O Comando Local de Greve teve uma agenda de mobilizações cheia nesta semana. Os encontros ocorreram nos campi da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e também nas ruas. As atividades desenvolvidas envolveram docentes, discentes e técnico administrativos, pressionando o governo federal a voltar a realizar mesas de negociações, que foram encerradas unilateralmente de maneira desrespeitosa.
Segunda-feira, 3
O início das mobilizações foi na segunda-feira, 3, quando o Comando Local de Greve da UFRB se juntou aos comandos da UFBA, UFSB, Fasubra, Sinasefe e Movimento Estudantil, em Salvador.
Centenas de manifestantes lotaram as ruas do bairro Campo Grande e cobraram, em ato unificado, a recomposição orçamentária das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), os justos reajustes salariais de técnicos e docentes, bem como o fim das negociações com a Proifes, que não tem legitimidade para representar os/as professores/as.
A pressão surtiu efeito e o governo agendou duas reuniões no dia 11 de junho (terça-feira) com os Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) e no dia 14 de junho (sexta-feira) com docentes, ambas no Ministério da Educação.
Terça-feira, 4
Na última terça-feira, 4, houve atividades de mobilização no Cecult, campus Santo Amaro, com a realização de uma oficina pedagógica sobre táticas de condução de assembleia e uma roda de conversa, com docentes e discentes, sobre a greve em curso.
Quarta-feira, 5
Na quarta-feira, 5, os Centros CAHL (Cachoeira/São Félix), CFP (Amargosa) e CCAAB-CETEC (ambos em Cruz das Almas) desenvolveram diversas atividades que englobaram professores/as, estudantes e técnicos/as, além da comunidade externa, como roda de conversas; piquenique brincante com participação de crianças, oficinas pedagógicas e fórum de discussão sobre as pautas locais.
Durante o evento Rede Beira-Mar: Biodiversidade, Conservação e Uso das Restingas da Bahia e Espírito Santo, que foi realizado em Cruz das Almas e teve transmissão ao vivo na TV UFRB, a professora Leila Longo, vice-presidenta da APUR, foi convidada para falar sobre a greve docente em curso na universidade.
Leila ressaltou a importância das mobilizações grevistas e a disputa política nacional por orçamento.
“Estamos lutando e reivindicando a recomposição orçamentária da UFRB e por melhores condições de trabalho. Nós somos todos trabalhadores e nós temos um déficit de salário de 22%. Não estamos falando de aumento, nós estamos falando de recomposição. Nós estamos falando de direitos. Como trabalhadores, é nosso direito lutar pelos nossos salários.
Mas a nossa maior luta é pela recomposição do orçamento para que as universidades possam funcionar. E nós estamos falando de um valor, que tem sido tratado pela ANDIFES, de R$ 2, 5 bi para o funcionamento destas instituições. Quando a gente vê que as emendas parlamentares chegam a R$ 53 bi […] nós percebemos que sim, é possível olhar para a educação, disputar orçamento por um futuro. A nossa luta está nesse sentido”, disse.
Quinta-feira, 6
Na manhã de quinta-feira, a APUR, representada por Leila Longo, participou da mesa de negociação entre o grupo Coletivo de Docentes Substitutos/as da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e a Reitoria. O apoio é um compromisso da seção sindical com os/as substitutos/as.
A matéria completa sobre a mesa de negociação pode ser encontrada no site www.apur.org.br.
Sexta-feira, 7
Finalizando a semana de atividades do Comando Local de Greve, houve um fórum de discussão da pauta local sobre problemas de infraestrutura, no CCAAB/CETEC, campus Cruz das Almas.
Ao mesmo tempo, o Tesoureiro da APUR, professor Givanildo Oliveira, em representação ao Comando Local, entregou um ofício à Reitoria com a manifestação das preocupações docentes em relação à postura do governo federal frente ao movimento grevista.
Além disso, o documento pede a atuação da gestão universitária em sensibilizar o Executivo Federal sobre a necessidade de estabelecimento de negociações efetivas com o movimento paredista, uma vez que, a reitora Gina Gonçalves foi convocada para uma reunião com o presidente Lula, na próxima segunda-feira, 10.