Porque defender a greve na educação: a greve é justa, oportuna e necessária!

Autoras:

Heleni Duarte Dantas de Ávila (CAHL/UFRB)

Jucileide Ferreira do Nascimento (CAHL/UFRB)

Com o aumento da adesão à greve na educação, por parte de um grande número de Universidades e Institutos Federais, algumas alegações surgem, tais como: não é o momento; no governo anterior não foi feita mobilização ou pressão; esta é uma greve contra o governo Lula e muitos outros.

Assim, sentimos necessidade de avançarmos neste debate e trazer argumentos que vão de encontro aos questionamentos anteriores.

  1. Sim, é momento de avançarmos na mobilização e na luta pela recomposição orçamentária das IFES, de sermos contra o sucateamento das Universidades federais e pela valorização da carreira dos servidores da educação (técnicos e professores). É momento de fazermos a disputa política das bandeiras democráticas defendidas em campanha pelo atual governo e que apoiamos a candidatura. É momento de mobilização pela esquerda para avançarmos na defesa de uma Universidade pública, laica, de qualidade e socialmente referenciada;
  1. É sempre bom lembrar as lutas que já empreendemos: em 2019 tivemos grandes manifestações nas ruas, contra o governo Jair Bolsonaro, denominado de “Tsunami da Educação” que foi um movimento puxado pelos estudantes e apoiado pelos professores e técnicos. Posteriormente, em 2020, fomos surpreendidos com a pandemia da COVID 19 que nos colocou em isolamento e sem um cenário favorável a uma greve, naquele momento a grande preocupação era a sobrevivência de toda uma população e de lutar contra um governo negacionista, mesmo assim, fomos às ruas.  Nas manifestações de 2021, tivemos atos públicos contra o fascismo e contamos com o fortalecimento das já existentes e o surgimento de novas torcidas de futebol antifascistas.
  1. Esta é uma greve na defesa da educação pública, esta é uma greve na defesa da democracia e sobretudo uma greve que não é contra o governo Lula. Precisamos disputar politicamente o que defendemos, precisamos disputar no governo atual o orçamento público e os recursos destinados para educação. O governo atual precisa identificar e valorizar os seus verdadeiros aliados e, desta forma, deve apoiar os movimentos sociais e avançar no que defendeu durante a campanha eleitoral (defesa e valorização da educação).
  2. A mobilização da esquerda nas ruas não atrapalha o governo, mas o coloca no trilho da democracia e materializa a imagem icônica no dia da posse que ao lado da sociedade civil brasileira subiu a rampa do Planalto.
  1. Por outro lado, é importante questionarmos porque existem servidores federais que são melhor remunerados do que os da educação? Como se justifica que os servidores da educação sejam tratados desta forma, já que o governo se elegeu defendendo a educação? E em um país como o nosso valorizar educação é investir no Brasil.

Reajuste zero não nos interessa!

Defender a greve é defender a democracia, é defender o governo Lula!

*Este é um texto de opinião publicado no “Espaço do Professor/a”, aberto a todos/as filiados/as. Como todos os textos desta seção, não necessariamente reflete a opinião política da diretoria da APUR.

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