Ocorre o entulhamento de materiais do curso em espaços improvisados (os quais deveriam estar devidamente organizados e dispostos de maneira adequada para não perderem a sua qualidade). Além disso, algumas propostas pedagógicas se tornam inviáveis”, completou Priscila Dorneles.

Diante da demora na conclusão das obras do Complexo Poliesportivo, os professores se mostram descrentes e desconfiados. Contudo, são convictos de que uma obra como esta pode trazer inúmeros benefícios não só para o curso de Educação Física e para o CFP, mas também para a população da região.

Festival de Ginástica
Sem o Complexo Poliesportivo, o Festival de Ginástica tem sido realizado no pátio do CFP.

 A coordenadora do curso de Educação Física, Priscila Dorneles explica que a importância deste espaço está atrelada à característica da formação em Educação Física, ao seu caráter teórico-prático. “O Complexo Poliesportivo é desejado por docentes e discentes do curso como peça fundamental para esta qualidade acadêmica que buscamos produzir no curso de Educação Física na UFRB, bem como para a qualidade da formação dos/das licenciandos/as que contribuirão com o desenvolvimento regional assumido como meta institucional”, finalizou a coordenadora.

O que diz a UFRB 

Para prestar esclarecimentos sobre a situação atual das obras na UFRB, a APUR entrou em contato com a Pró-Reitoria de Planejamento (PROPLAN). Segundo Juvenal Carvalho (pró-reitor na época da entrevista), a demora na conclusão do Complexo Poliesportivo do CFP se deve a problemas na planilha orçamentária da obra. “O valor do contrato para a construção do Complexo Poliesportivo do CFP, orçado na época em cerca de 50% do valor real, o que acabou inviabilizando a conclusão da obra e levando o contrato à extinção”, explicou o pró-reitor.

Com isso, o setor de orçamentos da Superintendência de Implantação e Planejamento do Espaço Físico (SIPEF) irá promover uma revisão completa da planilha orçamentária, a partir do levantamento de todos os quantitativos de serviços necessários à conclusão da obra, com uma nova licitação.

Quanto ao CCS, Juvenal Carvalho informou que o prédio do Serviço de Psicologia e o Pavilhão de Laboratórios de Ensino, Pesquisa e Extensão, financiados pelo FINEP, estão quase prontos e estarão disponíveis para funcionamento ainda este ano.  Contudo, o Pavilhão de Laboratórios de Graduação e a Biblioteca Setorial ainda não têm uma previsão de conclusão. “O Pavilhão teve sua arquitetura concluída este ano, mas encontramos dificuldades em terceirizar a elaboração dos projetos complementares e, consequentemente, a planilha orçamentária. De modo análogo, a Biblioteca requer a revisão do projeto de estruturas antes da continuidade”, completou Juvenal. O pró-reitor também afirmou que a PROPLAN não tem conhecimento de problemas de rachaduras estruturais que inviabilizem o uso das edificações novas ou em construção.

Já sobre o CAHL, o pró-reitor também pontuou que o Centro enfrenta problemas na ampliação justamente por não ter espaço físico suficiente, e, por isso, as obras em curso são para manutenção das estruturas existentes. O contrato de manutenção predial, de acordo ao pró-reitor, está realizando os seguintes serviços: o tratamento do telhado e calhas pluviais, tratamento das fissuras e pintura da fachada externa, pintura das paredes internas, reforma dos banheiros, realocação de laboratórios, bem como irá resolver o problema de desabamento do muro da Residência Estudantil de São Félix.

Infelizmente, estes não são os únicos exemplos de como os docentes da UFRB têm sofrido com a ausência de uma estrutura mínima para conseguir desempenhar suas funções. Todavia, a APUR não medirá esforços para continuar pressionando para o atendimento das reivindicações da categoria docente e por uma expansão da UFRB com qualidade.

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Rachaduras são visíveis em diversos pontos do CCS.
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Mesmo em obras mais adiantadas, o CCS convive com o abandono.
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No CCS, as marcas na construção e o mato crescente mostram que há muito se espera pela finalização da obra.
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O abandono nas obras também impunha à comunidade acadêmica do CCS a convivência com possíveis focos de doenças
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Cansados de esperar pelo término das obras, alguns docentes do CCS não confiam no prazo estipulado na placa.
Ginástica no corredor
Para não prejudicar o aprendizado dos estudantes, os professores improvisam aulas até nos corredores no CFP.

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