DOCENTES DA UFRB APROVAM INDICATIVO DE GREVE EM MAIS UMA GRANDE ASSEMBLEIA
Em assembleia nesta quarta-feira (21), dois anos após o início da greve de 2012, os docentes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) aprovaram o indicativo de greve sem data definida. Com o objetivo de que uma possível greve seja construída nacionalmente, a Associação dos Professores Universitários do Recôncavo (APUR) levará a decisão da assembleia para o encontro do ANDES-SN que ocorrerá em Brasília neste final de semana (24 e 25).
Em mais assembleia de grande representatividade, mais de 110 professores, discutiram os diversos motivos que eles têm para retomada da greve de 2012. Logo no início de sua fala, o presidente da APUR, David Teixeira, salientou a necessidade e urgência da reabertura das negociações com o governo federal, aliás, este é um dos motivos que, por si só, já validaria uma retomada da greve, haja vista que o ANDES-SN não assinou o acordo proposto pelo governo em 2012, bem como não participou dos GTs criados à época.
David também explicou que a ideia de aprovar um indicativo de greve sem data determinada se justifica pela necessidade de que as ações em torno desse movimento sejam feitas nacionalmente, ou seja, a data para uma possível greve não partirá de uma determinada associação, mas de uma discussão nacional. “A gente precisa construir nacionalmente uma pressão sobre o governo para, no mínimo, conseguirmos a reabertura das negociações. As mobilizações pressionam o governo. Se não avançarmos, o governo não negocia”, defendeu o presidente da APUR.
Os docentes da UFRB presentes na assembleia mostraram que sua preocupação maior é com a situação da categoria, que tem enfrentado um verdadeiro descaso não só em âmbito nacional, mas também local. Nesse sentido, o secretário da APUR, Antonio Eduardo Oliveira, lembrou que diversos pontos da pauta local não foram atendidos, o que demonstra a necessidade de mobilizações tanto nacionalmente quanto local.
Para Antonio Eduardo, é urgente que se discuta a pauta local. “Nós temos que mostrar que queremos garantir nossa posição. Só teremos resultados se todos os professores se mobilizarem. Temos que ter posições mais ousadas. Mostrar à reitoria e ao governo que estamos insatisfeitos”, afirmou Antonio Eduardo.
Nesse mesmo sentido de conclamar a todos os docentes à participação das discussões sobre a universidade, o representante docente do CAHL, professor Jorge Cardoso Filho, pontuou a importância de momentos de debates como o da assembleia de hoje, que contribui para fortalecimento de discursos e posicionamentos: “Um debate político maduro. O posicionamento da nossa universidade vai depender de nossa atitude no dia a dia, para que saia daqui, de fato, um gesto político. O movimento docente não está aqui para brincar”, pontuou Jorge.
Além do indicativo de greve, os professores aprovaram a construção de um calendário de mobilização local, a criação do Comando Local de Mobilização, a mobilização pela Estatuinte, a marcação de audiência com o Reitor para solicitar respostas da pauta local, e posteriormente construir uma assembleia específica sobre o tema.
No ponto o que ocorrer, foi debatido a questão do calendário das aulas na UFRB e foi aprovado que a APUR se dirigisse aos conselheiros do Conselho Acadêmico (CONAC), em especial os coordenadores de curso, requerendo que construam uma convocação para que seja realizada uma reunião extraordinária para discussão do calendário, que foi suspenso pelo presidente do Conselho sem que os demais conselheiros fossem consultados. Ainda neste ponto foi aprovada a assinatura da carta da CONDSEF-CUT dirigida a presidente Dilma solicitando uma audiência na Presidência da República para o atendimento das reivindicações dos servidores públicos federais!